quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Meus top 20 lugares preferidos para comer no RJ

1. BAR D'HÔTEL. A comida, deliciosa, é a mesma do Ruella de São Paulo. Só que enquanto lá ela é servida num beco charmoso em estilo provençal no Itaim, aqui o ambiente é o primeiro andar de um design hotel do Leblon, envidraçado e com vista para a praia. O lugar é colorido sem ser over e badalado sem deixar de ser aconchegante. Gente bonita, música boa... enfim, o perfeito "jantar-balada". E o trois laits, a sobremesa inesquecível do Ruella, sempre encerra com chave de ouro. Com tantos predicados, não tem jeito: há pelo menos cinco anos, é meu restaurante predileto no Rio, sem previsão de perder o posto.


2. FELLINI. Enquanto o Bar d'Hôtel é meu jantar predileto, o Fellini é meu lugar preferido para almoçar. É o melhor representante de uma categoria da gastronomia carioca que não tem correspondentes em São Paulo: a dos "quilos premium", lugares que servem comida de restaurante de primeira linha em sistema de bufê por peso. A comida é bem variada - risotos, quiches, massas, carnes, aves, sempre em preparações caprichadas, que vão além do trivial. O hot philadelphia deles faz tanto sucesso que é servido diariamente (com molho teriaki por cima fica uma delícia). Mas o melhor mesmo é a parte de doces: uma torta alemã de comer de joelhos, um brownie divino e a melhor crème brulée que eu já comi no Brasil ! Não dá pra deixar de almoçar aqui pelo menos uma vez a cada vinda ao Rio. Mesmo que a fila depois da praia seja de doer.


3. DOCE DELÍCIA. Lugar muito gostoso e pra lá de versátil: restaurante, doceria, delicatessen. O cardápio é enorme, com pratos para todo tipo de fome (o meu preferido é o Frango Paris). Dá ainda pra montar uma ótima salada, escolhendo até 15 itens de uma lista de ingredientes detalhada (você escolhe até a quantidade de molho; o Molho do Chef, o mais gostoso entre os sete tipos, leva iogurte, mostarda, mel, manjericão, vinho branco, orégano e vinagre balsâmico). E a doceria faz simplesmente os melhores bolos da cidade - encerrar a refeição com um pedaço do dois amores é o que há.


4. ZAZÁ BISTRÔ TROPICAL. Com tantos restaurantes de cozinha contemporânea previsíveis e parecidos, o Zazá realmente se sobressai, seja pelo cardápio, que cita Brasil, América Latina e Oriente, seja pelo ambiente colorido, irreverente e sensual. No segundo andar, a luz é de velas e as mesas são todas baixas, com almofadões - é preciso tirar os sapatos ao subir. Ótimo para ir com amigos (e ficar horas jogado nas almofadas lá em cima, beliscando e conversando) ou mesmo com alguém especial. Gosto de abrir com as samosas de camarão e gengibre com chutney de manga e depois pedir os camarões flambados com risoto cremoso de limão e alho-poró, ou as robatas de filé mignon com cebola caramelizada e cuscuz marroquino (que são os pratos menos ousados do menu). No final, um menu-degustação traz pequenas amostras das principais sobremesas da casa.


5. ATAULFO. Outro quilo premium no Leblon, na mesma linha do Fellini. A comida é muito variada e muito boa, desde as saladas-salpicão, no estilo daquelas servidas pelo Gula Gula, até as sobremesas - a torta de limão deles é a melhor da cidade (mas é a torta comum, não a especial !). Além do bufê a quilo (que só funciona no almoço), a casa também é restaurante, delicatessen, empório e sorveteria italiana – sempre primando pela excelência culinária, mas sem excesso de pretensão.

6. B!. Instalado no mezanino da Livraria da Travessa da Visconde de Pirajá, é moderno, com painéis luminosos nas paredes e um certo clima nova-iorquino que fará você se sentir no seriado Sex and the city. O cardápio, com sopas, carnes, risotos e sanduíches, é uma versão mais resumida do menu do Bazzar, dos mesmos donos. Adoro o queijo brie com mel e amêndoas sobre torradas, a sopa de tomate com queijo gruyère e o filé a milanesa com risoto de pesto e tomates frescos. Se o B! não fechasse às 23h00, seria uma ótima opção de jantar-balada; é gostoso e fervido na medida certa.


7. DELÍRIO TROPICAL. Enquanto as barbies se espremem para comer aquele rango insosso e sem cor do New Natural, esse é meu pós-praia número 1 em Ipanema. Tem variedade e qualidade, com a rapidez que a fome depois da praia exige. Você recebe uma bandeja e monta sua refeição escolhendo entre diversos itens com preço avulso - saladas, bruschettas, quiches, pratos quentes e doces (as sugestões se alternam a cada dia). As saladas são incrementadas e a maioria é bem criativa (a Rodrigo, por exemplo, leva frango, banana, abacaxi, granola e molho curry); escolhendo duas delas e mais um prato quente (que pode ser escalopinho ao molho mostarda, coxa ao molho de alho-poró, crepe de camarão...) você come superbem por menos de R$ 20. Na parte de doces, o pavê de doce de leite é tentador.


8. THE BAKERS. Meu endereço favorito em Copacabana, é um misto de boulangerie, rotisserie e pâtisserie, com excelentes salgados, doces e sanduíches. Recomendo vivamente a quiche Provol’Onionz, de provolone cremoso e cebola, e o sanduíche Honey Chicken, com peito de frango, queijo provolone e mostarda com mel, no pão ciabatta. Os doces são um atentado à boa forma. Lugar bom para você se mimar em um dia ruim, ou ainda para comprar alguma gostosura para levar à casa de um amigo carioca.


9. SORVETE ITÁLIA. A Mil Frutas pode ser muito mais hype, mas é aqui que eu sou realmente feliz quando o assunto é sorvete. O que não falta são sabores bem cremosos e doces, que valem por uma sobremesa - especialmente o de torta alemã, que na minha opinião é o melhor de todos. Na mesma linha "engordiet", tem brownie, ovomaltine (bem doce !), chocolate com marshmallow... baixos teores, só se for de vergonha na cara.


10. ATELIÊ CULINÁRIO. Esse charmoso café do Leblon é a personificação do que há de pior no Rio de Janeiro em termos de atendimento: o staff da casa é lento e antipático, parece até que estão fazendo um favor ao atender você. Ano após ano, eles não melhoram nunca ! Mas eles podem: as quiches que eles fazem são as mais deliciosas que há - especialmente a mini de tomate cereja com manjericão, que é boa demais. Eles também fazem alguns sanduíches e saladas com um toque gourmet, além de doces tentadores, como a mini mud cake e a crème brulée de pistache, mas normalmente só vou lá por causa das miniquiches - para não me estressar muito com os atendentes de lá, peço para viagem e vou comer sentado no Mirante do Leblon...


11. TALHO CAPIXABA. Apesar do nome pouco sonoro, é um dos endereços mais legais do Leblon, freqüentado apenas por quem conhece. É um misto de padaria e delicatessen, que na verdade nasceu como açougue (!). O grande barato da casa são os sanduíches, que você monta escolhendo os ingredientes um a um e pagando por quilo. As opções vão muito além do lugar-comum: só de pães, são trinta tipos; depois, há uma infinidade de pastas, frios e queijos para incrementar o recheio. Com isso, com um mínimo de talento você acaba montando uma criação totalmente diferenciada, e com a sua cara.


12. DA SILVA. Esse quilo premium tem como principal mérito o fato de que sua cozinha é a mesma do tradicional e caríssimo restaurante Antiquarius - o que significa que nele você pode comer as mesmas delícias portuguesas da casa-mãe a um preço bem mais camarada, pelo sistema de quilo. O bacalhau da silva é simplesmente maravilhoso, até mesmo para quem, como eu, não é lá muito fã de bacalhau. E a mesa de sobremesas portuguesas é espetacular, especialmente a siririca, digo, siricaia, que vem a ser a prima lusitana da crème brulée francesa.


13. JUICE & CO. Nasceu na Barra como uma lanchonete pautada em alimentação saudável, com destaque para seus incríveis sucos batidos na centrífuga, misturando várias frutas em mais de 50 combinações - a que leva uva itália e água de coco é minha favorita. Depois, mudou-se para o Leblon, em instalações muito mais grandiosas, na linha rústico-chique, e além dos sucos e sandubas colocou no menu alguns pratos quentes mais elaborados. Quando vou, além do suco que eu citei eu peço um sanduíche que leva rosbife, chutney de damasco e sour cream, em uma deliciosa baguete integral que só eles fazem.


14. MIAM MIAM. Tenho ojeriza a Botafogo, bairro que acho escuro, sujo, feio e perigoso, mas esse lugarzinho é uma verdadeira jóia. A proposta do lugar é chamada de "comfort food": receitas caseiras, que trazem conforto e lembranças de infância, relidas de forma contemporânea. O clima retrô é reforçado pela própria decoração, com cadeiras, luminárias e jogos americanos nas mesas que dão ao lugar uma cara de casa da avó. O resultado, por incrível que pareça, é moderno e descolado. Recomendo: o risoto de grãos com cogumelos frescos, ervas e parmesão; a moqueca de peixe e camarão ao molho suave de curry com arroz de coco queimado; o picadinho de mignon, arroz de gengibre e cogumelos frescos na manteiga; e, de sobremesa, a excelente terrine de chocolate em sopa de pistache.


15. COUVE-FLOR. Mais um quilo premium na mesma linha do Fellini e Ataulfo, só que com ainda mais variedade na parte salgada, onde é freqüente encontrar comidas refinadas "com cara de festa", como camarão, pernil e peru, além de uma mesa só de sushis. Por conta da localização (fica no Jardim Botânico), é um lugar pouco freqüentado pelos turistas - o que não significa sossego, porém: a casa é bastante conhecida pelos cariocas, e por isso vive cheia nos finais de semana - você espera fácil 40 minutos ou mais por uma mesa.


16. CAFÉ DU LAGE. Outro segredo pouco conhecido pelos turistas, é um café charmosíssimo localizado dentro do Parque Lage, no pátio interno de um casarão, com um lindo visual. Há mesas com cadeiras, sofás e almofadões. No menu, quiches, saladas, sanduíches e doces. Aos sábados e domingos, eles servem entre 9h00 e 14h00 um café da manhã completo a R$ 15,00 – o café em si não é especial, mas vale muito pelo lugar, uma jóia escondida da cidade. O lugar é tão aprazível que muitos cariocas chegam para o café e vão ficando por lá, especialmente se o céu não abriu para a praia.


17. GULA GULA. Não tinha como eu deixar de falar em algum momento deste que é um dos endereços mais conhecidos da cidade. A qualidade da cozinha já foi bem melhor, é verdade, mas ainda dá pra acertar, especialmente se você ficar no que eles fazem de melhor: as saladas. A mais vendida é a de batata frita (um típico salpicão, que na verdade não leva batata frita, e sim batata palha) e a minha predileta é a de frango ao pesto (com macarrão parafuso e mussarela de búfala); na dúvida, peça a opção Mix e combine até quatro tipos no mesmo prato. Outras coisas que adoro lá: o suco de abacaxi com iogurte e gengibre (genial) e, como sobremesas, a torta mousse de chocolate (que vem quente e mole, com sorvete de creme) e o rocambole de chocolate com recheio de doce de leite.


18. CELEIRO. Firmou-se como um endereço tradicional da alta gastronomia carioca, com sua excelente culinária servida por quilo, feita por e para madames. Possivelmente, será o prato por quilo mais caro que você comerá na vida (atualmente, cobra-se o surreal preço de R$ 65,90 pelo quilo), mas o lugar tem uma capacidade de inventar saladas criativas que merece ser reconhecida. Sem falar que a casa em si é uma graça, parece até uma casinha de boneca, a presença de celebridades é divertida e as sobremesas são dignas de nota também.


19. BAZZAR. O lugar é lindo, moderno sem deixar de ser sóbrio e clean sem deixar de ser aconchegante, e a cozinha mescla as culinárias francesa e contemporânea, às vezes com toques orientais. Os pães trazidos à mesa antes dos pratos já dão uma idéia do bom padrão de qualidade da comida. É um lugar bom para ir em grupo, pois o cardápio é grande (entradas, sanduíches, risotos, carnes, massas, peixes), então dá pra todo mundo encontrar algo que lhe apeteça. E, para quem quiser algo mais leve, há também ótimas sopas, como a de milho com queijo de cabra e cogumelos - sim, os cariocas também tomam sopa, por mais curioso que isso possa parecer.


20. NIK SUSHI. Bastante conhecido pelo povo que freqüenta Ipanema, esse restaurante japonês faz um rodízio de sushi muito correto, com peixes fresquinhos e gostosos. Ao invés de eles trazerem aquela montanha de hossomakis sem graça que você terá que comer, é você que especifica o que deseja comer e em que quantidade, preenchendo uma fichinha. E pode repetir à vontade, pagando um preço fixo (R$ 26,90 no almoço, R$ 38,90 no jantar e nos finais de semana, quando costuma lotar). O ambiente é descontraído, mas intimista, numa das melhores opções para comer depois de um longo dia de praia.