O que é preciso para que uma festa seja realmente especial?
Numa cidade em que acontece tanta coisa, com tantas opções de balada, tantos DJs residentes e convidados, um público tão exigente (e, com algumas variações, mais ou menos as mesmas pessoas de sempre na pista), o que é capaz de fazer a diferença e transformar uma jogação de rotina numa ocasião inesquecível?
Quem sabe uma locação absurda, diferente de tudo o que já se viu. Ou aquele superstar DJ do primeiro escalão da house music mundial, fazendo um long set incrível de cinco horas seguidas. A fórmula do colocón perfeito, talvez? Ou uma multidão de machos belíssimos, sorridentes e cheios de amor para dar?
Tudo isso pode fazer a nota de uma festa subir. Mas, às vezes, todos os ingredientes estão ali e, por algum motivo, a festa não comove, não emociona. As pessoas chegam, se jogam "no automático" e voltam para casa certas de que aquela foi uma noite qualquer, que irá cair no limbo do esquecimento, junto com tantas outras que existiram na vida delas. A trajetória de pista de um bom baladeiro é muito longa: não há espaço para tantas festas se eternizarem. Qual será então o segredo para uma festa entrar para a história?
Seja lá qual for a resposta, o fato é que a White Party de ontem, promovida pelo estilista Rogério Figueiredo na The Week, deu conta do recado direitinho: encantou as pessoas e fez todas voltarem para casa com um sorriso no rosto.
Quem quisesse se prender aos detalhes encontraria o que criticar, sim. A lotação estava desconfortável - o open bar para 3 mil pessoas transformava a simples operação de pegar uma bebida num martírio. Totalmente desnecessária a intervenção da escola de samba (coisa de festa para gringo no Rio de Janeiro), bem como a animação da Silvetty Montilla (que funciona muito melhor na Blue Space). E as malditas gongaram mesmo: "Festa do branco é cafona, parece baile do sindicato das enfermeiras"; "Esse Rogério acha que é popular, mas ninguém veio por causa dele, ninguém mais saberá quem ele é depois que a festa acabar"; "Ah, mas você juuuura que a Grá está realmente tocando isso na nossa frente? É claro que o Morais mixou tudo pra ela antes, e ela só está tocando o set pronto dele, jurando que é DJ".
Verdades ou injustiças, nada disso foi capaz de tirar o brilho da festa para quem foi lá para se divertir. E talvez tenha sido esse o grande trunfo da White Party: todo mundo realmente estava lá para celebrar, como se aquele fosse um réveillon antecipado (e nesse aspecto o dress code branco foi fundamental para criar o clima). Andar pelo deck da The Week era entrar e sair de rodinhas de pessoas queridas: gente de Sampa, BH, Rio e outras cidades, que ao longo de tantas festas foi se tornando uma espécie de "segunda família" para nós.
Ótima a idéia dos picolés de fruta (você derretia um de limão num copo com vodka e tinha um delicioso drink para o fim de tarde), ótimo o atendimento ao público (a Kaká di Polly na porta estava linda como nunca) e, falem o que quiserem, ótimo o som da Grá. Ela segurou a pista num momento crítico (quando a festa já estava bombando, mas as pessoas ainda não tinham perdido o discernimento) e, pela primeira vez, me convenceu de que pode, sim, vir a ser uma boa DJ. Ela e o Eric Cullemberg arrasaram.
No final das contas, como eu já havia dito aqui, as pessoas eram as mesmas de sempre e o lugar também. Mas havia algo especial no ar, algo que ninguém sabia o que era mas todo mundo sentiu, e que nos proporcionou um domingo muito feliz. A White Party fechou com chave de ouro um ano que foi marcado por muitas grandes festas. Obrigado ao Marcos pelo convite, e obrigado a todos os meus amigos queridos pela companhia, pelo carinho, pelos elogios ao blog, pelos abraços que não têm preço. Nos vemos por aí!
9 comentários:
Thy,
"Festa do branco é cafona, parece baile do sindicato das enfermeiras".
Você sabe que sei quem foi "a autora" da frase acima. Neste caso vou discordar, pois acho que é educado não criticar festa à qual foi-se convidado de graça. Festa oferecida, coisa que poucos em nosso pobre país podem fazer.
Curti o post e um monte de outras pessoas também falaram bem.
Nada na vida é perfeito.
Abraço e curti tê-lo abraçado pessoalmente na casa do Tony :)
fico feliz que vc tenha curtido a festa.. o melhor de tudo realmente é estar cercado de pessoas queridas, que nós façam transcender espaço/tempo e tornem o momento único.
beijos
Bem, a despeito da minha opinião sobre o dress code (qualquer semelhança com o comentário que você citou é mera coincidência), eu acho festa 0800 uma maravilha. Vou até de toureiro. Mas tem que ser bem servida, claro. Ou prefiro pagar.
Quanto ao Freemasons, me arrependi muito de não ter ido. :(
Bjs!
Para mim, festa quando não é tendenciosa fica ótimo. E vai muito do público e do que a festa oferece. Tudo relativo, claro.
Parece que a White Party, deixou muita gente satisfeita e cumpriu a proposta....
Se cada um tem seus motivos, e se a festa respondeu para que sejam motivos bons...então foi boa!
Abração!
show o post, qnd vem visitar a tw rio, hein ??? rsrsrsrs
abçs migu
Thy
Só ouvi falar bem da festa. Lamentável alguém dizer que festa do branco é cafona, e mais ainda, fazer referência a um baile do sindicato das enfermeiras, como se elas não tivessem direito a ter uma festa também.
Parabéns pelo seu Blog, cada vez mais, você se tornando referência entre as pessoas formadoras de opinião.
Realmente, muito divertida e agradável a festa. Até qeu que não sou muito chegado numa badalação forte, adorei. Bom ter te visto também! Beijo, meninão!
VC DISSE QUE ERAM AS MESMAS PESSOAS..LEDO ENGANO EU SOU DO SUL E FOI A PRIMEIRA VEZ QUE COLOQUEI OS PES DA THE WEEK E TINHA GENTE DO BRASIL INTEIRO NA FESTA, ENCONTREI UM GAROTO DE CAMPO GRANDE QUE COMO EU FOI A SAMPA SO POR CAUSA DA FESTA...ADOREI..POVO BONITO, SIMPATICO, BEIJEI MUITO....
"Ah, mas você juuuura que a Grá está realmente tocando isso na nossa frente? É claro que o Morais mixou tudo pra ela antes, e ela só está tocando o set pronto dele, jurando que é DJ".
[mijando de rir...]
Postar um comentário