terça-feira, 15 de março de 2011

Carnaval de Salvador para não-iniciados

É A SUA PRAIA? Antes de embarcar, reconheço que não sabia se iria curtir. Nunca fui fã de axé e tive medo de que a experiência se resumisse a uma dança da garrafa coletiva. Mas não foi nada disso. O choque cultural foi bem menor do que eu esperava, e durou só até a segunda vodca. O importante é ir sem preconceitos: encare a coisa como "música pop" (e não é, oras?), baixe a guarda e se deixe levar. As bandas que tocam nos grandes trios são afiadas e constroem linhas de baixo rebolativas, cheias de groove, muitas vezes tão dançáveis quanto uma boa house music. Com o diferencial de que a multidão toda sabe cantar o refrão, o que produz um efeito multiplicador de alegria do qual não dá para escapar ileso. Sabe aquele clichê de "todo mundo no mesmo astral, na mesma vibe"? Não poderia ser mais verdadeiro. Na terça, saí atrás de dois blocos, num total de mais de doze horas seguidas - e fiquei triste quando acabou.

MAS O QUE TOCA AFINAL? Vou reforçar o que eu disse no item anterior. Você não vai ouvir só aqueles chicletes de gosto duvidoso, herdeiros da Dinastia Tchan, que traduzem a nossa concepção mais leiga de "axé music". Claro que eles também marcam presença: são lançados justamente nessa época, para tentar estourar no Carnaval de Salvador e, com isso, ganhar espaço nos programas de auditório da classe C pelo Brasil afora (a pérola de 2011 foi "Liga da Justiça", do Leva Nóiz, com o refrão "foge foge Mulher Maravilha, foge foge com o Superman"; você ainda vai ouvir essa música, querendo ou não). Por outro lado, o som de cantoras como Ivete Sangalo já está muito mais próximo do pop, um pop genuinamente brasileiro, do que qualquer outra coisa. Além disso, as atrações não se prendem ao seu próprio repertório: estão sempre cantando músicas de outros artistas. O momento musical mais marcante do meu Carnaval não foi nenhum desses hits mais óbvios, do tipo "na boca e na bochecha", mas uma versão de "Toda Menina Baiana", do Gilberto Gil, que Ivete apresentou em frente ao camarote do próprio, e me deixou cantando "ô-ô-ô, ah-ah-ah" por três dias seguidos. Outra bola dentro, também da fofa, foi uma releitura de "Corazón Partío" (Alejandro Sanz) - que me pegou totalmente de surpresa. Tive que me render.

QUEM VEM? Todo mundo: grupos de jovens querendo pegar geral, famílias inteiras que vêm em caravanas do sertão e superlotam apartamentos alugados, crianças, adolescentes, gente mais velha (no Nordeste as pessoas não "baixam a bola" depois de uma certa idade, como em SP), héteros e gays. Nada de guetos: aqui, o povão se mistura mesmo, e a cidade fica em polvorosa. Dentro das cordas dos trios é que rola uma (relativa) segmentação. Por isso, o lance é você fazer aquela pesquisa prévia básica, e então ir montando a sua programação de blocos. Seus critérios de escolha serão: o perfil do público (tô indo pra beijar moin-to? só quero encontrar paulista e mineiro? recebo Ogum ou seguro o Tchan?), o preço do abadá (que também é altamente relativo, como discutirei mais adiante) e, of course, a atração que puxará o bloco (caso você tenha um ladinho oculto que adooora Cláudia Leitte, por exemplo).

OSMAR OU DODÔ? Todo mundo está cansado de saber - menos você, que é tão desinformado quanto eu era: os 2 maiores circuitos são o Osmar (também conhecido como Avenida) e o Dodô (ou Barra-Ondina). Alguns blocos fazem apresentações em ambos, em dias diferentes. Mais antigo, o Osmar sai do Campo Grande, com o sol do meio-dia a pino, e percorre as tortuosas ruas do Centro; o Dodô pega a orla, do Farol da Barra até a metade de Ondina, e os blocos saem principalmente à noite. No Osmar, o calor é maior, o trajeto é mais apertado e convém redobrar os cuidados com a segurança; já o Dodô parece um sambódromo, largo, iluminado, refrescado pela brisa do mar - e amplamente televisionado para o Brasil e o mundo. Por outro lado, é mais divertido estar cercado pela multidão humilde, que interage e vibra das janelas dos cortiços puídos do Centro, do que pelo povo insípido dos camarotes da Barra, que olha tudo com cara de tédio, em meio a balões infláveis de bancos e portais de internet. O Dodô é confortável e ultracomercial, o Osmar é roots e mais autêntico. Na dúvida, vá de Dodô - mas experimente pelo menos um dia de Osmar.

APARTHEID Sim, o Carnaval de Salvador tornou-se megacomercial e esse é um caminho sem volta. Muita gente reclama que antigamente era melhor, que o sentido de festa popular se perdeu, com as pessoas divididas em castas, dentro e fora das cordas, com ou sem abadás... Confesso que tenho mixed feelings em relação a isso. Por um lado, seria lindo se todos que quisessem pudessem ter acesso. Os próprios cordeiros - os cafuçus contratados pelos trios para segurar as cordas e garantir que os penetras não entrem - pedem esmolas a você durante o percurso, fazendo você lembrar que faz parte de uma elite. É triste, e falo isso sem qualquer demagogia. Por outro lado, sem corda e sem abadá, a coisa toda se tornaria impraticável - seria tanta, mas tanta gente, que os trios não sairiam do lugar. Quem não tem bala na agulha tem que se contentar com a "pipoca" (assistir ou seguir os trios no aperto do lado de fora das cordas), ou então esperar a quarta-feira de cinzas - quando o tradicional Arrastão, sem cordas, reúne estrelas como Ivete e Timbalada.

MADRINHA DAS GUEI Acredite se quiser: Daniela Mercury não pendurou as chuteiras em 1992, após "O Canto da Cidade". Ela continua gravando discos, vende superbem na Bahia e, mais do que isso, comanda um dos blocos mais fervidos do Carnaval baiano, o Crocodilo. Enquanto nos outros blocos os gays se infiltram, aqui eles são absoluta maioria. É um verdadeiro mar de homens desfilando e se beijando em plena avenida, a céu aberto, sob os olhares dos camarotes e das câmeras de tevê. Não que o público se choque - mas várias bees de Salvador não seguram a onda de tanta exposição pública e acabam evitando esse bloco, tão notoriamente gay que o abadá em si já vem com um carimbo "SIGNIFICA". Daniela se comporta como uma verdadeira mestre-de-cerimônias: começa com um show de delicadeza, pedindo que foliões, cordeiros e pipocas respeitem-se uns aos outros, e depois conduz a massa com absoluto domínio e um repertório dançante (zum-zum-ba-ba!), que funde épocas e estilos. A noite passa voando. O Crocodilo sai entre domingo e terça, sendo que a primeira noite é a obrigatória, em que todo mundo vai, e a última também é especial pelo clima de despedida. Segunda é a noite que se convencionou pular. [UPDATE: para o Carnaval de 2012, a primeira noite do Crocodilo foi transferida do domingo para o sábado].

MADONNA BRASILEIRA Dentro e fora do Carnaval de Salvador, poucas cantoras do universo pop brasileiro desfrutam hoje de um status tão privilegiado quanto Ivete Sangalo. Na folia soteropolitana, primeiro ela se apresenta como contratada em outros trios (Salvador na sexta, Cerveja & Cia. no sábado), depois comanda três dias no seu próprio bloco, o Coruja (domingo e terça no Osmar, segunda no Dodô). É uma reunião de fãs: diante da simples visão de Ivete no topo do trio, o público sorri abobado e completamente entregue. Sejamos justos: Ivete é linda, tem carisma e está acumulando um repertório respeitável de sucessos. E pincela umas covers bem bacanas, como eu disse mais acima. Só que ela canta no máximo uns 30% da letra: ela manda um verso, joga o microfone pro público e só vai completar o trabalho no final da estrofe seguinte. Assim, até eu faço cinco apresentações seguidas, meu bem. Fui no último dia (terça). No começo do bloco, eu via tantas meninas de rabo de cavalo que pensei que tinha caído em algum fretamento para a Disney. Aos poucos, os gays foram aparecendo, a bebida foi subindo e começaram a pipocar uns beijos aqui e ali. A pegação é mais esparsa, mas o pessoal é beeem mais bonito do que no Crocodilo.

MUITO MAIS Nessa minha primeira experiência, procurei escolher blocos que tivessem alguma presença gay e um clima mais solto. Afinal, não queria correr o risco de me sentir um peixe fora d'água. Ivete e Daniela são as duas divas, ao ponto de cada biu local ter e defender a sua preferida (uma coisa "Britney vs. Aguilera"). Mas o Carnaval de Salvador vai muito além dessa dualidade: há outras atrações tão ou mais bombadas, como Cheiro de Amor, Banda Eva, Chiclete com Banana, Asa de Águia, Olodum e Timbalada. Isso sem falar do célebre afoxé Filhos de Gandhy (só Freud explica por que as mulheres têm taaaanto fetiche por aqueles homens vestidos de baiana do aracajé!), dos blocos eletrônicos (neste ano foram três: David Guetta, Will.I.Am/Skol e Liberty, um bloco tribal-GLS que foi o erro) e dos blocos menores, que desfilam sobretudo no circuito Batatinha, no Pelourinho. Da próxima vez, não vou abrir mão de um Crocodilo e um Coruja, mas pretendo dar uma diversificada.

É DIA DE FEIRA Um dos maiores inconvenientes é o preço dos abadás, especialmente dos blocos de artistas mais bombados, como Chiclete com Banana, Asa de Águia e a própria Ivete. Pelas vias oficiais (Central do Carnaval ou Axé Mix, conforme o bloco), você chega a desembolsar mais de mil reais por um único abadá, e sem direito a open bar. Para quem não é rykah de berço, o jeito é se jogar nas duas feiras de cambistas: no Jardim Brasil (atrás do Shopping Barra) e nas imediações do Aeroclube. A economia pode passar de 80%, especialmente se você comprar mais em cima da hora (afinal, depois que o trio passou, o abadá perde todo o valor). Tenha sangue frio e negocie. Como o pagamento só pode ser em cash e todos sabem que você estará com os bolsos cheios, vá em grupo e tome cuidado para não ser roubado, especialmente no Aeroclube. Vencida a batalha da compra, é só customizar seu abadá e sensualizar na avenida. Você pode recorrer a uma das inúmeras oficinas espalhadas pela cidade, ou arrasar sozinho com sua tesoura, tomando o cuidado de não cortar o nome do bloco, o logo do patrocinador e as marcas de autenticidade, o que pode inutilizar o abadá. Se estiver com preguiça, apenas passe o abadá por trás da cabeça - pagar peitinho sempre funciona.

SURVIVOR E por falar em dinheiro, se você se deparar com um caixa eletrônico que funcione, aproveite: essa poderá ser sua última chance. Se uma das máquinas for daquelas que só soltam notas de R$2 ou R$5, deixe escorrer uma lágrima de emoção e faça tantos saques quanto for possível: na avenida, dinheiro miúdo vale ouro, porque é muito difícil estender uma nota de R$20 e esperar o troco quando se está bêbado, no meio de uma multidão tomada por Iansã. O negócio é jogo rápido: com uma mão você estende a nota, com a outra pega a bebida e desaparece. Ah sim, é fun-da-men-tal andar com um daqueles porta-dólares por baixo da roupa: nele você leva seu dinheiro, sua chave e um documento velho. No bolso, não leve nada. E nos pés, um tênis velho e confortável - que ficará imprestável, portanto traga também um par sobressalente para os momentos off-bloco.

CAMAROTES Outra maneira de curtir a festa é comprar ingresso para um dos muitos camarotes que ficam dispostos ao longo do circuito Barra-Ondina, e assistir ao desfile dos blocos com mais conforto. Cada camarote é uma festa em si, com comida, bebida e música independente (a cargo de bandas e/ou DJs), o que significa que você pode passar a noite curtindo ali dentro e simplesmente abstrair os blocos, se quiser. Assim como acontece com os trios, há camarotes para todos os gostos e faixas de preço. Fatores para comparar: o tipo de público (desde celebridades até o povo da firrrrma), as atrações (bandas/DJs, que só interrompem o som quando um bloco está bem em frente ao camarote), a comida e bebida (nos mais simples, a bebida é vendida à parte; nos mais caros, all inclusive, há até sushi e comida contemporânea) e a localização (afinal, um dos grandes atrativos é a visão privilegiada que se tem da avenida, aquela multidão vista do alto é uma cena e tanto). Minha opinião sincera? Vale a pena pegar um camarote naquele dia em que você precisa fazer uma pausa e descansar. Mas, enquanto quem está no camarote assiste ao Carnaval, quem está no bloco participa, protagoniza, vive o Carnaval. Quando eu olhava lá de baixo os rostos debruçados nos camarotes, tinha a impressão de que ninguém ali estava se divertindo tanto quanto eu.

ABRIGO O melhor dos cenários, na minha opinião, seria você alugar um apartamento na Graça, meu bairro preferido: prédios antigos, apês enormes, perto o suficiente dos dois circuitos para você ir a pé, mas sem nenhum barulho ou muvuca. Caso você fique em hotel, reduza suas escolhas a três bairros: Barra, Ondina ou Rio Vermelho, cada qual com prós e contras. Na Barra, você tem fácil acesso à "largada" do circuito, mas será obrigado a respirar carnaval 24 horas, pois o bairro, que tem poucas ruas, fica tomado de gente, lixo e barulho o tempo todo. Na Ondina, onde ocorre a dispersão, o barulho noturno também pode incomodar - boa parte dos hotéis fica ao redor dos camarotes, por onde passam os trios. Pelo menos você sairá do bloco, exausto, a poucos passos da sua cama. No Rio Vermelho, você terá que se deslocar diariamente para a Barra (e pegar congestionamentos, dependendo da hora e caminho escolhidos), mas você tem a melhor estrutura de bares e restaurantes (na Barra as opções são sofríveis), além de uma rede hoteleira mais recente. Outros bairros? No Carnaval, eu só consideraria se fosse para ficar como convidado na casa de alguém.

BABADO FORTE? Aposto que tem leitor meu que só seguiu o texto até aqui porque estava esperando pela parte em que eu falo dos cafuçus. Pois é, para quem curte essa beleza bem brasileira, a Bahia é o paraíso na Terra - já declarei publicamente por aí que os baianos estão no topo da minha lista de preferências. Os braus locais ("cafuçu" é coisa de pernambucano, jamais ouse pronunciar esse termo na Bahia, eles acham pejorativo!) são mesmo de babar, colega. Além disso, a capital soteropolitana é a terra dos "héteros que fazem" - aqueles bofes que, na maior discrição, mandam ver mesmo, e nem venha você querer definir a sexualidade deles. No entanto, por incrível que pareça, o Carnaval de Salvador não é tão sexual como alguns podem imaginar. Claro que as pessoas estão ali para se permitir, mas, em sua grande maioria, o que elas querem é beijar, não necessariamente transar. É um clima muito mais puro e brincalhão, de curtir a música, sair com sua galera, beijar muito, dar risada e não ter grandes preocupações, do que um açougue da carne como em outras praças.

RELAXE, MEU REI Aos cri-críticos de plantão: venham vacinados para conviver com os problemas da cidade, sem deixar que eles azedem o seu bom humor. Nesses dias frenéticos, Salvador fica ainda mais suja. É preciso manter-se alerta contra os furtos (mas sem neurose! também não é tão perigoso assim). As avenidas de acesso que formam o yakissoba viário da cidade (Centenário, Garibaldi, Vasco da Gama, Cardeal da Silva, Vale do Canela) freqüentemente engarrafam - escolher o caminho mais livre é pura questão de sorte. O serviço é um dos piores do Brasil, oscilando entre a simples ineficiência e os maus tratos ao cliente. Não espere ouvir um "por favor", "com licença" ou "obrigado" - e, quando você agradecer, tampouco ouvirá resposta. Mas nada disso estraga o brilho da festa. É só você ir com o espírito preparado. Ninguém ali quer receber suas lições de civilidade. E lembre-se: na Bahia, uma hora tem 90 minutos.

COMBUSTÍVEL Salvador tem excelentes restaurantes [já falei sobre alguns no blog e voltarei ao tema no próximo post]. Nada como pedir um prato com camarão e receber camarão de verdade. Mas vá por mim: nos dias de Carnaval, você dificilmente vai querer perder tempo com grandes deslocamentos e comida que pode pesar no estômago. Se quiser usufruir da gastronomia e das atrações turísticas de Salvador, o ideal seria viajar em outra época, ou pelo menos pegar mais alguns dias antes (lembrando que a festa começa já na quinta, não no sábado!) ou depois do Carnaval. No corre-corre do circuito, você vai ter que se virar com comida rápida de barracas (salgados, pizzas etc.) e os sanduíches e vitaminas do Suco 24 Horas. Provavelmente, sua maior preocupação será o álcool (que é absolutamente essencial, diga-se de passagem). Dentro dos trios, tudo é mais caro: fora deles, se você não curte cerveja e acha as bebidas ice fraquinhas demais, terá um pouco mais de trabalho até achar uma vodca que seja confiável. Por isso, os mais espertos compram uma garrafa de Smirnoff ou Absolut, gelam em casa e levam para o trio em garrafinhas de água de 500ml, ou naquelas mochilas etílicas do tipo camelbak.

FOI BOM PRA VOCÊ? Posso afirmar com segurança que essa foi a melhor escolha que eu poderia ter feito para o Carnaval de 2011. Se eu voltarei? Não tenho a menor dúvida que sim. Todo ano? Provavelmente não, porque os preços são salgados demais para o meu bolso [nem sei como teria sido sem o apoio e a hospitalidade de meu amigo David, a quem deixo meu beijo e muito obrigado!]. E porque eu também curto o Carnaval do Rio de Janeiro e de Florianópolis, cada um do seu jeito. Salvador provavelmente vai entrar no meu rodízio com as outras duas cidades - ainda que o astral de lá seja dez vezes maior do que o da primeira e duzentas vezes maior do que o da segunda. Sem tanto carão, sem tantos guetos, conhecendo gente diferente. Na terça, quando os trios chegavam perto do fim, tocando os clássicos eternos, os foliões felizes e nostálgicos ao mesmo tempo, não querendo que aquilo acabasse... aquilo foi um momento totalmente emocionante, uma sensação que eu nunca pensei que pudesse ter. Foi aí que caiu a ficha que eu tinha realmente entendido o Carnaval de Salvador.

39 comentários:

Leo disse...

Thi, foi um prazer enorme experimentar isso tudo, participando de todos esses momentos e saber que cada linha que vc escreveu fez parte de nossas longas conversas de idas e vindas, congestionamentos, empurra empurra, caminhadas que eu nem sei de onde a gente tirava força pra voltar do final do circuito até Suco24 que era nosso oásis no meio da madrugada do rio vermelho.
Eu te conheci justamente por um post sobre dicas de Buenos Aires e hoje alguns anos após eu te considero um dos meus grandes amigos!
Obrigado pela companhia e pelo carinho e atenção de sempre!
espero poder fazer contigo outras trips tão bacanas quanto essa.

Valeu mesmo meu rey!
Leo

Joe Lira disse...

Baianos e pernambucanos tem essa rixa mesmo, Já conhece o carnaval de PE?

Daniel disse...

Este ano eu não pude ir a lugar nenhum e nem o carnaval do Rio eu aproveitei. Mas pelo seu detalhado relato e também o de outros amigos que foram este ano para lá, Salvador é sim um forte rival para quem se dividia entre Rio e Floripa. Aliás, não ter ido a Floripa este ano acabou sendo uma ótima ideia: não pegamos conjuntivite.

TONY GOES disse...

Um dos melhores posts do seu blog ever, cheio de informações preciosas e achados estilísticos.

"Yakissoba viário" e "na Bahia, uma hora tem 90 minutos" estão me matando de inveja branca.

Luciano disse...

Vou imprimir esta sua postagem. Isto é um verdadeiro compêndio. Precioso.
Abraço!
Muque de Peão

Marcelo Doon disse...

Adogay!!! Depois de 3 carnavais na cidade (95, 96 e 97) decidi nunca mais ir pelo apartheid racial que eu via, ou por me acharem "da terra" o que me dava um grande 0 x 0 no final. Mas me sinto mais confiante a retornar depois do seu "crivo". Fiquei em SP por razões matrimoniais e tenho que pensar em algo diferente para 2012 ja que o marido odeia a rota Elizabeth Arden - Max Factor. Vou reconsiderar todas essas ricas informações sobre o carnaval baiano, agora mais cosmopolita e mais gayfriendly. Thanks Thiago pelo serviço!!!

Aleey disse...

qdo voltar em um próximo ano, vai enxergar tudo com outros olhos.
Pra mim é pagar para sofrer, pois só é bom na 1ª vez.

Mel Oliveira disse...

Oi Thi! Feliz em ler um texto tao rico de detahes e tão original. Mais uma vez assino em cada linha que escreveste.

Um beijo grande!
Mel

Julián disse...

Thi adoré este post que acabo de devorar!!!! Excelente, es de los más emocionantes que he leído en tu blog, además con muy buenas recomendaciones para los que van el próximo año!!!!

Ma disse...

Excelente crítica, hehe. Como morador não tiro nem coloco nada, hehe

O sr arrazou de superman no mascarados, hehe. Só não fui dar um oi por timidez mesmo, hehe

Abs

Ma disse...

Ah, e pra mostrar como as divas daqui não são competitivas. No domingo se não me engano, o trio do Armandinho quebrou no Cristo e Daniela tava atrás, parada na frente do camarote de Ivete quando ela resolve sair. As duas além de um papo de comadre cantaram várias músicas juntas, foi um dos momentos mais bonitos que vi, hehe

Outra coisa é, tente ao menos dar uma passada no Ilê, você que curte o baiano ia babar só com os negros feito o ebano de 2 metros de altura, hehe

Abs

Thiago Lasco disse...

Ma: Ra-paiz! ;) Foi tanta coisa que eu vivi que acabei até deixando fora do texto a parte dos Mascarados! E pior que eu arrasei mesmo - só eu sei a histeria coletiva que eu causei, saindo de casa no Rio Vermelho e cruzando a cidade inteira só de cuecão e capa do Superman! Era um tal de passar pelo ponto de ônibus e a multidão inteira gritar "FODE FODE MULHER MARAVILHA, FODE FODE SUPERMAN"! hahahahahaha
E olha, essa dica do Ilê Aiyê até chegaram a me dar. Mas depois tb falaram que eu não ia poder tirar nenhuma casquinha, e que eu iria ser até malvisto se fosse pro Curuzu só com essa "curiosidade antropológica", que os cafuçus iriam se sentir vistos como objetos. Então não quis ir lá só para passar vontade... Mas em 2012, quem sabe! Vc deveria ter ido falar comigo, pra quê essa timidez toda, meu rei??? ;)

DESCRIÇÃO disse...

Thiago, adorei o post, com certeza vc. pegou 100% o clima do carnaval na bahia, não mudaria uma vírgula sequer no seus comentários e fico muito feliz que tenha se deixado levar e curtido o carnaval com todas as dificuldades e prazeres que ele oferece.

Tina Soares disse...

Oi, Thi! Amei seu post! Tambem me senti do mesmo jeito quando fui pra la e me peguei dancando axe e afins como se nao tivesse amanha! Super recomendo a todos que gostam de festa, dancar e de musica em geral. Ainda bem que voce aproveitou seu carnaval. Eu soh me liguei q era carnaval na segunda a tarde. Hehehehe! Beijos de LA

Ma disse...

Sei lá o q me deu, hehe. Mascarados é assim mesmo, quem capricha na fantasia sempre chama atenção, esse ano fui mais sóbrio, de pirata fetichista, hauahua.

Ensaios do Ilê são tranquilos até de se ir, é só ir na sutileza e discrição que os baianos tanto amam que dá caldo, ahuahauha. No campo grande também tava tranquilo de se admirar, hehe

Lembrando agora do mascarados, uma boa opção é citar os blocos sem corda. Daniela no sábado tava super tranquilo de curtir, mascarados foi excelente, não fui no eva por questão de gosto e o arrastão foi TUDOOOO, huahauha

abs

Clóvis disse...

Realmente um dos melhores post's. Sensacional.
Quando você diz que o tênis fica imprestável é por causa do tal "rio de xixi"? Me disseram que o cheiro é muito ruim. Isso é lenda ou é verdade?

claudemir disse...

PERFEITA TODAS AS COLOCAÇÕES QUE FEZ.....SALVADOR EH TUDO ISSO POR ISSO TEM O MELHOR CARNAVAL DO BRASIL....ABRAÇOS E SALVE A BAHIA...SEMPRE

Ricardo disse...

Fico feliz que vc curtiu. Neste ano eu e o maridão preferimos um programa muito mais calmo e fomos para Punta del Este. Sensacional!

Anonymous disse...

Confesso que não faz meu estilo - mais pela confusão em si do que pela musica, que apesar de não ser algo que eu goste, encararia numa boa. Tô mais pra conforto - e esse ano fui pro sossego.

Passamos por SSA pra ir pra Morro de Sao Paulo e a cidade realmente estava fervendo. Fico muito feliz e ainda admirado de ver como o Carnaval é a época mais divertida desse país.

Gui Vasconcelos

Rafa disse...

Jamais irei ao Carnaval de Salvador, mas sempre volto ao seu blog. Porque é luxo essencial.

Bj

garçom disse...

opa, excelentes os seus comentários. esse foi o meu oitavo carnaval de salvador. isso é uma febre, rapaz.

Raul Aguilera disse...

Thiago, adorei a geral sobre o carnaval soteropolitano, era pra eu ter ido, mas razões do universo não deixaram desta vez. Quem sabe nos vemos no próximo?
Ah, amigo de gosto confiável me falou que o carnaval de Olinda não deixa a desejar tb. Fikdik. ;)

Anonymous disse...

Rapaz, que puta jornalista você é. Porque eu, soterapolitano de 28 anos, crescido no meio dessa folia, jamais vi uma descrição tão perfeita do que é o carnaval de Salvador(Aonde! Que eu sabia que o circuito da Barra é Dodô e o da Avenida é Osmar, ou será o contrário). Sem idealizações, sem preconceitos.

1 hora = 90 minutos, seu sacana! hahahahahaha!

É impressão minha ou foi você que eu vi no camarote do vipado(por sinal que camarote tenebroso, está vendo porque é necessário ser mais caro, e olhe que tinha uma vista privilegiada), se eu não me engano no sábado. Como eu estava cheio da cachaça, não tinha certeza que aquela gracinha de moicano que estava do meu lado era um dos meus blogueiros favoritos.

Volte sempre, meu rei!

Thiago Lasco disse...

Anônimo acima: não foi impressão sua. Era eu mesmo! Fiquei envaidecido com o seu comentário - meu moicano e minha verve jornalística agradecem! E volte sempre ao blog (em breve, de endereço novo: thiagolasco.blogspot.com)... a Salvador, sempre voltarei! Um cheiro!

Ricardo Gaioso disse...

Por minha vez, digo que amei a Bahia, fiquei atiçado para conhecer mais da história e dos lugares incríveis que só pude ver no mapa, porque realmente não dá para chegar em lugar algum (e eu tinha mais o que fazer).
A hospitalidade dos baianos é louvável. Conheci gente incrível, me diverti muito no camarote Expresso 2222, só que parecia SP, exceto pelas minhas fugas para realmente ver a Preta interagindo com os trios, intercalando na boatezinha lá atrás que fervia no house e na ferveção tipo camarote TW, só que sem o batidão tribal.
Já o camarote SSA, que só fui mesmo convidado, porque o preço era salgadíssimo, a presença hétero era fulmegante, só que serviços incríveis (do tipo hora 40 minutos) e uma mega estrutura que me remetia o tempo todo à Space de Ibiza, tamanho investimento.
Fui sugado um dos dias por um furacão na multidão na rua e me assustei um pouco porque nego enfia a mão em todos os seus bolsos, arrastão mesmo, mas eu que já sou velho de guerra já tinha tudo planejado e só carregada $ e identidade na mão para cima, onde ninguém olhava, rs. Não saí em nenhum bloco, mas me permiti conhecer algumas pérolas gastronômicas que mudaram meu conceito sobre camarão, miam-miam, alternando para economizar um pouco de saúde. Fiquei curioso para voltar em uma época mais branda (nos dois motivos) e outra para viver o carnaval de verdade com uma turma que realmente conhecesse e tivesse com a pegada do real deal. Por ora, quarentena com muita meditação para compensar...

Bonne chance!

srcesario disse...

Quase um videoblog! Amei!

Anonymous disse...

Thiagao. Muito legal saber do meu carnaval do outro lado. Pois eh como me senti vendo vc descrever aquilo que vi a vida toda e ser tao comum p mim a ponto de esta tao perto e nem fazer tanto esforço para ve um ou outro artista e ao mesmo tempo esta no Rio me divertindo e morrer de saudade de salvador. Vem mais sim para ca tem um bucado de coisa mais p ve e tenho certeza q vai adorar. Bjao. Djalma

Cocorita disse...

Adorei o post como sempre, vou guardar pelas proximas viajens soteropolitanas! (Quando) vai sair mais um dos seus posts também maravilhosos sobre a cena culinaria da cidade? bjs!

Thiago Lasco disse...

Cocorita: Sua bola de cristal está boa, hein? Será o próximo post! ;)

S.A.M disse...

Minha vontade de ir a Salvador é basicamente pra conhecer o bloco de Daniela.

Meu querido, essa postagem daria uma revista fácil, adorei.

Abração!

Alex Bez disse...

Thiago, considerando a sua inteligencia, sensibilidade e bom senso, o carnaval de Salvador deve ser muito bom mesmo!!!!

Vou começar a pensar no assunto para 2012!
E voce, fez muito sucesso com os locais? rsrsrs

Ainda acho a sensualidade dos bahianos algo extraordinário! Nunca vi homens tão comuns, dançando e requebrando freneticamente daquele jeito, exalando virilidade...meodeus!!!

um abraço

Anonymous disse...

Thiago,
O bloco liberty e o Offer, vc achou 'o erro', porem quero mais detalhes, porque foi a unica inovacao, aparentemente mal sucedida, do carnaval deste ano.

flavio disse...

perfeito esse post.

parabéns!

Caju disse...

O post está completíssimo. Mas uma ressalva boba: Cerveja e Cia. também é da Ivete, mas em sociedade com Durval Lélis, o do Asa de Águia. É um bloco mais focado nas festas fora de Salvador, já que na capital baiana cada um tem o seu.

Outra coisa: você detalhou tudo tão bem que a impressão que tive é de que a música baiana, e consequentemente o carnaval de Salvador, parecem acontecer em outro planeta. Quando vc falou que 'Daniela Mercury não pendurou as chuteiras' isso ficou ainda mais explícito. Não que todas as pessoas deveriam saber. Mas eu, que moro em Sergipe, sei tanto do carnaval de Salvador quanto sei do RJ, de SP ou de Olinda - que também acho que vc deveria conhecer algum dia.

Alex Bernardes disse...

2010 pulei meu carnaval em Salvador, simplismente AMEI, não tem nada comparado. Esse ano fui para Floripa para ver qual era, mas honestamente, carnaval para mim é carnaval, balada posso ir em qualquer época do ano.
Sair no crocodilo é algo indescritivel, quando acaba o circuito fica aquela vontade de continuar ali pra vida toda....Ano que vem to lá de novo.
Parabés pelo texto.
Alex Bernardes
Revista ViaG

Anonymous disse...

Para corrigir o bloco cerveja e cia é somente da Ivete e ela contrata artistas para sair alguns dias no bloco.
Já a parceria feita entre Durval e Ivete é chamada de Cerveja e Coco, a junção entre o bloco cerveja e cia (dela) com o bloco cocobambu (dele).

melo disse...

olha, quero conhecer Salvador mas longe do carnaval que não é pra mim, não gosto mesmo em nenhuma de sua formas.

agora, a parte dos cafus do bem, está
a
no
ta
da

aliás, todas as suas dicas estão sempre por aqui quando planejamos alguma viagem, são valiosas!!

Cássio disse...

Tiago, sou baiano e não sei a qnto tempo vc conhece Salvador e qnto tempo vc passou aki nesse Carnaval, mas vc descreveu fielmente a festa e a cidade neste período e foi mais além, vc descreveu brilhantemente como o folião se sente no Carnaval de Salvador: " a multidão toda sabe cantar o refrão, o que produz um efeito multiplicador de alegria do qual não dá para escapar ileso". É algo incrível, uma energia uuuultra contagiante e uma experiência inesquecível.

Anônimo disse...

Sou matogrossense e para nós, musica que não for sertaneja é coisa de outro mundo. Entretanto fui ao carnaval de Salvador e me deixei levar pela alegria do povo que é contagiante. O carnaval é uma época onde padrões morais são deixados de lado para uma suposta permecividade do ninguém é de ninguém. Aqui, quando perceberam que eu era gay recebi várias cantadas discaradas (até de tipos bem machões), de senhores do tipo pai de família a garotos suburbanos de 17 anos.. enfim vale a pena !