Quem é ligado em gastronomia e adora comer fora e descobrir novos lugares (como eu) sabe que no final do mês a brincadeira não sai nada barata, especialmente se feita todo fim-de-semana e em bons restaurantes. A partir de janeiro, o aumento de preços de vários itens da cesta básica acabou sendo repassado aos cardápios - até os restaurantes por quilo estão visivelmente mais caros.
Por isso, quando algumas das boas casas da cidade se unem para criar menus mais econômicos, ainda que por tempo limitado, só podemos comemorar. Trata-se da Restaurant Week, que chega à sua segunda edição em São Paulo (a primeira foi em setembro passado) e também é feita em capitais como Londres, Sydney e Nova York. A idéia é boa para todo mundo: ganham os clientes (que podem comer fora mais vezes sem comprometer tanto o orçamento), os restaurantes (que têm aumento no movimento e conquistam clientes novos) e as próprias cidades (já que promover a cena gastronômica é uma forma de estimular o turismo).
Nesta edição do evento, as casas envolvidas criaram menus personalizados que incluem entrada, prato principal e sobremesa, ao preço fixo de R$25 no almoço e R$39 no jantar. Tem comida italiana (O Gato Que Ri, La Risotteria, Passaparola), japonesa (Aoyama, Shimo, Nakasa Sushi, Sea House), brasileira (Dona Lucinha, Badaró, Bolinha, Colher de Pau), francesa (La Table O & Co., Lola Bistrot), tailandesa (Nam Thai, Thai Gardens), contemporânea (Chakras, Casa Europa, Capim Santo), mexicana (Obá), chinesa (Forbidden City), judaica (AK Delicatessen), espanhola (El Patio) e até indiana (Ganesh, Govinda). É uma boa chance para conhecer lugares novos (e, se for o caso, até experimentar algum prato fora da promoção, por que não?). Alguns dos restaurantes já divulgaram seus menus - dos que eu vi, gostei especialmente das sugestões do Gardênia, do Bar Brahma e do Capim Santo.
A Restaurant Week começa na próxima segunda (25 de fevereiro) e vai até 9 de março (domingo). Depois, segue para BH, Costa do Sauípe, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Rio e Brasília. Informações (restaurantes envolvidos, cardápios, endereços e cronograma das demais edições brasileiras) podem ser conferidas aqui.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
O ano da bicicleta?
Desde criança, coordenação motora nunca foi o meu forte. Por isso, vivia fugindo de esportes com bola, eterna fonte de constrangimento diante dos coleguinhas (crianças conseguem ser incrivelmente cruéis umas com as outras, até mesmo por conta de sua total inocência). Já andar de bicicleta sempre foi meu esporte favorito. Passeei muito por aí, o que talvez explique a origem das minhas panturrilhas bem torneadas. Num belo dia, tive minha magrela furtada na garagem do prédio, e aí desencanei.
Quinze anos depois, eis que meu melhor amigo carioca veio morar em São Paulo e elegeu a bicicleta como seu meio de transporte diário. Isso me animou a comprar outra bike: agora eu teria companhia para pedalar no fim-de-semana. Ambos moramos bem perto do Parque do Ibirapuera, mas minha idéia é mostrar a ele um pouco mais de São Paulo. Ir até o Parque da Independência no Ipiranga, pedalar pelo Centro (que fica irreconhecivelmente bonito e pacato aos domingos) e percorrer o que eu considero nossa "ciclovia" mais emblemática, como a de Ipanema é para o Rio: o Minhocão.
Agora que estou escolhendo o modelo (praticamente fechei com a Caloi 100 Sport), tenho percebido que as bicicletas estão bastante em alta, aqui e lá fora. Em seus blogs, André Fischer e Marcelo Cia até apostaram nelas como um dos hypes de 2008. Em Sampa, que tem seus grupos organizados fazendo passeios pela cidade há uns bons 15 anos, a novidade é o SP Gay Bikers, primeiro grupo exclusivamente gay, que já tem 100 pessoas cadastradas, blog, comunidade no orkut e reportagem na última edição da Junior. Para pedalar com eles, basta ser homem, gay e maior de 18 anos e comparecer com sua bicicleta e capacete aos encontros.
Enquanto isso, em Paris, o Vélib, sistema de locação de bicicletas lançado em julho passado, está revolucionando o transporte público local. Você carrega uma espécie de cartão e se serve sozinho em milhares de postos de retirada e devolução, sendo que os primeiros 30 minutos de uso são gratuitos (para não pagar nada, basta ficar trocando de bicicleta). Lá, a nova febre do ciclismo chegou até mesmo à indústria do luxo: hotéis como o Plaza Athénée e o Meurice desenvolveram modelos especiais para seus hóspedes, assim como as maisons Hermès e Chanel - o modelo desta última, assinado por Karl Lagerfeld e cheio de detalhes em couro matelassê, está à venda nas boutiques da marca por 9000 euros (cerca de R$23 mil).
Infelizmente, São Paulo não é tão plana nem tão receptiva às bicicletas como a capital francesa. Se por estas bandas carros e motos já se ferem mortalmente, o que dizer dos pobres ciclistas? Segundo dados fornecidos à Junior pela CET, um deles morre a cada 4 dias no trânsito paulistano. Só mesmo sendo muito macho (e bastante teimoso) para usar a bicicleta como transporte do dia-a-dia (a menos que você precise ir apenas até o bairro vizinho, como meu amigão carioca). Mas, como passeio de fim-de-semana, a aventura pode ser bem bacana. No mínimo, você aprende a ver a sua cidade de um outro jeito. Um dia desses, ainda vou sair de madrugada e ver o sol nascer, as cores, cheiros e sons de uma São Paulo serena, acordando devagar. Depois conto tudo aqui.
Quinze anos depois, eis que meu melhor amigo carioca veio morar em São Paulo e elegeu a bicicleta como seu meio de transporte diário. Isso me animou a comprar outra bike: agora eu teria companhia para pedalar no fim-de-semana. Ambos moramos bem perto do Parque do Ibirapuera, mas minha idéia é mostrar a ele um pouco mais de São Paulo. Ir até o Parque da Independência no Ipiranga, pedalar pelo Centro (que fica irreconhecivelmente bonito e pacato aos domingos) e percorrer o que eu considero nossa "ciclovia" mais emblemática, como a de Ipanema é para o Rio: o Minhocão.
Agora que estou escolhendo o modelo (praticamente fechei com a Caloi 100 Sport), tenho percebido que as bicicletas estão bastante em alta, aqui e lá fora. Em seus blogs, André Fischer e Marcelo Cia até apostaram nelas como um dos hypes de 2008. Em Sampa, que tem seus grupos organizados fazendo passeios pela cidade há uns bons 15 anos, a novidade é o SP Gay Bikers, primeiro grupo exclusivamente gay, que já tem 100 pessoas cadastradas, blog, comunidade no orkut e reportagem na última edição da Junior. Para pedalar com eles, basta ser homem, gay e maior de 18 anos e comparecer com sua bicicleta e capacete aos encontros.
Enquanto isso, em Paris, o Vélib, sistema de locação de bicicletas lançado em julho passado, está revolucionando o transporte público local. Você carrega uma espécie de cartão e se serve sozinho em milhares de postos de retirada e devolução, sendo que os primeiros 30 minutos de uso são gratuitos (para não pagar nada, basta ficar trocando de bicicleta). Lá, a nova febre do ciclismo chegou até mesmo à indústria do luxo: hotéis como o Plaza Athénée e o Meurice desenvolveram modelos especiais para seus hóspedes, assim como as maisons Hermès e Chanel - o modelo desta última, assinado por Karl Lagerfeld e cheio de detalhes em couro matelassê, está à venda nas boutiques da marca por 9000 euros (cerca de R$23 mil).
Infelizmente, São Paulo não é tão plana nem tão receptiva às bicicletas como a capital francesa. Se por estas bandas carros e motos já se ferem mortalmente, o que dizer dos pobres ciclistas? Segundo dados fornecidos à Junior pela CET, um deles morre a cada 4 dias no trânsito paulistano. Só mesmo sendo muito macho (e bastante teimoso) para usar a bicicleta como transporte do dia-a-dia (a menos que você precise ir apenas até o bairro vizinho, como meu amigão carioca). Mas, como passeio de fim-de-semana, a aventura pode ser bem bacana. No mínimo, você aprende a ver a sua cidade de um outro jeito. Um dia desses, ainda vou sair de madrugada e ver o sol nascer, as cores, cheiros e sons de uma São Paulo serena, acordando devagar. Depois conto tudo aqui.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Redefinições
Acabou-se o que era doce: passado o Carnaval, é hora de muito trabalho para todos nós. No meu caso, isso quer dizer a volta de uma massacrante jornada tripla, de trabalho, faculdade e academia, agravada por alguns compromissos familiares que eu costumo ter nessa época, até a Páscoa, e mais novos projetos pessoais. Quem sai perdendo é o blog: não tenho a menor condição de escrever aqui com a mesma freqüência de antes - quando muito, posso atualizá-lo duas vezes por semana, e olhe lá.
Por outro lado, esse breque forçado nos posts tem até um lado bom: me dá mais tempo de pensar em novos temas e caminhos para o blog. Andei falando demais de festas, de Floripa, da The Week, do Carnaval... Eram realmente assuntos pertinentes, as atenções estavam voltadas para eles. Mas não dá para ficar girando apenas em torno disso. Se alguns leitores freqüentam este espaço justamente para ler sobre esses temas, outros já devem estar cansados - como eu mesmo estou, de falar sobre eles. Tenho inclusive recebido alguns comentários que, se não deixam de ser elogiosos ao blog, pedem por coisas novas.
E eles estão cobertos de razão. O mundo é vasto, há sempre muito mais coisas acontecendo, e que poderiam dar ótimos posts. Um bom blogueiro é capaz de farejar novos assuntos em todo lugar. Ser especialista em um determinado mundinho pode ser bom (e eu nem tenho essa pretensão), mas não se limitar a ele é ainda mais interessante. Não vou parar de falar sobre os assuntos que me agradam (afinal, é essa a idéia do blog), mas podem esperar coisas diferentes também. Assim que eu tiver tempo de escrever novamente...
Por outro lado, esse breque forçado nos posts tem até um lado bom: me dá mais tempo de pensar em novos temas e caminhos para o blog. Andei falando demais de festas, de Floripa, da The Week, do Carnaval... Eram realmente assuntos pertinentes, as atenções estavam voltadas para eles. Mas não dá para ficar girando apenas em torno disso. Se alguns leitores freqüentam este espaço justamente para ler sobre esses temas, outros já devem estar cansados - como eu mesmo estou, de falar sobre eles. Tenho inclusive recebido alguns comentários que, se não deixam de ser elogiosos ao blog, pedem por coisas novas.
E eles estão cobertos de razão. O mundo é vasto, há sempre muito mais coisas acontecendo, e que poderiam dar ótimos posts. Um bom blogueiro é capaz de farejar novos assuntos em todo lugar. Ser especialista em um determinado mundinho pode ser bom (e eu nem tenho essa pretensão), mas não se limitar a ele é ainda mais interessante. Não vou parar de falar sobre os assuntos que me agradam (afinal, é essa a idéia do blog), mas podem esperar coisas diferentes também. Assim que eu tiver tempo de escrever novamente...
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
The Week: expandindo seus horizontes musicais
Meus leitores mais antigos sabem que eu sempre fui meio crítico em relação ao som imposto pelas nossas pistas gays. Muitos DJs dizem que não podem fugir do lugar-comum e do bate-cabelo, porque isso acabaria desagradando a maioria dos freqüentadores e a pista tem que funcionar. E, para meu azar, meu gosto destoa do da maioria: sou uma das poucas pessoas que conheço que não consideram Offer Nissim a última Coca-Cola do deserto, muito menos o novo grande gênio da música.
No entanto, preferências à parte, não posso deixar de reconhecer: a The Week tem trazido para o público todos os DJs mais relevantes das diversas facções da cena gay mundial. Dos Estados Unidos já vieram todos os principais nomes do circuitão tribal (Tony Moran, Abel e Ralph Rosario, Manny Lehman, Chris Cox, Eric Cullemberg, Brett Henrichsen e, claro, o austríaco-de-Nova-York Peter Rauhofer) e, numa linha não tão focada no gueto, Danny Tenaglia e Victor Calderone. Da Europa, a casa trouxe o funky house inglês dos Freemasons e está estreitando relações com um dos mais fortes selos de festas da Espanha, o Matinée Group, responsável pelo melhor after de Barcelona e pela melhor festa gay do verão de Ibiza. De Buenos Aires, veio Aldo Haydar, biscoito fino da cena eletrônica portenha, residente do after que junta o povo mais bonito e fervido da cidade.
Claro que nem todos esses DJs são do meu gosto, e outros que aprecio ainda não vieram (estou confiante que o pessoal da TW ainda vai descobrir o Ismael Rivas, residente da Space of Sound de Madrid; como parece que eles lêem este blog, fica aqui a dica). Mas tenho que lembrar que a TW não é uma casa especificamente voltada à música eletrônica, e sim um megaclube gay destinado a agradar multidões de duas, três mil pessoas. Quem quer um som mais elaborado, moderno ou alternativo tem outros espaços na cidade que são direcionados a isso.
Mesmo assim, às vezes acho que a TW ainda poderia explorar mais outros estilos que também agradariam a boa parte dos ouvidos gays. Outras vertentes da house music, que é tão rica. De vez em quando, até vejo algum residente tentando (sobretudo o João Neto, que me parece ser o que mais pesquisa hoje em dia), mas ainda acho pouco. Parece que o clube ainda tem um certo pudor em ousar, como se a "proposta" da casa não permitisse.
Se essa limitação realmente existe, parece que André Almada veio com uma solução interessante para contorná-la: juntar forças com outros clubes. Que ofereçam um cardápio eletrônico mais variado, mas também tenham algo a oferecer para o freqüentador da The Week, mesmo não sendo clubes gays. E a escolha não poderia ter sido outra senão o Sirena e o Pacha. Ambos têm um público bonito, eclético e que aprecia música eletrônica, além de uma proposta musical que privilegia a house, especialmente progressive house e electrohouse - estilos bastante compatíveis com os "theweekeiros" (pelo menos os não tão viciados em tribal). Não por acaso, não são poucos os gays que freqüentam esses dois lugares e se divertem numa boa (o Sirena sempre foi meu clube preferido no Brasil).
A idéia dos três clubes é fazer uma parceria para trazer grandes atrações de fora, em festas conjuntas. O pontapé inicial será nesse fim-de-semana, quando a The Week descerá a serra para fazer duas festas em Maresias. A primeira, mais light, será na noite de sábado, no Morocco, espécie de "lounge dançante temático" dos donos do Sirena. A segunda será uma day party no próprio Sirena, na tarde do domingo. Quem ainda não freqüenta o Sirena e o Pacha já pode começar a ir se preparando para dançar muita música boa - e ver muito homem-diliça naquela zona cinzenta, "que não é mas pode vir a ser a qualquer momento". Essa aliança promete!
No entanto, preferências à parte, não posso deixar de reconhecer: a The Week tem trazido para o público todos os DJs mais relevantes das diversas facções da cena gay mundial. Dos Estados Unidos já vieram todos os principais nomes do circuitão tribal (Tony Moran, Abel e Ralph Rosario, Manny Lehman, Chris Cox, Eric Cullemberg, Brett Henrichsen e, claro, o austríaco-de-Nova-York Peter Rauhofer) e, numa linha não tão focada no gueto, Danny Tenaglia e Victor Calderone. Da Europa, a casa trouxe o funky house inglês dos Freemasons e está estreitando relações com um dos mais fortes selos de festas da Espanha, o Matinée Group, responsável pelo melhor after de Barcelona e pela melhor festa gay do verão de Ibiza. De Buenos Aires, veio Aldo Haydar, biscoito fino da cena eletrônica portenha, residente do after que junta o povo mais bonito e fervido da cidade.
Claro que nem todos esses DJs são do meu gosto, e outros que aprecio ainda não vieram (estou confiante que o pessoal da TW ainda vai descobrir o Ismael Rivas, residente da Space of Sound de Madrid; como parece que eles lêem este blog, fica aqui a dica). Mas tenho que lembrar que a TW não é uma casa especificamente voltada à música eletrônica, e sim um megaclube gay destinado a agradar multidões de duas, três mil pessoas. Quem quer um som mais elaborado, moderno ou alternativo tem outros espaços na cidade que são direcionados a isso.
Mesmo assim, às vezes acho que a TW ainda poderia explorar mais outros estilos que também agradariam a boa parte dos ouvidos gays. Outras vertentes da house music, que é tão rica. De vez em quando, até vejo algum residente tentando (sobretudo o João Neto, que me parece ser o que mais pesquisa hoje em dia), mas ainda acho pouco. Parece que o clube ainda tem um certo pudor em ousar, como se a "proposta" da casa não permitisse.
Se essa limitação realmente existe, parece que André Almada veio com uma solução interessante para contorná-la: juntar forças com outros clubes. Que ofereçam um cardápio eletrônico mais variado, mas também tenham algo a oferecer para o freqüentador da The Week, mesmo não sendo clubes gays. E a escolha não poderia ter sido outra senão o Sirena e o Pacha. Ambos têm um público bonito, eclético e que aprecia música eletrônica, além de uma proposta musical que privilegia a house, especialmente progressive house e electrohouse - estilos bastante compatíveis com os "theweekeiros" (pelo menos os não tão viciados em tribal). Não por acaso, não são poucos os gays que freqüentam esses dois lugares e se divertem numa boa (o Sirena sempre foi meu clube preferido no Brasil).
A idéia dos três clubes é fazer uma parceria para trazer grandes atrações de fora, em festas conjuntas. O pontapé inicial será nesse fim-de-semana, quando a The Week descerá a serra para fazer duas festas em Maresias. A primeira, mais light, será na noite de sábado, no Morocco, espécie de "lounge dançante temático" dos donos do Sirena. A segunda será uma day party no próprio Sirena, na tarde do domingo. Quem ainda não freqüenta o Sirena e o Pacha já pode começar a ir se preparando para dançar muita música boa - e ver muito homem-diliça naquela zona cinzenta, "que não é mas pode vir a ser a qualquer momento". Essa aliança promete!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Poção mágica
Para enterrar de vez o assunto Floripa, aqui vai a receita do combustível oficial do meu Carnaval. É a Paulada, uma vitamina deliciosa que eu sempre tomava na Praia Mole, no Quiosque da Praia, já desde 2005. Como eu ia tomar a minha Paulada rigorosamente todos os dias, fui ficando amigo do pessoal de lá e, no último dia, eles acabaram me dando a receita. É docinha, nutritiva e desce redondo depois de uma balada intensa. Pena que as festas acabavam às 7 da manhã e o Quiosque só abria depois das 9...
Coloque no copo do liquidificador 1 saquinho de 150g de polpa de açaí, 2 bananas nanicas e 6 morangos. Complete com 330ml de suco de laranja espremido na hora e coado (suco de caixinha ou concentrado não serve, o gosto fica diferente). Adoce com 50ml (a medida de um copinho de café de plástico) de xarope de guaraná. Não ponha gelo - basta que a polpa do açaí esteja gelada. Se preferir menos doce, reduza o xarope. Bata e tome em seguida.
[Foto: muita Paulada para ficar pau-a-pau com o surfista ali no fundo]
Coloque no copo do liquidificador 1 saquinho de 150g de polpa de açaí, 2 bananas nanicas e 6 morangos. Complete com 330ml de suco de laranja espremido na hora e coado (suco de caixinha ou concentrado não serve, o gosto fica diferente). Adoce com 50ml (a medida de um copinho de café de plástico) de xarope de guaraná. Não ponha gelo - basta que a polpa do açaí esteja gelada. Se preferir menos doce, reduza o xarope. Bata e tome em seguida.
[Foto: muita Paulada para ficar pau-a-pau com o surfista ali no fundo]
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Floripa: um guia para ferver em 2009
A essas alturas, todo mundo já trocou suas impressões sobre o último Carnaval. E quem foi para Florianópolis voltou fazendo a maior propaganda, prometendo repetir a dose em 2009 e levar junto os amigos que ainda não conhecem. Pensando nesses últimos, aproveitei que o assunto ainda está fresco e incorporei ao guia anterior um pouco da experiência que tivemos em 2008, num texto que serve como fonte de consulta para o ano que vem.
COMO IR. Obviamente, o avião é a opção mais confortável - quem planeja a viagem com antecedência consegue tarifas bem mais em conta. Nesse caso, a menos que você fique hospedado na própria Praia Mole, é melhor alugar um carro para se locomover (o custo fica bem mais suave se dividido entre 3 ou 4 pessoas, as distâncias são grandes e há poucos táxis e ônibus na ilha). Por outro lado, ir de carro desde São Paulo não é impossível: um grupo bem entrosado, com 1 ou 2 motoristas experientes, consegue tirar de letra as 8 horas de viagem (isso sem imprevistos, como acidentes ou quedas de barreira). O pior trecho da BR-116 fica no sul do estado de SP (Miracatu, Registro), onde o asfalto é bastante esburacado e há uns bons 50km de pista não-duplicada (sendo que o excesso de caminhões torna qualquer ultrapassagem perigosa).
ONDE FICAR. O mais cômodo para o turista gay é se hospedar na Praia Mole: não precisa de carro nem para ir à praia mais fervida da ilha, nem para se jogar na The Week. Mas o único hotel disponível, o Praia Mole Eco Village, não faz jus aos altos preços: o conforto dos quartos não é superior ao de uma boa pousada. Outra opção, sem sair da Mole, é tentar alugar uma das casas do novo condomínio que se instalou ao lado do hotel. O Centro tem preços convidativos, mas a distância e os inevitáveis engarrafamentos para ir e voltar da praia podem não justificar a economia. A Lagoa da Conceição é encarecida pela proximidade com as praias, mas sofre com o trânsito dia e noite. A região que melhor concilia conveniência e preço é a Barra da Lagoa: tem fácil acesso à Mole (é a praia vizinha, mas na direção oposta à do Centro, o que a livra do trânsito complicado) e boa variedade de pousadas (a Girassóis da Barra tem piscina e atendimento fofíssimo), além de casas para alugar.
ONDE COMER. A gastronomia não chega a ser uma atração de Floripa: a cidade é uma das capitais brasileiras com menor número de restaurantes estrelados. Durante o dia, acaba-se comendo na praia mesmo - na Mole, vale a pena deixar para trás o serviço ineficiente do Bar do Deca e ir almoçar no lado hétero da praia. O Quiosque da Praia tem sucos e vitaminas deliciosos, além de salgados assados e sanduíches naturais; já o Barraco da Mole tem bons pratos de peixe e camarão e ótimas caipiroskas - é mais caro, mas tem boa freqüência e uma house music deliciosa. À noite, há opções ligeiras no Centrinho da Lagoa, passando a ponte após a Av. das Rendeiras (mas a muvuca adolescente pode incomodar). Para jantar bem na estrada da Mole para a Barra da Lagoa, tente o Ponta das Caranhas, com pratos fartos à beira da Lagoa da Conceição, ou o charmosíssimo Bistrô Isadora Duncan, um dos melhores da cidade - não perca o Camarão Encantado, flambado no cointreau com laranja e pimenta verde, mais arroz de côco e batatas sautée.
E SE CHOVER? Cruze os dedos para o tempo ajudar: não espere de Florianópolis o mesmo número de "planos B" para dias de chuva de São Paulo ou do Rio de Janeiro. O grande atrativo da ilha são mesmo suas lindas praias - saindo do burburinho Praia Mole-Lagoa da Conceição, há muito mais a se conhecer: Ribeirão da Ilha, a Baía dos Golfinhos, a Ilha do Campeche... [veja aqui algumas fotos de Floripa feitas por Renata Diem, uma talentosa fotógrafa nativa]. Agora, se o tempo fechar mesmo, não tem jeito: só resta pegar um cineminha em algum dos novos shopping centers da cidade (Floripa e Iguatemi). Ou mesmo descansar e ler um bom livro. Para os que curtem sauna, a Thermas Oceano, no Centro, mistura ilhéus e turistas e pode render animadas tardes de pegação.
AS FESTAS. A estrela do último Carnaval gay foi a The Week, que montou um clube de verão à beira da Lagoa da Conceição. Suas cinco festas, com os DJs residentes da matriz mais atrações gringas de peso, atraíram todas as "circuiteiras" de plantão, num desfile de corpos sarados - todos os rostos conhecidos da noite paulistana estavam lá. Para 2009, a TW promete uma estrutura ainda maior. Outro grande sucesso que deve se repetir é a Sunrise, festa que acontece a bordo de um barco que faz um passeio ao redor da ilha, e considerada por muitos a melhor do Carnaval. Já os nativos e boa parte do pessoal do Sul preferem os favoritos locais, como a boate Concorde e o Mix Café (que abrem todos os dias do Carnaval e lotam), além da pool party Troy. No meio-termo, quem quer ver paulistas e sulistas deve apostar na festa E-Joy (esse selo paulista já investe em Floripa há bastante tempo). No circuito eletrônico, top DJs da cena mundial se apresentam nos megaclubes El Divino (em Jurerê Internacional, Floripa), Green Valley (em Balneário Camboriú) e Warung (na Praia Brava de Itajaí, acessível somente de carro). A Brava de Itajaí, diga-se de passagem, respira música eletrônica também durante o dia, com as day parties promovidas na praia pelo Kiwi.
COMO IR. Obviamente, o avião é a opção mais confortável - quem planeja a viagem com antecedência consegue tarifas bem mais em conta. Nesse caso, a menos que você fique hospedado na própria Praia Mole, é melhor alugar um carro para se locomover (o custo fica bem mais suave se dividido entre 3 ou 4 pessoas, as distâncias são grandes e há poucos táxis e ônibus na ilha). Por outro lado, ir de carro desde São Paulo não é impossível: um grupo bem entrosado, com 1 ou 2 motoristas experientes, consegue tirar de letra as 8 horas de viagem (isso sem imprevistos, como acidentes ou quedas de barreira). O pior trecho da BR-116 fica no sul do estado de SP (Miracatu, Registro), onde o asfalto é bastante esburacado e há uns bons 50km de pista não-duplicada (sendo que o excesso de caminhões torna qualquer ultrapassagem perigosa).
ONDE FICAR. O mais cômodo para o turista gay é se hospedar na Praia Mole: não precisa de carro nem para ir à praia mais fervida da ilha, nem para se jogar na The Week. Mas o único hotel disponível, o Praia Mole Eco Village, não faz jus aos altos preços: o conforto dos quartos não é superior ao de uma boa pousada. Outra opção, sem sair da Mole, é tentar alugar uma das casas do novo condomínio que se instalou ao lado do hotel. O Centro tem preços convidativos, mas a distância e os inevitáveis engarrafamentos para ir e voltar da praia podem não justificar a economia. A Lagoa da Conceição é encarecida pela proximidade com as praias, mas sofre com o trânsito dia e noite. A região que melhor concilia conveniência e preço é a Barra da Lagoa: tem fácil acesso à Mole (é a praia vizinha, mas na direção oposta à do Centro, o que a livra do trânsito complicado) e boa variedade de pousadas (a Girassóis da Barra tem piscina e atendimento fofíssimo), além de casas para alugar.
ONDE COMER. A gastronomia não chega a ser uma atração de Floripa: a cidade é uma das capitais brasileiras com menor número de restaurantes estrelados. Durante o dia, acaba-se comendo na praia mesmo - na Mole, vale a pena deixar para trás o serviço ineficiente do Bar do Deca e ir almoçar no lado hétero da praia. O Quiosque da Praia tem sucos e vitaminas deliciosos, além de salgados assados e sanduíches naturais; já o Barraco da Mole tem bons pratos de peixe e camarão e ótimas caipiroskas - é mais caro, mas tem boa freqüência e uma house music deliciosa. À noite, há opções ligeiras no Centrinho da Lagoa, passando a ponte após a Av. das Rendeiras (mas a muvuca adolescente pode incomodar). Para jantar bem na estrada da Mole para a Barra da Lagoa, tente o Ponta das Caranhas, com pratos fartos à beira da Lagoa da Conceição, ou o charmosíssimo Bistrô Isadora Duncan, um dos melhores da cidade - não perca o Camarão Encantado, flambado no cointreau com laranja e pimenta verde, mais arroz de côco e batatas sautée.
E SE CHOVER? Cruze os dedos para o tempo ajudar: não espere de Florianópolis o mesmo número de "planos B" para dias de chuva de São Paulo ou do Rio de Janeiro. O grande atrativo da ilha são mesmo suas lindas praias - saindo do burburinho Praia Mole-Lagoa da Conceição, há muito mais a se conhecer: Ribeirão da Ilha, a Baía dos Golfinhos, a Ilha do Campeche... [veja aqui algumas fotos de Floripa feitas por Renata Diem, uma talentosa fotógrafa nativa]. Agora, se o tempo fechar mesmo, não tem jeito: só resta pegar um cineminha em algum dos novos shopping centers da cidade (Floripa e Iguatemi). Ou mesmo descansar e ler um bom livro. Para os que curtem sauna, a Thermas Oceano, no Centro, mistura ilhéus e turistas e pode render animadas tardes de pegação.
AS FESTAS. A estrela do último Carnaval gay foi a The Week, que montou um clube de verão à beira da Lagoa da Conceição. Suas cinco festas, com os DJs residentes da matriz mais atrações gringas de peso, atraíram todas as "circuiteiras" de plantão, num desfile de corpos sarados - todos os rostos conhecidos da noite paulistana estavam lá. Para 2009, a TW promete uma estrutura ainda maior. Outro grande sucesso que deve se repetir é a Sunrise, festa que acontece a bordo de um barco que faz um passeio ao redor da ilha, e considerada por muitos a melhor do Carnaval. Já os nativos e boa parte do pessoal do Sul preferem os favoritos locais, como a boate Concorde e o Mix Café (que abrem todos os dias do Carnaval e lotam), além da pool party Troy. No meio-termo, quem quer ver paulistas e sulistas deve apostar na festa E-Joy (esse selo paulista já investe em Floripa há bastante tempo). No circuito eletrônico, top DJs da cena mundial se apresentam nos megaclubes El Divino (em Jurerê Internacional, Floripa), Green Valley (em Balneário Camboriú) e Warung (na Praia Brava de Itajaí, acessível somente de carro). A Brava de Itajaí, diga-se de passagem, respira música eletrônica também durante o dia, com as day parties promovidas na praia pelo Kiwi.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
O sobe-e-desce do Carnaval Floripa 2008
Este foi "o" verão para Florianópolis. A cena gay vinha crescendo devagar até o ano passado, quando a The Week começou a investir lá, ainda de forma experimental. Mas 2008 foi o ano da consagração. E não só entre os gays - com o balneário de Jurerê Internacional na moda entre os emergentes, Floripa também ganhou espaço na mídia careta, incluindo uma reportagem de capa na Veja São Paulo. O auge de tudo isso foi o Carnaval: a ilha ferveu como nunca. E muitos gays que pisaram ali pela primeira vez ficaram encantados. Não era para menos: quem apostou em Floripa teve dias lindos de sol, festas incríveis e muita, muita gente bonita. Aquele era, definitivamente, o lugar para se estar. Duro foi voltar para casa!
UAU:
1) SOL, SOL, SOL! O prognóstico era de assustar: a poucos dias do começo da folia, o Sul do Brasil era castigado por chuvas fortíssimas, que fizeram a prefeitura de Florianópolis declarar estado de emergência e pedir para as pessoas não saírem de casa. Várias barreiras caíram nas estradas - teve gente de Porto Alegre que foi obrigada a pernoitar no caminho e levou 22 horas para chegar em Floripa. Mas quem resistiu à tentação de cancelar a viagem (ou transferir os planos para o Rio) não se arrependeu: tirando os leves chuviscos no fim das tardes de sábado e domingo, a ilha foi presenteada com dias ensolarados e perfeitos, de céu azul sem uma nuvem no céu. Já quem escolheu o Rio... pegou uma corzinha na sexta e no sábado, mas passou o resto do Carnaval embaixo de chuva.
2) O TOQUE DE MIDAS DA THE WEEK. Floripa já agradava os gays pelo fervo na Praia Mole. Mas suas poucas opções noturnas, a boate Concorde e o Mix Café, faziam feio diante da opulência das festas do carnaval carioca. Agora a The Week trouxe o ingrediente que faltava para transformar a ilha em destino gay de primeira linha: baladas com o padrão de qualidade do eixo Rio-SP. A estrutura montada à beira da Lagoa da Conceição abusou da beleza natural do lugar, deixando as festas muito mais bonitas do que no Cine-Ideal-de-luxo. Como era de se esperar, nos cinco dias em que esteve aberta, a casa de André Almada reuniu o filé mignon da beleza masculina: os caras mais gatos do circuito estavam lá e todas as festas bombaram. Eu preferi a de sábado: o astral era o mais alto possível, com os amigos de todo o Brasil se reencontrando, deslumbrados com a beleza do espaço, e o DJ da Matinée Group arrasando com um set de electrohouse chique e animado. Mas quem agradou mais a todos foi Isaac Escalante, em performance elogiadíssima no domingo. O único que não convenceu ninguém foi Offer Nissim.
3) SUNRISE. Enquanto no Rio a chegada da The Week foi como um trator que passou em cima da concorrência, em Florianópolis aconteceu o inesperado: com a cidade cuspindo biba pelo ladrão, a demanda por festas era tão grande que todas elas encheram, até mesmo as mais improváveis. Não existiram perdedores nesse Carnaval. Mesmo assim, algumas festas conseguiram se destacar. E foi a Sunrise que levou o prêmio de melhor da temporada pelo júri popular. Foi uma feliz coincidência de fatores: o tempo ajudou, a propaganda prévia nas rodinhas certas reuniu um público muito bonito e já completamente entrosado (o clima era de festinha de amigos) e a beleza do passeio foi uma atração à parte. O resultado: a "festa do barco" foi um sucesso e conquistou de vez seu lugar ao sol no calendário gay de Floripa.
4) O CLIMA DO BAR DO DECA. Mesmo sem nenhum grande predicado, o Bar do Deca é o lugar certo na hora certa: todo o fervo diurno das bees acontece ao seu redor. O clima é absolutamente leve, descompromissado, relaxado. Por algum motivo, aqui é mais fácil deixar o carão de lado, socializar e conhecer gente nova. Talvez seja pelo cenário isolado da muvuca urbana: sem uma avenida da orla e uma montanha de prédios atrás, aqui as pessoas se sentem realmente de férias. Embalado pela música animada dos DJs (que neste ano estava infinitamente melhor do que o habitual), o povo conversava, dançava, fervia, paquerava... e as tardes iam passando gostosas, sob o céu azul e ensolarado da Praia Mole. A clientela, democrática, tem gente de todos os tipos - mas, com esse novo boom gay de 2008, não dava para negar que o nível das beldades estava muito mais alto.
5) AH... A GALHETA! É impressionante como a Galheta consegue manter intacto o seu encanto, mesmo estando a apenas cinco minutos do fervo muvucado do Bar do Deca. Assim como todos temos nosso prato, música e filme preferidos, eu tenho a Galheta como a praia do meu coração, minha favorita em todo o Brasil. Logo que atravesso as pedras e piso na areia, eu sinto uma energia diferente. Vou me afastando do início da praia e me vejo perdido na imensidão daquele lugar, extremamente calmo, acolhedor, tranqüilo. Parece que estou a salvo de todos os problemas e coisas negativas do mundo, protegido em um lugar mágico. Em paz. E o mar é meu cúmplice. No entardecer, vejo o céu em tons degradê de azul e rosa, enquanto o sol se põe do outro lado, por trás da Praia Mole. Se voltei para casa com algum arrependimento, com certeza foi o de não ter passado mais tempo na Galheta. Foi com tristeza que me despedi dela. Mas eu volto, com certeza volto. Queria estar lá neste momento, enquanto escrevo estas linhas.
6) A CENA ELETRÔNICA "CLASSE A" DE ITAJAÍ. Foi duro abrir mão de um dia e noite inteiros em Floripa, com tanta coisa acontecendo. Mas valeu a pena sair um pouco do gueto: a Praia Brava de Itajaí é bem bacana. O lugar respira música eletrônica de alta qualidade e tem uma fauna humana melhor ainda - os homens são de enlouquecer. Durante o dia, o fervo do Kiwi era uma delícia, com o povo se jogando feliz da vida na praia, dançando, bebendo, paquerando. À noite, fui conferir o hype do clube Warung. Confesso que achei o lugar meio superestimado ("terceiro melhor do mundo" pela DJ Mag?! será mesmo que só existem dois clubes mais legais no mundo todo?! o próprio Sirena é muito mais bonito!), mas a noite foi excelente, com som in-crí-vel do Deep Dish e os homens mais perfeitos que eu já vi em uma pista de dança (ainda tenho sonhos com um deles...).
UÓ:
1) O EXCESSO DE TUDO. Foram cinco dias com festas demais, sol demais e homens bonitos demais. Era impossível dar conta de tudo, e péssima a sensação de ser obrigado a perder coisas incríveis - seja porque não se podia estar em dois lugares de uma vez, seja porque o corpo não agüenta ficar online por tanto tempo. Para aproveitar as festas, era preciso jogar pela janela os dias lindos de sol e praia bombando e (tentar) descansar. E, mesmo assim, chegava uma hora em que o cansaço era tanto que o corpo já não respondia mais, e você já não conseguia aproveitar e curtir mais nada de verdade. E ainda assim a maratona não acabava, as pessoas não paravam... Depois de cinco dias de estragação, quando todos já deveriam estar mortos, Rogério Figueiredo ainda resolve armar mais uma "festinha imperdível", começando às 2h30 de quarta-feira, logo depois de a TW encerrar o expediente. E não é que a festa... bombou? Pra mim, depois de um certo ponto, tudo o que era bom demais passou a ser ruim.
2) A CIRCULAÇÃO SEMPRE COMPLICADA. Transporte sempre foi um dos grandes perrengues de Florianópolis. A cidade não tem uma estrutura que faça frente ao grande número de turistas da alta temporada - especialmente nas praias da ilha, que são onde o bicho pega de verdade. A única estrada que circunda a Lagoa da Conceição e percorre o litoral tem uma pista só - portanto, fica engarrafada de dia (nos horários de chegada e saída da praia) e também à noite (por causa dos bares e restaurantes do centrinho da Lagoa). Curiosamente, os poucos táxis de Floripa passam longe dali; mesmo sendo essa a região com maior demanda de passageiros, eles acham que vão perder tempo e dinheiro ficando presos no trânsito. Ônibus? Existem, mas passam em loooongos intervalos. E quem está de carro ainda enfrenta, além dos longos engarrafamentos, a falta de vagas para estacionar ("manobrista"? o que é isso?). Moral da história: qualquer que seja seu meio de transporte, circular é um problema constante.
3) A FALTA DE OPÇÕES PARA COMER. E olha que nem estou falando de alta gastronomia, de restaurantes estrelados do quilate dos de São Paulo, mas de lugares para quebrar o galho mesmo. Com o fervo na Mole avançando até a noite, você saía da praia e não tinha nenhuma opção à mão. Era obrigado a pegar o carro/esperar o ônibus e ir láááá para o centrinho da Lagoa, exausto, correr atrás de alguma coisa para matar a fome. Floripa até tem um punhado de bons restaurantes espalhados por aí, mas nem de longe tem a versatilidade de que o turista precisa. Bem ou mal, no Rio você sai das areias de Ipanema a pé e consegue o que quiser, de um simples açaí até uma comida mais substancial. Em Floripa, a praia não tem nada depois do entardecer - e mesmo os restaurantes mais longe fecham cedo, tipo meia-noite. Fome na madrugada? Vai acabar na lojinha de conveniência - se você tiver carro e souber achar um posto de gasolina.
4) O SERVIÇO DEPLORÁVEL DO BAR DO DECA. Justiça seja feita: de 2005 pra cá o Bar do Deca melhorou muito. A música deu um salto enorme de qualidade - parece que finalmente alguém ali começou a dar alguma importância ao assunto. A comida também melhorou: comi um salmão bem OK e uma porção de lulas à dorê boa de verdade. Mas o serviço (que já não é uma maravilha em lugar algum, é verdade) continua insuportavelmente ruim. Lido, Cíntia & cia. até se esforçam para ser gentis, mas esperar 45 minutos por um simples copo com gelo e o dobro disso por um simples prato de peixe, não dá. Isso quando não esquecem literalmente do seu pedido (o que acontecia o tempo todo). O pessoal do Deca precisa dar um jeito urgente nisso - que mude o sistema, comece a usar aqueles palmtops, qualquer coisa. O tamanho da freqüência na alta temporada mais do que justifica algum investimento.
5) A NOITE DE SEGUNDA NA THE WEEK. Tinha tudo para ser a melhor noite, mas foi a que eu menos gostei. A culpa não foi do DJ: Peter Rauhofer, cada vez mais à vontade diante do público brasileiro, tocou com gosto até quase oito da manhã (burlando o horário-limite imposto pela prefeitura, que era 7h). O principal problema foi a superlotação: com todos os espaços abarrotados, circular pela casa era um estorvo, não havia espaço para dançar, a única fila dos caixas dava voltas e mais voltas, bares e banheiros entraram em colapso. Para piorar, depois de três ou quatro noites de jogação, todos estavam cansados demais para enfrentar tudo isso - e as caras lindas de antes já pareciam meio estragadas. Sabe quando uma festa é tão mega que acaba passando do ponto? O que no sábado era totalmente happy, na segunda passou a ser too much.
6) O PAISAGISMO DA THE WEEK DESTRUÍDO PELAS CHUVAS. A The Week preparou uma área externa bem caprichada em Floripa, com belos jardins que terminavam num píer na Lagoa da Conceição. Mas as chuvas torrenciais que caíram até quase a véspera do Carnaval levaram tudo embora e destruíram o paisagismo da casa. A equipe de Almada fez o que pôde, mas não teve como recuperar os estragos a tempo. Resultado: toda a área foi interditada, incluindo o acesso ao píer e à Lagoa, e ficou aquele aspecto de obra inacabada. O deck e a piscina, liberados, tinham um bom tamanho e atenderam as necessidades de todos, mas o que foi bom poderia ter sido muito melhor.
Mesmo com essas ressalvas, tenho que dizer que foi um Carnaval maravilhoso. Florianópolis foi a escolha mais acertada possível, eu não teria sido tão feliz em nenhum outro lugar. Mesmo com todos os seus problemas estruturais (que certamente estarão lá em 2009, até porque durante os oito meses restantes a ilha fica deserta), Floripa tem um astral incrível. As praias são lindas, as pessoas ficam muito relaxadas e receptivas, e agora não faltam jogações de qualidade para os mais exigentes. É tudo questão de saber equilibrar as coisas, relaxar e se divertir. Afinal, tudo passa rápido, muito rápido. E, quando você vai ver, só sobraram as memórias... ah, que saudade de lá!
UAU:
1) SOL, SOL, SOL! O prognóstico era de assustar: a poucos dias do começo da folia, o Sul do Brasil era castigado por chuvas fortíssimas, que fizeram a prefeitura de Florianópolis declarar estado de emergência e pedir para as pessoas não saírem de casa. Várias barreiras caíram nas estradas - teve gente de Porto Alegre que foi obrigada a pernoitar no caminho e levou 22 horas para chegar em Floripa. Mas quem resistiu à tentação de cancelar a viagem (ou transferir os planos para o Rio) não se arrependeu: tirando os leves chuviscos no fim das tardes de sábado e domingo, a ilha foi presenteada com dias ensolarados e perfeitos, de céu azul sem uma nuvem no céu. Já quem escolheu o Rio... pegou uma corzinha na sexta e no sábado, mas passou o resto do Carnaval embaixo de chuva.
2) O TOQUE DE MIDAS DA THE WEEK. Floripa já agradava os gays pelo fervo na Praia Mole. Mas suas poucas opções noturnas, a boate Concorde e o Mix Café, faziam feio diante da opulência das festas do carnaval carioca. Agora a The Week trouxe o ingrediente que faltava para transformar a ilha em destino gay de primeira linha: baladas com o padrão de qualidade do eixo Rio-SP. A estrutura montada à beira da Lagoa da Conceição abusou da beleza natural do lugar, deixando as festas muito mais bonitas do que no Cine-Ideal-de-luxo. Como era de se esperar, nos cinco dias em que esteve aberta, a casa de André Almada reuniu o filé mignon da beleza masculina: os caras mais gatos do circuito estavam lá e todas as festas bombaram. Eu preferi a de sábado: o astral era o mais alto possível, com os amigos de todo o Brasil se reencontrando, deslumbrados com a beleza do espaço, e o DJ da Matinée Group arrasando com um set de electrohouse chique e animado. Mas quem agradou mais a todos foi Isaac Escalante, em performance elogiadíssima no domingo. O único que não convenceu ninguém foi Offer Nissim.
3) SUNRISE. Enquanto no Rio a chegada da The Week foi como um trator que passou em cima da concorrência, em Florianópolis aconteceu o inesperado: com a cidade cuspindo biba pelo ladrão, a demanda por festas era tão grande que todas elas encheram, até mesmo as mais improváveis. Não existiram perdedores nesse Carnaval. Mesmo assim, algumas festas conseguiram se destacar. E foi a Sunrise que levou o prêmio de melhor da temporada pelo júri popular. Foi uma feliz coincidência de fatores: o tempo ajudou, a propaganda prévia nas rodinhas certas reuniu um público muito bonito e já completamente entrosado (o clima era de festinha de amigos) e a beleza do passeio foi uma atração à parte. O resultado: a "festa do barco" foi um sucesso e conquistou de vez seu lugar ao sol no calendário gay de Floripa.
4) O CLIMA DO BAR DO DECA. Mesmo sem nenhum grande predicado, o Bar do Deca é o lugar certo na hora certa: todo o fervo diurno das bees acontece ao seu redor. O clima é absolutamente leve, descompromissado, relaxado. Por algum motivo, aqui é mais fácil deixar o carão de lado, socializar e conhecer gente nova. Talvez seja pelo cenário isolado da muvuca urbana: sem uma avenida da orla e uma montanha de prédios atrás, aqui as pessoas se sentem realmente de férias. Embalado pela música animada dos DJs (que neste ano estava infinitamente melhor do que o habitual), o povo conversava, dançava, fervia, paquerava... e as tardes iam passando gostosas, sob o céu azul e ensolarado da Praia Mole. A clientela, democrática, tem gente de todos os tipos - mas, com esse novo boom gay de 2008, não dava para negar que o nível das beldades estava muito mais alto.
5) AH... A GALHETA! É impressionante como a Galheta consegue manter intacto o seu encanto, mesmo estando a apenas cinco minutos do fervo muvucado do Bar do Deca. Assim como todos temos nosso prato, música e filme preferidos, eu tenho a Galheta como a praia do meu coração, minha favorita em todo o Brasil. Logo que atravesso as pedras e piso na areia, eu sinto uma energia diferente. Vou me afastando do início da praia e me vejo perdido na imensidão daquele lugar, extremamente calmo, acolhedor, tranqüilo. Parece que estou a salvo de todos os problemas e coisas negativas do mundo, protegido em um lugar mágico. Em paz. E o mar é meu cúmplice. No entardecer, vejo o céu em tons degradê de azul e rosa, enquanto o sol se põe do outro lado, por trás da Praia Mole. Se voltei para casa com algum arrependimento, com certeza foi o de não ter passado mais tempo na Galheta. Foi com tristeza que me despedi dela. Mas eu volto, com certeza volto. Queria estar lá neste momento, enquanto escrevo estas linhas.
6) A CENA ELETRÔNICA "CLASSE A" DE ITAJAÍ. Foi duro abrir mão de um dia e noite inteiros em Floripa, com tanta coisa acontecendo. Mas valeu a pena sair um pouco do gueto: a Praia Brava de Itajaí é bem bacana. O lugar respira música eletrônica de alta qualidade e tem uma fauna humana melhor ainda - os homens são de enlouquecer. Durante o dia, o fervo do Kiwi era uma delícia, com o povo se jogando feliz da vida na praia, dançando, bebendo, paquerando. À noite, fui conferir o hype do clube Warung. Confesso que achei o lugar meio superestimado ("terceiro melhor do mundo" pela DJ Mag?! será mesmo que só existem dois clubes mais legais no mundo todo?! o próprio Sirena é muito mais bonito!), mas a noite foi excelente, com som in-crí-vel do Deep Dish e os homens mais perfeitos que eu já vi em uma pista de dança (ainda tenho sonhos com um deles...).
UÓ:
1) O EXCESSO DE TUDO. Foram cinco dias com festas demais, sol demais e homens bonitos demais. Era impossível dar conta de tudo, e péssima a sensação de ser obrigado a perder coisas incríveis - seja porque não se podia estar em dois lugares de uma vez, seja porque o corpo não agüenta ficar online por tanto tempo. Para aproveitar as festas, era preciso jogar pela janela os dias lindos de sol e praia bombando e (tentar) descansar. E, mesmo assim, chegava uma hora em que o cansaço era tanto que o corpo já não respondia mais, e você já não conseguia aproveitar e curtir mais nada de verdade. E ainda assim a maratona não acabava, as pessoas não paravam... Depois de cinco dias de estragação, quando todos já deveriam estar mortos, Rogério Figueiredo ainda resolve armar mais uma "festinha imperdível", começando às 2h30 de quarta-feira, logo depois de a TW encerrar o expediente. E não é que a festa... bombou? Pra mim, depois de um certo ponto, tudo o que era bom demais passou a ser ruim.
2) A CIRCULAÇÃO SEMPRE COMPLICADA. Transporte sempre foi um dos grandes perrengues de Florianópolis. A cidade não tem uma estrutura que faça frente ao grande número de turistas da alta temporada - especialmente nas praias da ilha, que são onde o bicho pega de verdade. A única estrada que circunda a Lagoa da Conceição e percorre o litoral tem uma pista só - portanto, fica engarrafada de dia (nos horários de chegada e saída da praia) e também à noite (por causa dos bares e restaurantes do centrinho da Lagoa). Curiosamente, os poucos táxis de Floripa passam longe dali; mesmo sendo essa a região com maior demanda de passageiros, eles acham que vão perder tempo e dinheiro ficando presos no trânsito. Ônibus? Existem, mas passam em loooongos intervalos. E quem está de carro ainda enfrenta, além dos longos engarrafamentos, a falta de vagas para estacionar ("manobrista"? o que é isso?). Moral da história: qualquer que seja seu meio de transporte, circular é um problema constante.
3) A FALTA DE OPÇÕES PARA COMER. E olha que nem estou falando de alta gastronomia, de restaurantes estrelados do quilate dos de São Paulo, mas de lugares para quebrar o galho mesmo. Com o fervo na Mole avançando até a noite, você saía da praia e não tinha nenhuma opção à mão. Era obrigado a pegar o carro/esperar o ônibus e ir láááá para o centrinho da Lagoa, exausto, correr atrás de alguma coisa para matar a fome. Floripa até tem um punhado de bons restaurantes espalhados por aí, mas nem de longe tem a versatilidade de que o turista precisa. Bem ou mal, no Rio você sai das areias de Ipanema a pé e consegue o que quiser, de um simples açaí até uma comida mais substancial. Em Floripa, a praia não tem nada depois do entardecer - e mesmo os restaurantes mais longe fecham cedo, tipo meia-noite. Fome na madrugada? Vai acabar na lojinha de conveniência - se você tiver carro e souber achar um posto de gasolina.
4) O SERVIÇO DEPLORÁVEL DO BAR DO DECA. Justiça seja feita: de 2005 pra cá o Bar do Deca melhorou muito. A música deu um salto enorme de qualidade - parece que finalmente alguém ali começou a dar alguma importância ao assunto. A comida também melhorou: comi um salmão bem OK e uma porção de lulas à dorê boa de verdade. Mas o serviço (que já não é uma maravilha em lugar algum, é verdade) continua insuportavelmente ruim. Lido, Cíntia & cia. até se esforçam para ser gentis, mas esperar 45 minutos por um simples copo com gelo e o dobro disso por um simples prato de peixe, não dá. Isso quando não esquecem literalmente do seu pedido (o que acontecia o tempo todo). O pessoal do Deca precisa dar um jeito urgente nisso - que mude o sistema, comece a usar aqueles palmtops, qualquer coisa. O tamanho da freqüência na alta temporada mais do que justifica algum investimento.
5) A NOITE DE SEGUNDA NA THE WEEK. Tinha tudo para ser a melhor noite, mas foi a que eu menos gostei. A culpa não foi do DJ: Peter Rauhofer, cada vez mais à vontade diante do público brasileiro, tocou com gosto até quase oito da manhã (burlando o horário-limite imposto pela prefeitura, que era 7h). O principal problema foi a superlotação: com todos os espaços abarrotados, circular pela casa era um estorvo, não havia espaço para dançar, a única fila dos caixas dava voltas e mais voltas, bares e banheiros entraram em colapso. Para piorar, depois de três ou quatro noites de jogação, todos estavam cansados demais para enfrentar tudo isso - e as caras lindas de antes já pareciam meio estragadas. Sabe quando uma festa é tão mega que acaba passando do ponto? O que no sábado era totalmente happy, na segunda passou a ser too much.
6) O PAISAGISMO DA THE WEEK DESTRUÍDO PELAS CHUVAS. A The Week preparou uma área externa bem caprichada em Floripa, com belos jardins que terminavam num píer na Lagoa da Conceição. Mas as chuvas torrenciais que caíram até quase a véspera do Carnaval levaram tudo embora e destruíram o paisagismo da casa. A equipe de Almada fez o que pôde, mas não teve como recuperar os estragos a tempo. Resultado: toda a área foi interditada, incluindo o acesso ao píer e à Lagoa, e ficou aquele aspecto de obra inacabada. O deck e a piscina, liberados, tinham um bom tamanho e atenderam as necessidades de todos, mas o que foi bom poderia ter sido muito melhor.
Mesmo com essas ressalvas, tenho que dizer que foi um Carnaval maravilhoso. Florianópolis foi a escolha mais acertada possível, eu não teria sido tão feliz em nenhum outro lugar. Mesmo com todos os seus problemas estruturais (que certamente estarão lá em 2009, até porque durante os oito meses restantes a ilha fica deserta), Floripa tem um astral incrível. As praias são lindas, as pessoas ficam muito relaxadas e receptivas, e agora não faltam jogações de qualidade para os mais exigentes. É tudo questão de saber equilibrar as coisas, relaxar e se divertir. Afinal, tudo passa rápido, muito rápido. E, quando você vai ver, só sobraram as memórias... ah, que saudade de lá!
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Floripa foi in-crí-vel!
Em breve, aqui no blog:
- a minha cobertura do carnaval de Floripa;
- um guia atualizado para guardar (e consultar no ano que vem);
- e a minha receita secreta para agüentar o tranco nesses dias pra lá de intensos.
Aguardem!
- a minha cobertura do carnaval de Floripa;
- um guia atualizado para guardar (e consultar no ano que vem);
- e a minha receita secreta para agüentar o tranco nesses dias pra lá de intensos.
Aguardem!
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Carnaval 2008: mini-guias do Rio e SP
Complementando o post anterior (Floripa), aqui vai um roteirinho básico do Carnaval no Rio de Janeiro e em São Paulo.
RIO DE JANEIRO
O que fazer. Não vou nem mencionar cartões-postais como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Quem não vem pro Rio com freqüência pode até aproveitar e fazer alguns passeios turísticos (já aviso: a fila será grande), mas a maioria quer mesmo é curtir a ferveção do Carnaval. A cidade atinge o ápice da lotação (para desagrado dos cariocas menos festeiros, que fogem de lá) e as ruas ovulam com rostos de todas as origens e corpos incríveis. O centro do babado gay, todos sabem, é Ipanema - com as areias da Farme abarrotadas e, depois, o quarteirão do Bofetada interditado para uma folia bagaceira (mas bastante divertida) até a madrugada. Aqui, todo mundo está na pista para negócio.
Onde comer. Segunda cidade do país em gastronomia, o Rio tem opções inesgotáveis para todos os gostos, bolsos e necessidades: aqui você encontra minhas 20 preferidas [atualizações: o Ataulfo fechou, o B! agora se chama Bazzar Café, o Ateliê mudou-se para Ipanema, dentro da Casa Laura Alvim, e hoje prefiro os sorvetes da Mil Frutas aos da Itália]. Complementando aquele roteiro, algumas indicações úteis para quem quer sair da praia e comer bem sem andar muito: o fervido Cafeína, a temakeria Yiá! (ambos na própria Farme de Amoedo), o quilo Frontera (na Visconde de Pirajá pouco antes da Teixeira de Melo) e o charmoso Felice (na Gomes Carneiro). Ah, e aqui vão minhas sugestões para o jantar.
Festas. As grandes surpresas do Carnaval carioca vieram de última hora. Quando muitos já davam a X-Demente como morta e enterrada, Fabio Monteiro promete uma superfesta na bela Marina da Glória, terça, com um back-to-back dos espanhóis Pablo Ceballos e Oscar de Rivera (especulou-se na internet que também haveria uma X no sábado, no Centro Cultural Ação da Cidadania, mas isso não chegou a ser oficialmente confirmado). Enquanto isso, a E.njoy aproveita o hype da Roda Skol para fazer sua festa no Forte de Copacabana, segunda-feira, em inusitado esquema matinê (19h-3h), com o também espanhol Eric Entrena. Fora as surpresas, tem muito mais: uma edição superbombada da Fase no sábado, Offer Nissim lotando a B.I.T.C.H. na Fundição no domingo, a The Week mandando ver com suas atrações internacionais (Peter Rauhofer, Isaac Escalante e as day parties com a Matinée Group e o totoso Brett Henrichsen) e Rosane Amaral com suas duas tradicionais pool parties e mais R.Evolution com Tony Moran no Sky Lounge (já que o Clube de Remo foi embargado de última hora). Acha pouco? Tem ainda os desfiles da Sapucaí, a Banda de Ipanema, o Bofetada, o Elite, os animadíssimos blocos de rua... sobreviva se for capaz.
Conselhos de mãe. No ano passado, dei aqui aquelas dicas que os habitués do carnaval carioca já conhecem de cor. Mantenho todas elas em 2008, com dois pequenos complementos. O Rio G Spa vem bem a calhar para quem conheceu alguém na rua e não sabe onde consumar o ato (sem falar que é uma ótima opção à descuidada Studio 64). E a ameaça de ataques de pitboys, que rondava a Farme em 2007, agora espreita Florianópolis. No mais, é só respirar fundo e aproveitar - no Rio, o Carnaval é vivido intensamente, como se não houvesse amanhã.
SÃO PAULO
O que fazer. Quem estiver na cidade terá a chance de testemunhar a São Paulo ideal: com todos os predicados que fazem dela uma cidade completa e nenhum de seus problemas. Com muito menos gente atravancando as ruas e poluindo o ar, a cidade fica incrivelmente gostosa de se passear e até mais bonita. Aqui você encontra minhas sugestões de coisas para fazer em Sampa. São programas para qualquer época, mas que no Carnaval você fará com muito mais facilidade e conforto.
Onde comer. Para o pessoal de fora que veio se jogar na Parada Gay 2007, preparei aqui um post bem simplificado, com algumas opções de alimentação na cidade. A esse roteiro eu poderia acrescentar lugares como o novo Octavio Café, que merecerá uma resenha depois do Carnaval, e o velho Achapa, que está com hambúrgueres cada vez mais suculentos. Essa é uma boa oportunidade para você matar a vontade dos seus pratos favoritos em restaurantes concorridos (como o Spot), sem ter que amargar a espera dramática dos dias normais.
Festas. Principais clubes gays de São Paulo, The Week, Blue Space, Bubu e Flexx garantem o fervo de quem ficou na cidade - e também dos muitos interioranos que vêm se divertir aqui. Espere ver muitos rostos novos na sua pista de sempre. A Bubu deve ter sua noite mais interessante na sexta, com o mexicano Erich Ensastigue. A The Week prefere receber DJs gringos no Rio e em Floripa; em SP, ela investe em marchinhas de carnaval (mas os amantes de house tribal poderão dançar na pista 2, com Vlad e Herbert Tonn). A Flexx só abrirá no sábado (sem marchinhas); a Blue Space, de sábado a segunda; Bubu e Cantho, todos os dias. Outra opção é cair no circuito underground: o D-Edge estará fechado o carnaval inteiro, mas Vegas, Clash, SPKZ e A Lôca estarão a postos para salvar a pátria. Para quem gosta de house progressivo, uma boa pedida são as quatro festas que o Sirena fará no Casa Grande Hotel, no Guarujá, com os DJs Sander Van Doorn, Paulinho Boghosian, Buga e Ingrid.
Conselhos de mãe. Os conselhos que eu dei no guia para a Parada Gay 2007 não valem aqui: a cidade certamente estará bem vazia, sem trânsito caótico, motoboys assassinos ou grandes filas nos restaurantes. É pouco provável que você tenha qualquer tipo de dor-de-cabeça. No máximo, pegará uma fila rápida na porta da The Week (ainda assim, nada comparável a um bom sábado normal). A única recomendação que continua valendo é a da camisinha, sempre - em São Paulo e em qualquer outro lugar.
Bom Carnaval a todos vocês!
RIO DE JANEIRO
O que fazer. Não vou nem mencionar cartões-postais como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Quem não vem pro Rio com freqüência pode até aproveitar e fazer alguns passeios turísticos (já aviso: a fila será grande), mas a maioria quer mesmo é curtir a ferveção do Carnaval. A cidade atinge o ápice da lotação (para desagrado dos cariocas menos festeiros, que fogem de lá) e as ruas ovulam com rostos de todas as origens e corpos incríveis. O centro do babado gay, todos sabem, é Ipanema - com as areias da Farme abarrotadas e, depois, o quarteirão do Bofetada interditado para uma folia bagaceira (mas bastante divertida) até a madrugada. Aqui, todo mundo está na pista para negócio.
Onde comer. Segunda cidade do país em gastronomia, o Rio tem opções inesgotáveis para todos os gostos, bolsos e necessidades: aqui você encontra minhas 20 preferidas [atualizações: o Ataulfo fechou, o B! agora se chama Bazzar Café, o Ateliê mudou-se para Ipanema, dentro da Casa Laura Alvim, e hoje prefiro os sorvetes da Mil Frutas aos da Itália]. Complementando aquele roteiro, algumas indicações úteis para quem quer sair da praia e comer bem sem andar muito: o fervido Cafeína, a temakeria Yiá! (ambos na própria Farme de Amoedo), o quilo Frontera (na Visconde de Pirajá pouco antes da Teixeira de Melo) e o charmoso Felice (na Gomes Carneiro). Ah, e aqui vão minhas sugestões para o jantar.
Festas. As grandes surpresas do Carnaval carioca vieram de última hora. Quando muitos já davam a X-Demente como morta e enterrada, Fabio Monteiro promete uma superfesta na bela Marina da Glória, terça, com um back-to-back dos espanhóis Pablo Ceballos e Oscar de Rivera (especulou-se na internet que também haveria uma X no sábado, no Centro Cultural Ação da Cidadania, mas isso não chegou a ser oficialmente confirmado). Enquanto isso, a E.njoy aproveita o hype da Roda Skol para fazer sua festa no Forte de Copacabana, segunda-feira, em inusitado esquema matinê (19h-3h), com o também espanhol Eric Entrena. Fora as surpresas, tem muito mais: uma edição superbombada da Fase no sábado, Offer Nissim lotando a B.I.T.C.H. na Fundição no domingo, a The Week mandando ver com suas atrações internacionais (Peter Rauhofer, Isaac Escalante e as day parties com a Matinée Group e o totoso Brett Henrichsen) e Rosane Amaral com suas duas tradicionais pool parties e mais R.Evolution com Tony Moran no Sky Lounge (já que o Clube de Remo foi embargado de última hora). Acha pouco? Tem ainda os desfiles da Sapucaí, a Banda de Ipanema, o Bofetada, o Elite, os animadíssimos blocos de rua... sobreviva se for capaz.
Conselhos de mãe. No ano passado, dei aqui aquelas dicas que os habitués do carnaval carioca já conhecem de cor. Mantenho todas elas em 2008, com dois pequenos complementos. O Rio G Spa vem bem a calhar para quem conheceu alguém na rua e não sabe onde consumar o ato (sem falar que é uma ótima opção à descuidada Studio 64). E a ameaça de ataques de pitboys, que rondava a Farme em 2007, agora espreita Florianópolis. No mais, é só respirar fundo e aproveitar - no Rio, o Carnaval é vivido intensamente, como se não houvesse amanhã.
SÃO PAULO
O que fazer. Quem estiver na cidade terá a chance de testemunhar a São Paulo ideal: com todos os predicados que fazem dela uma cidade completa e nenhum de seus problemas. Com muito menos gente atravancando as ruas e poluindo o ar, a cidade fica incrivelmente gostosa de se passear e até mais bonita. Aqui você encontra minhas sugestões de coisas para fazer em Sampa. São programas para qualquer época, mas que no Carnaval você fará com muito mais facilidade e conforto.
Onde comer. Para o pessoal de fora que veio se jogar na Parada Gay 2007, preparei aqui um post bem simplificado, com algumas opções de alimentação na cidade. A esse roteiro eu poderia acrescentar lugares como o novo Octavio Café, que merecerá uma resenha depois do Carnaval, e o velho Achapa, que está com hambúrgueres cada vez mais suculentos. Essa é uma boa oportunidade para você matar a vontade dos seus pratos favoritos em restaurantes concorridos (como o Spot), sem ter que amargar a espera dramática dos dias normais.
Festas. Principais clubes gays de São Paulo, The Week, Blue Space, Bubu e Flexx garantem o fervo de quem ficou na cidade - e também dos muitos interioranos que vêm se divertir aqui. Espere ver muitos rostos novos na sua pista de sempre. A Bubu deve ter sua noite mais interessante na sexta, com o mexicano Erich Ensastigue. A The Week prefere receber DJs gringos no Rio e em Floripa; em SP, ela investe em marchinhas de carnaval (mas os amantes de house tribal poderão dançar na pista 2, com Vlad e Herbert Tonn). A Flexx só abrirá no sábado (sem marchinhas); a Blue Space, de sábado a segunda; Bubu e Cantho, todos os dias. Outra opção é cair no circuito underground: o D-Edge estará fechado o carnaval inteiro, mas Vegas, Clash, SPKZ e A Lôca estarão a postos para salvar a pátria. Para quem gosta de house progressivo, uma boa pedida são as quatro festas que o Sirena fará no Casa Grande Hotel, no Guarujá, com os DJs Sander Van Doorn, Paulinho Boghosian, Buga e Ingrid.
Conselhos de mãe. Os conselhos que eu dei no guia para a Parada Gay 2007 não valem aqui: a cidade certamente estará bem vazia, sem trânsito caótico, motoboys assassinos ou grandes filas nos restaurantes. É pouco provável que você tenha qualquer tipo de dor-de-cabeça. No máximo, pegará uma fila rápida na porta da The Week (ainda assim, nada comparável a um bom sábado normal). A única recomendação que continua valendo é a da camisinha, sempre - em São Paulo e em qualquer outro lugar.
Bom Carnaval a todos vocês!
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