segunda-feira, 21 de abril de 2008

De repente, virei trintão

Enquanto escrevo estas palavras, cruzo uma linha imaginária diferente de todas aquelas que eu atravessei antes. Nenhum outro aniversário me pareceu tão significativo quanto este: acabo de completar 30 anos.

De repente, eu me assusto ao parar, pensar e constatar quanta coisa já vivi na minha vida. O que antes era "bem pouquinho" (a primeira infância, os anos de colégio, a primeira faculdade), agora se transformou em três décadas - e no espaço de tempo de trinta anos, cabe coisa pra caramba. Algumas épocas parecem ter demorado para passar; já o período dos meus 23 até esses 30 simplesmente escorreu pelos meus dedos. Com todas as coisas que eu fiz e vivi, parece que alguém lá em cima apertou o fast forward e os anos foram correndo, meio anestesiados entre a overdose de informações úteis e inúteis do mundo moderno, as idas e vindas do escritório, o trânsito de São Paulo, os sucessivos treinos de musculação, as baladinhas aqui e ali, amigos que chegaram e partiram. Sinto na carne o peso do provérbio latino: tempus fugit, o tempo foge. Acordei de um transe e percebi que um tempão da minha vida já passou e não volta mais.

A constatação mais sintomática que eu faço (na verdade venho fazendo nos últimos meses): músicas que para mim foram lançadas "outro dia" e são "atuais" já têm seus 10, 15 anos. Na minha FM mental [explico: na minha cabeça nunca existe o silêncio, sempre tem alguma música tocando, como uma rádio que nunca sai do ar], o repertório vai ficando datado: as músicas que meus neurônios reproduzem são, em grande parte, dos anos 80 e 90 - mas estamos quase terminando a década de 00! Claro que nesta década eu não me tranquei no quarto nem parei de ouvir música (au contraire: ouvi até mais música depois que mergulhei no mundo da eletrônica), mas a impressão que tenho é que os hinos que marcaram e marcarão, as "músicas da minha vida", em geral já foram feitos. De vez em quando eu até incorporo algo novo, uma Amy Winehouse aqui, um Hot Chip ali, uma Rihanna acolá, mas já não tenho mais o mesmo ávido interesse em consumir todas as bandinhas do momento, como eu fazia, adolescente, nos anos 90. Hoje, acho que o rádio e a televisão só nos despejam porcaria, o universo pop está esgotado, empobrecido: das bandas que representam o rock nacional (?) até as novelas da Globo, me parece que tudo era muito melhor nos anos 80 e 90. Mas será que era mesmo? Ou será que eu é que estou incorporando o mesmo discurso saudosista que meus pais e tios usavam quando me viam escutando Guns N'Roses e Nirvana ("a música de hoje não presta, no meu tempo era melhor!"), um discurso que eu sempre considerei... "de velho"?

Mas não são só as minhas referências pop que entregam que eu não sou mais um garotinho: meu próprio corpo está tratando de dar o recado. Os dias - e anos - inteiros sentados na frente do computador começam a cobrar a conta: dores lombares passaram a ser comuns e, no final do dia, voltando da faculdade, minha vista está bem cansada. Na verdade, o cansaço que mais me pesa é outro: o pós-balada. Uma noite em claro passou a ter um custo físico que antes simplesmente não existia. E isso independe de quantas eu tenha tomado ou deixado de tomar. O dia seguinte é perdido (invejo os que conseguem dormir até três da tarde e acordar renovados; eu durmo pouco e fico moído) e, na academia, levo mais dois dias pra retomar o ritmo. De repente, uma boa noite de sono passou a ser muito mais valiosa e importante do que era - quando eu era criança, dormir era pura perda de tempo.

Nesse contexto, hoje me é cada vez mais difícil sair quatro, três, às vezes até duas noites seguidas. Quando insisto, vejo que o cansaço não me deixa curtir legal. Mas confesso que nem acho tão ruim assim estar com a "autonomia de jogação" reduzida. A essa altura do campeonato, tendo saído na noite gay por dez anos, ido a todas as grandes festas, viajado um pouco e realizado meu sonho de conhecer a cena de Ibiza, tendo visto que, apesar dos coloridos regionais, as semelhanças são maiores do que as diferenças, hoje eu sinto que, de certa forma, já vi tudo. Claro que o pressuposto básico da diversão (ver gente nova e bonita, estar com os amigos, dançar, dar risada) nunca muda, mas é cada vez mais raro ver algo que realmente me excite, me surpreenda. Troca-se o DJ ou a decoração, mas no fundo as pessoas continuam girando em círculos, mantendo a cabecinha aérea no circo de ilusões que elas precisam criar para compensar as amolações que todas enfrentam. Se antes eu criava uma expectativa em cima do próximo fim-de-semana ("todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite", dizia o também datado Lulu), agora percebo que o pote de ouro, o brinde-surpresa no fundo da caixa de Sucrilhos, não está na noite. E qualquer pensamento no sentido contrário é pura fantasia.

Por outro lado, antes que vocês pensem que o Introspective virou um velho rabugento, com cabeça de 75, tenho que reconhecer que esse momento da vida também tem suas vantagens. Se não posso dizer que, da noite para o dia, já colho os frutos de "todas as conquistas da maturidade", começo a perceber que a experiência dá uma serenidade e um jogo de cintura que fazem a gente encarar certas situações de um jeito muito melhor. Uma das lições: somos todos muito parecidos uns com os outros naquilo que temos de mais humano. Todos têm inseguranças - até os mais bonitos, os mais fodões, os mais admirados, aqueles que, do alto da nossa inexperiência, imaginamos que não sentem e não sofrem. As pessoas criam cascas, batem primeiro para não apanhar, mas todas têm os mesmos impasses, as mesmas incertezas diante da vida e do futuro, e cada uma lida com tudo isso do jeito que consegue.

Outra santa conquista: com o tempo, a gente aprende a se gostar mais. Aceitando os defeitos e vendo que talvez nem seja o caso de ficar lutando e se debatendo para mudar coisas que são parte do nosso pacote, da nossa essência, daquilo que somos. E, na hora de escolher nossas companhias - na cama, na pista, na vida - percebemos que temos que ficar com quem também gosta da gente como a gente é.

Com trinta anos, livres do ímpeto e menos vítimas da ansiedade, vemos que nada mais é "para ontem", ou pelo menos não precisa ser. Não cruzamos mais a cidade numa noite chuvosa, de ônibus, só por causa de uma simples foda. Não ficamos na maior aflição porque precisamos impressionar alguém, porque cometemos uma gafe, porque não podíamos ter perdido aquela festa, aquele momento, aquela chance. Sabemos que, se no fundo tudo depende da gente, o que é nosso vem na nossa mão. E, se não deu certo, de repente foi porque não era pra dar mesmo. E lá na frente a vida vai colocar uma resposta no nosso caminho.

No fim das contas, vencidos alguns obstáculos, continuaremos sendo sujeitos a outros desafios, outras pressões, outras decepções - vamos cair em alguns momentos, mas levaremos cada vez menos tempo para levantar e seguir em frente. E nos resignaremos diante daquilo que não estiver ao nosso alcance. Por melhores que sejam as intenções, por maiores que sejam os esforços, talvez não realizemos na nossa existência tudo aquilo a que nos propusemos. Ou, pelo menos, não do jeito que sonhamos. Mas, com tudo aquilo que a vida tem de aleatório, misterioso ou indecifrável, sacamos que a nossa felicidade não está em onde a gente chegou, mas em como a gente aproveitou o passeio. Espero conseguir desfrutar cada vez mais a minha travessia, e terminá-la com a sensação de que, acima de tudo, fui feliz. Tenho muito chão pela frente.

terça-feira, 15 de abril de 2008

É por isso que brigamos

Uma das bandeiras mais importantes carregadas pelo movimento homossexual no Brasil é o que a mídia chama, com muita impropriedade, de "casamento gay". Impropriedade porque isso dá a falsa impressão de que o que os gays querem é subverter um ritual da Igreja Católica (o casamento), o que significaria uma profusão de noivos barbados entrando de véu e grinalda pelas portas de igrejas mundo afora, go-go boys cobertos de óleo marchando sobre o Vaticano, e por aí vai. Obviamente, a definição de casamento não comporta esse tipo de distorção, e por isso vemos um monte de autoridades religiosas dizendo na TV que isso não pode, isso não existe, que segundo a Bíblia o homem só se casa com a mulher e coisas do tipo. Se eles estão certos nisso (afinal, como vimos, a heterossexualidade está na raiz desse ritual católico que é o casamento), por outro lado não conseguem enxergar que o verdadeiro sentido da nossa luta não é esse. E que esse desvirtuamento só atrapalha a discussão.

Se alguns casais sentem a necessidade de coroar sua união em cerimônias simbólicas neste ou naquele estilo (como a que discutimos no post anterior), o que a esmagadora maioria dos gays e lésbicas quer é, tão somente, a tutela do Estado para uma situação de fato - a união estável - que não conta com o mesmo reconhecimento jurídico daquelas realizadas entre casais heterossexuais. O nosso ordenamento simplesmente ignora a existência de relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo, e com isso o Poder Judiciário se vê muitas vezes sem subsídios legais para assegurar aos homossexuais a proteção de direitos básicos - ainda que, por uma simples questão de isonomia ("todos são iguais perante a lei"), eles já sejam, em tese, portadores desses direitos.

Sem a proteção do Direito, as dificuldades que os casais gays e lésbicos encontram em suas vidas civis são inúmeras. Sem o reconhecimento de sua união, os cônjuges não têm direito à assistência do Estado em um divórcio litigioso, por exemplo (com muita sorte, podem pegar um juiz mais moderninho que leve a coisa para o lado da "sociedade de fato", ou seja, uma união de duas pessoas para um fim econômico comum, sem a discussão do vínculo afetivo). Outra dificuldade: como, para todos os efeitos, não existe ali um "casal", um não pode incluir o outro como dependente no convênio médico ou no plano de previdência (ainda são poucas as empresas que, por conta própria, reconhecem essa situação em seus empregados). E, se um dos dois vier a adoecer, o outro não pode tomar por ele no hospital as decisões que caberiam a um cônjuge tomar.

Mas há situações ainda mais graves. Como sabemos, os casais gays nem sempre podem contar com o apoio de suas famílias: muitas vezes, não são aceitos e, para ficarem juntos, são obrigados a romper com elas e viver marginalizados, privados do convívio familiar. Mesmo que tenham passado a vida inteira juntos e construído um patrimônio comum, quando um deles morre o outro não é reconhecido como seu viúvo e não tem os respectivos direitos assegurados, inclusive no que diz respeito à sucessão patrimonial. Como não existia ali uma união reconhecida juridicamente, a condução do inventário e a sucessão dos bens não vão para o cônjuge sobrevivente, como numa união heterossexual, mas sim para a família do morto. A mesma família que primeiro vira as costas para o seu membro, negando-lhe amor, carinho e compreensão, depois aparece para se apossar do patrimônio que ele construiu junto com seu companheiro - enquanto esse fica a ver navios.

É exatamente esse o drama pelo qual passa o casal da foto. Fábio (de regata verde) e José (sem camisa), do Rio Grande do Sul, viveram juntos por quase dez anos e construíram um patrimônio comum. No dia 29 de fevereiro, Fábio teve um aneurisma e faleceu. Logo após o enterro, a família de Fábio tomou posse do apartamento do casal em Porto Alegre e expulsou José, sem sequer dar a ele o direito de pegar seus pertences pessoais, e ainda por cima fazendo sérias acusações contra ele (de que teria se apropriado de dinheiro de seu marido). Hoje, José luta para que a Justiça confira à união de quase dez anos com seu companheiro a mesma proteção jurídica que todo casal heterossexual possui. No dia 12 de março, uma liminar (decisão provisória) assegurou a ele a reintegração de posse no apartamento do casal, ou seja, o direito a continuar morando no imóvel enquanto o processo se desenrola. Mas José ainda tem pela frente uma longa luta com os familiares de Fábio, que nunca aceitaram a união dos dois e querem tomar para si tudo o que o casal construiu, com seu esforço próprio.

Essa é apenas mais um entre inúmeros dramas que gays e lésbicas vivem no Brasil, enquanto os lobbies religiosos do Congresso Nacional emperram a discussão de diversas reformas legais e constitucionais, necessárias para que os homossexuais deixem de ser invisíveis para o Direito e sejam contemplados com os mesmos direitos básicos de qualquer cidadão. E o que podemos fazer a respeito? Mais do que imaginamos. Podemos fazer pressão política, jogando com as mesmas armas legítimas que as forças do preconceito usam para impedir nossos avanços. E podemos dar uma força a José. Nas lojas Foch (em SP, Rio e Curitiba) está sendo disponibilizado um abaixo-assinado para ajudar no reconhecimento de que Fabio e José eram mesmo um casal. Isso será usado como prova na ação judicial de José contra a família de seu companheiro. Quanto mais pessoas (amigas ou não do casal, que era bastante conhecido no meio) forem até lá assinar, comentarem em seus blogs, envolverem-se nessa luta, mais chances José terá de que, lá na frente, a Justiça seja feita e ele seja respeitado na sua condição de cidadão. Boa sorte José, estamos todos torcendo por você!

sábado, 12 de abril de 2008

Bem ou mal, é o que tem pra hoje

Um dos assuntos do momento na blogosfera é o "casamento gay" que teve sua cerimônia transmitida pela Rede TV, na noite do dia 10. O tom geral dos comentários foi bastante negativo: a palavra "cafona" foi a mais empregada. Gui lembrou que essa não foi a primeira cerimônia de união gay do Brasil (muito menos pode ser chamada de "casamento") e arrematou: "é muita vontade da bicha de querer aparecer". Marcos foi além: "fiquei imaginando o pobre coitado do gay enrustido vendo aquilo ao lado de seus pais e tendo que vê-los com aquela cara de reprovação, ora sacaneando, ora lamentando e aí aquele comentário: 'onde vai parar esse mundo!'". Classificou o episódio de "uma grande palhaçada nacional", "cenas monstruosas" que "mancharam um pouco a nossa bandeira".

Bem, mesmo sem ter visto o programa eu tenho certeza de que a Rede TV fez do casamento mais uma atração do seu zoológico de aberrações televisivas, sem nenhuma intenção "edificante" ou "cidadã" (e, se bobear, com direito ao costumeiro "humor heterossexual de mau gosto" a tiracolo). Aposto que a apresentadora Luciana Gimenez e seus ilustres convidados não foram capazes de acrescentar ao quadro nada de útil ou que lhe pudesse dar um significado mais profundo. E, pelo pouco que li, os detalhes da cerimônia também desagradaram meu gosto pessoal - apesar de achar que eles arrasaram ao escolher San Francisco para a lua-de-mel (uma das cidades que eu mais gostei de conhecer até hoje, e para onde pretendo voltar num futuro não muito distante).

No entanto, embora eu concorde que a exibição de referências gays mais "extravagantes" pela mídia acaba dificultando o trabalho de assimilação dos homossexuais pela sociedade (que, sabemos bem, tende a jogar tudo dentro do mesmo caldeirão), não posso deixar de ver o outro lado. As "bichinhas querendo ser celebridade" (para usar as palavras do Marcos) aparecem na mídia porque o grotesco dá ibope, mas também porque são as únicas que se prontificam a assumir o ônus da exposição pública. Por vontade de brilhar, por não terem nada a perder - ou porque realmente têm orgulho do que são (não orgulho de fazer bagunça na Semana da Parada) e conseguem manter a cabeça erguida.

Enquanto isso, gays "honrados", "sérios", "insuspeitos", "viris" e que dariam "melhores exemplos ao País" reclamam confortavelmente sentados em suas poltronas; condenam a iniciativa de quem "só queima o filme da classe", mas não topam pagar o pato e carregar o fardo de emprestar sua própria imagem para pleitear uma maior aceitação da sociedade. Se esses dois se amam de verdade ou querem apenas aparecer (será mesmo?), não me cabe julgar. Agora, se realmente existem na vida real vários exemplos de "dois caras masculinos se casando", como lembra o Marcos, quantos deles dariam a cara a tapa e aceitariam se expor em rede nacional, para mostrar às famílias leigas, que vivem as trevas da intolerância, que os gays são pessoas "normais" (?) como todas as outras? Eu não conheço nenhum, vocês conhecem? Falar é muito fácil.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Em SP, o pedaço mais gostoso de Porto Alegre

Porto Alegre sempre foi para mim uma cidade de passagem entre São Paulo e Florianópolis. Nas duas vezes em que estive na capital gaúcha, assim que encontrei meus amigos já seguirmos de carro para "Santa" (como eles têm o hábito de falar). Neste ano, tenho planos de aproveitar uma das próximas promoções das companhias aéreas para conhecer a cidade melhor e dar uma conferida no fervo. Mesmo sabendo que os gaúchos mais interessantes vivem escondidos e só se liberam quando estão longe de casa.

Uma das poucas lembranças que tenho de Porto Alegre são os incríveis bolos e doces da Bella Gulla: pães-de-ló macios, intercalados por recheios fartos, que não deixam nada a dever aos de boas docerias como Sweet Pimenta e Doce Mania. Fiquei muito feliz quando descobri que a loja já tem filiais em São Paulo (e também em Floripa, Balneário Camboriú e até Maceió). Por aqui, eles abriram um ponto no Shopping Villa-Lobos e outro na Alameda Lorena, 1295 (pouco antes da Padre João Manoel).

O melhor de tudo é que o endereço dos Jardins, além de doceria, é também um excelente restaurante de comida a quilo. O Bella Gulla Fast Bistrô oferece boas saladas, carnes e massas variadas e risotos cremosos (o de funghi é bárbaro), tudo muito bem apresentado e saboroso, num ambiente cool e aconchegante, a apenas R$26,90/kg. É uma dica preciosa para quem trabalha ou mesmo circula pelos Jardins, região onde as boas opções de almoço costumam ser bastante caras. Depois de um prato caprichado, é só arrematar com um copinho de mousse de limão ou um dos fantásticos bolos e tortas que me fizeram amar Porto Alegre.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Only got 4 minutes to save the world!

Estou fazendo o possível para o blog não tomar outro chá de sumiço, mas está difícil. A minha tripla jornada diária está me consumindo, o escritório cheio de bombas explodindo e as provas da faculdade chegando... tenho dormido mal, comido porcaria e malhado metade do que deveria - isso para um mês de outono.

O pior é que o mundo não pára nunca e tem um monte de assuntos esperando para serem comentados. E agora saíram as novas edições da DOM e da Junior - já é hora de dar uma segunda analisada nessas revistas, agora que suas propostas parecem mais maduras e definidas. E ainda vem uma terceira publicação por aí, a Aimé... De qualquer forma, para fazer posts "nas coxas", prefiro não fazer. Sou muito caprichoso com isto aqui - não consigo salvar o mundo em quatro minutos, como Madonna. Então, fico esperando um momento de calma e inspiração, em que eu possa escrever sem ser decapitado aqui no trabalho.

Enquanto não escrevo, tento ficar de olho nos blogs dos amigos. Que, diga-se de passagem, andam escrevendo ensandecidamente: se eu fico uma semaninha sem fazer minha ronda habitual, é mais de uma hora para eu conseguir atualizar todas as leituras. Será que ninguém mais trabalha, não?

Aliás, outra coisa que tem me impressionado é a quantidade de novos blogs que andam pipocando por aí. Vira e mexe, recebo comentários de visitantes que acabaram de abrir seus cantinhos virtuais. Claro que o fenômeno blogger não é nada novo, mas parece que surgiu uma nova onda de blogueiros que, me arrisco a dizer, veio no nosso embalo. Digo isso porque, nos links desses blogs novos, vejo o meu blog e os de vários amigos, que se conhecem e têm animado juntos a blogosfera. Vamos ver o que os novatos têm a dizer - novos textos, com idéias frescas e estilos pessoais próprios, são sempre bem-vindos!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Pacha Buenos Aires traz estrelas de progressive

Se você ficou com vontade de ir a Buenos Aires quando leu o post sobre o Southfest (minifestival que rolou sábado passado), atenção: o Pacha de lá está com uma programação sensacional nos próximos quatro finais de semana. Neste sábado (12/4), o clube recebe o holandês Sander Kleinenberg (que tocou anteontem na Anzu, em Itu). No dia 19, o astro local Martín García comanda mais uma Journey, residência trimestral em que constrói uma longa viagem pelas profundezas da progressive house. Em 26/4, a casa varia de estilo e investe na house de Chicago, trazendo o top Derrick Carter, que já tocou várias vezes no Brasil. E no dia 3/5, os convidados serão a dupla John Creamer & Stephane K, velhos conhecidos dos amantes de um som progressivo mais dark, e responsáveis por hits de pista como "Hide U" e "Wish You Were Here".

Se eu pudesse, nem pensaria duas vezes: iria ver meu ídolo Martín García, aproveitando que dia 21 é meu aniversário e feriado nacional. Mas voltar a ser estudante significa abdicar dos prazeres mundanos quando eles coincidem com a semana de provas... então fica a dica para os aventureiros. Dá para aproveitar um dos próximos feriados ou, para os que puderem tirar uma semana de férias, pegar o Sander no dia 12 e o Martín no dia 19. E nem tchuns para a programação cada vez mais capenga do Skol Beats.

sábado, 5 de abril de 2008

Black is beautiful

Quem me conhece bem sabe que não resisto a uma boa pele morena. Fico doidinho, acho que um pouco de melanina a mais dá um senhor sex appeal a qualquer homem. Deve ser porque sou branquíssimo (quase fluorescente) e os opostos se atraem...

Depois de ficar babando com as fotos de um tal jogador Adriano, do São Paulo, que encheu as páginas dos jornais dessa semana, quase caí para trás com a capa da última Vogue norte-americana. Ela mostra nossa musa Gisele Bünchen ao lado de um verdadeiro deus grego da raça negra, o jogador de basquete LeBron James, do Cleveland Cavaliers. Que cara de mau! Que bração! Vejam só que sortuda a Gisele sendo pega pela cintura por ele...

Na falta dos States, temos Salvador - que é logo ali, bem mais barata e cheia de negros lindos, com muito amor pra dar e com uma ginga e um tempero que só os baianos têm. Até 11 de abril acontece por lá a mostra de cinema gay Possíveis Sexualidades, no Instituto Cervantes, ali na Ladeira da Barra. A programação tem longa-metragens e documentários brasileiros e estrangeiros - entre eles, o argentino XXY (sobre um jovem hermafrodita), o brasileiro Onde Andará Dulce Veiga? (com Patrícia Pillar) e o fofíssimo espanhol Filhote (prato cheio para quem curte bears gostosões). Depois, dá para dar aquela pinta básica no Porto da Barra e, com sorte, cair nos braços de algum "brau". Ou apostar na boate Off, que foi reformada em 2007 e continua dando um bom caldo.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Adeus Lov.e - é hoje

E daqui a pouco, se o sono não me derrubar antes, vou à festa de despedida do Lov.e, o clube que comandou o boom da música eletrônica no país, e está fechando depois de dez anos de ótimos serviços à comunidade. A festa vai da 0h até 12h, bafônica como toda noite histórica deve ser. Passarão pela cabine 25 DJs que fizeram história no clube, de Mau Mau a Daniel U.M., de Renato Lopes a Eli Iwasa, de Julião a Oscar Bueno.

Aqui você lê meu post fazendo um apanhado sobre a história e o significado do Lov.e pra mim; aqui, informações sobre a festa. Pra quem se animar, só R$20 de entrada.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Um mundo de água quente

Embora o centro do fervo - gay ou não - continue sendo o eixo São Paulo-Rio de Janeiro, outras regiões do Brasil também têm os seus babados. Mas, se boa parte dos gays se lembra de Florianópolis e talvez Salvador, a região Centro-Oeste nunca foi levada em consideração pelo povo de fora. Goiânia, Cuiabá e Campo Grande sempre passaram em branco, enquanto Brasília vende a imagem de ser uma cidade-fantasma. Além disso, como seus habitantes mais interessantes sempre acabam dando pinta no Rio ou em SP, não é preciso ir até lá para conferi-los.

No ano passado, com a abertura da Blue Space e uma febre de circuit parties (Fun, Festa da Lili e edições esporádicas da X-Demente), a coisa por ali deu uma certa esquentada - mas, ainda assim, nada que levasse o povo do Sudeste a pegar um avião e fazer o caminho inverso, numo ao Planalto Central. Faltava ainda um grande evento que pusesse a região no mapa da jogação.

Talvez isso esteja prestes a mudar. Começa hoje em Caldas Novas, Goiás, o Hot Mix Festival, um novo festival GLS que reunirá DJs importantes da cena nacional, como Ana Paula, André Queiroz, João Neto, Rafael Calvente, Felipe Lira, Grá Ferreira e Renato Cecin, além dos gringos Fist (Colômbia) e Joe Gauthereaux (EUA). Entre pool parties, festas e afters, serão quatro dias de muita bagunça, num cenário bastante interessante: o Rio Quente Resorts. Além da intensa programação (oito festas no total, com destaque para a E.njoy The Pool, estréia do selo do carioca André Garça em formato aquático), dá ainda para curtir a estrutura de lazer do lugar, com direito a esportes variados (tênis, golfe, mergulho, rapel) e, claro, muito banho de água quente. A idéia veio do próprio resort, que espera receber 3.000 pessoas por dia e fazer o festival anualmente, se tudo der certo.

Aqui em São Paulo, confesso que não vi muita mobilização em torno disso, não. Mas ontem encontrei a Grá no desfile do Rogério Figueiredo e ela me pareceu bastante empolgada, apostando que a idéia ia mesmo pegar. Ela embarcaria hoje pela manhã para Goiânia, de onde seguiria de carro até Caldas Novas, a tempo de tocar na festa de abertura.

Para quem se interessar, o festival vai até domingo (a maioria das festas será amanhã e sábado) e a programação está aqui (o resort não fez nenhuma menção ao evento em seu site, talvez com medo de ficar queimado diante do seu público "família"). Há pacotes a venda a partir de R$ 830 na G Travel, saindo de São Paulo, com aéreo e terrestre. Talvez seja o caso de acompanhar o resultado dessa estréia e, se a aposta da querida Grá estiver certa, se jogar por lá em 2009.