CARREIRA METEÓRICA. O cinema nacional está vivendo um duradouro caso de amor com a bandidagem carioca. Depois dos bem-sucedidos Cidade de Deus e Tropa de Elite, a realidade do narcotráfico volta às telas em Meu Nome Não É Johnny. Adaptado de um livro de mesmo nome, o longa conta a história (real) de João Guilherme Estrella, adolescente de classe média que, de inofensivo usuário de maconha, acabou se tornando um dos maiores traficantes de cocaína da Zona Sul carioca na primeira metade da década de 90. Selton Mello (que, nas novelas, eu sempre achei meio insosso) conseguiu imprimir sua marca pessoal no protagonista, ao mesmo tempo malandro, carismático e humano. Ótimas também as atuações de Cássia Kiss (como a juíza que cuida do caso), Eva Tudor (como uma fofíssima fornecedora de, hum, "ambrosias") e Cléo Pires - cada vez menos a filha de Glória e mais uma mulher com luz própria. O filme evita maniqueísmos, sermões e lições de moral, e ainda passa uma mensagem positiva no final.
ISSO SIM QUE É DIVA. Se me perguntarem quem eu acho que merecia ganhar o Oscar de melhor atriz, mesmo sem ter visto o trabalho das outras indicadas, não terei a menor dúvida em responder: a francesa Marion Cotillard. Em Piaf - Um Hino ao Amor, a atriz se entrega de corpo e alma ao papel da cantora Edith Piaf (1915-1963), que não teve uma vida nada fácil: foi criada aos trancos e barrancos, ora pela avó dentro de um bordel, ora pelo pai artista de circo, tinha uma saúde frágil (chegou quase a ficar cega) e foi sucessivamente arrancada de perto das pessoas a quem se apegava. Mas, além de tristonhos olhos azuis, a pobre menina tinha o dom da voz e uma incrível força de vontade, que a ajudou a encarar as dificuldades até se tornar a grande cantora que foi. A narração em vaivéns, intercalando os bons e maus momentos da vida de Edith, ajuda a não deixar a história tão pesada. Mesmo assim, saí do cinema com a cara "dessstamanho" de tanto chorar. A atuação de Marion - intensa, visceral, apaixonada - é simplesmente emocionante. Brrravô!
PARA INGLÊS RIR. A Inglaterra costuma brindar o cinema mundial com comédias leves, inteligentes e absolutamente despretensiosas. Depois de me acabar vendo Piaf, voltei a ter razões para sorrir com Morte no Funeral, do mesmo diretor de Será Que Ele É?. Na fita, uma típica família de classe média-alta inglesa se junta para o funeral de seu patriarca. Na reunião, vêm à tona paixões, rivalidades e, como não poderia deixar de ser, confusões. Alguns dos personagens forçam a barra na tentativa de parecerem divertidos (o que também é tipicamente inglês), mas um deles em especial rouba a cena, depois de ingerir uma potente droga por engano e ficar literalmente alucinado no meio do velório. Antes que essa piada perca a graça, a trama tem outra reviravolta, com a chegada de um misterioso anão, que tem um segredo que pode fazer a família desmoronar. O filme não chega a ser impagável, mas é divertido, ágil e de bom gosto - uma bênção, se pensarmos na baixa qualidade das comédias acéfalas do cinema norte-americano atual.
2 comentários:
Gentem, finalmente você arranjou tempo pra ver esses filmes que estvam na sua lista faz teeempo!
Se ainda o tiver, vá ver "The Nanny Diaries". É muuuito parecido com "O Diabo Veste Prada", mas é muito bem-feito e com ótimo ritmo e atores.
Também gostei do "Caçador de Pipas", mas o povo que leu o livro (eu nnao li) deu por falta de muita coisa.
E "A Espiã" é um filme de guerra folhetinesco, cheio de revelações e reviravoltas. Diversão do começo ao fim.
Ah, e fui ver "O Suspeito" com a Libanesa e achamos médio. Menos o turco que faz o papel-título, que é um tesão das Arábias.
É o que temos para o momento!
hey! sera que é coincidencia mesmo? acho que a gente ta passando por algum momento que nos leva a crer isso... sempre tem musica velha voltando, mas ate essa formula deve ter seu eventual desgaste! por enquanto ainda nao chegou, quem sabe um dia... ah e muito legal o post rio vs floripa!!! passei pra varios amigos que tavam em duvida haha abcs
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