Como o jornalismo é conhecido pelos baixos salários, na hora de ir a restaurantes mais caros nem sempre posso contar com a companhia dos meus novos colegas de profissão. Resolvi aproveitar a visita de alguns amigos de Brasília, uma cidade de gente abonada, para prestigiar um restaurante que estava parado na minha lista havia uns bons anos: o Arturito.
A casa é dos mesmos sócios do Sucre e do Gran Bar Danzón, dois restaurantes bem badalados de Buenos Aires. O salão escurinho, com muito cinza, marrom, paredes de cimento queimado e almofadas, entrega o DNA portenho, assim como as carnes do menu - todas feitas no forno à lenha e acompanhadas por variações de batata. Mas não espere um restaurante argentino "temático": os pratos também flertam com Itália e Espanha, sem firulas exageradas e com declarada atenção à qualidade dos ingredientes.
Apesar das recomendações do polvo e do cordeiro, as massas me apeteceram mais. Em busca de alguma emoção diferente, pedi um spaghettini verde com ragu de coelho e funghi porcini e fui muito feliz: a pasta tinha aquele gosto caseiro e o molho era bem cremoso, mas sem ser pesado. Mas o que me deixou de queixo caído foram os sorvetes, que são feitos ali mesmo. Nunca havia provado nada igual. Pedi uma degustação com três sabores: baunilha, doce de leite e uma versão do clássico crema tramontana, com base de baunilha, flocos de chocolate e doce de leite mole. Que sabores, que texturas... um espetáculo!
Os preços: R$66 pela massa e R$28 pelos sorvetes, o que significa uma conta que chega fácil a R$150 por cabeça, isso sem extravagâncias etílicas. Mas existe a opção, bem mais em conta, do almoço durante a semana, com pratos interessantes (que tal coxa e sobrecoxa de frango assadas no alecrim, mais risoto de parmesão, mascarpone, espinafre e limão siciliano?) e o valor total da refeição entre R$42 e R$56, conforme o acréscimo ou não de entrada e sobremesa. Sendo que as opções de doce incluem uma bola dos tais sorvetes mágicos!
7 comentários:
Olha, não sabia que era dos mesmos donos do Gran Bar Danzón! Adorei o lugar, a conta realmente veio salgada, mas de vez em quando não mata. E adorei a companhia também!
Chamou os colega de pobre. Que deselegante, Thiago Lasco. Sempre nesse tom de última Coca-Cola do deserto... gelada. Desce do salto, rapaz. Esnobismo classe média não pode ser mais jeca.
E ele falou alguma mentira? Nossos salários são baixos mesmo... Não dou seis meses para ele parar de ir a esses restaurantes... rsrs
Da próxima vez me chama, que eu ainda pago sua conta. #eusouryca
Só posso ir em restaurante assim acompanhado da mamãe (pra pagar a conta) ou vovó (idem) ou papai (também) ou boy magia financeiramente estável. Espero aos 30 já poder bancar sozinho um jantar desses, mas sou duplamente morto de fome: cineasta e wannabe jornalista. ¬¬
Thiago, adoro o Arturito, o almoço é bem correto e vc perdeu o melhor polvo grelhado da cidade, juro. Eu gosto deste tipo de comida, que favorece a matéria prima básica sem firulas ou pretensões modernas. Na mesma linha recomendo o Chou, na Mateus Grou, otimo. Abs
wair de paula: Wair, o Chou está na minha lista há ANOS! Mas nunca consigo companhia pra ir. Vamos? :-)
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