É tempo de balanços e retrospectivas pelos sites e blogs afora. O Mix Brasil fez a mais completa: falou das personalidades que se destacaram, das noites e festas do ano, dos micos e uma porção de outras coisas. A Capa apostou no mesmo formato do sobe-e-desce que eu uso em vários posts do meu blog. Tony Goes já falou sobre as músicas, os filmes, as noites e até as frases (!) de 2007. Italo imortalizou as coisas mais legais de seu universo com vários troféus, como Diva do Ano e Bomba do Ano. E o Carioca Virtual preferiu dedicar sua retrospectiva às pessoas que marcaram o ano dele (só as mais especiais, tipo umas 3.786, né Marcos?).
Bem, eu não vou fazer aqui meu balanço de 2007. Até porque eu não saberia fazer isso de uma maneira diferente da minha usual: um texto de uns dezesseis parágrafos. E uma das minhas promessas de ano novo é justamente fazer textos menos longos aqui. 2007 foi "too much information" em várias áreas, desde a política nacional tomada por escândalos até a noite cheia de novidades, com festas babadeiríssimas e clubes novos/reformados não só no eixo SP-Rio, mas também em Brasília, BH, Salvador e Curitiba. Para falar de tudo pela metade, prefiro não falar - e recomendar que vocês acessem os sites e blogs que eu citei acima, todos eles parte de minhas leituras virtuais diárias.
Em vez disso, vou falar um pouco deste blog. Ele não foi criado em 2007, mas foi neste ano que meus textos realmente "vieram ao mundo". Até novembro de 2006, eu só usava este espaço para colar os textos que, vez ou outra, eu escrevia no Fotolog. Não o divulgava por aí, até porque isto não era efetivamente um blog, mas quase um arquivo virtual de textos - muitos deles em tom de diário, que não eram mesmo do interesse de mais ninguém (talvez eu tire daqui esses posts mais antigos, não sei). Quando decidi finalmente correr atrás do que gostava e prestei vestibular para jornalismo, passei a ver este blog como uma ferramenta para me forçar a escrever com disciplina, ritmo e freqüência, o que me ajudaria bastante como jornalista. E aí comecei o blog "de verdade".
E o retorno que eu tive aqui me deixou muito feliz. As pessoas foram descobrindo o blog aos poucos, deixando algum comentário, voltando depois... outros blogueiros apareceram, começamos a trocar idéias, participamos nos espaços uns dos outros, e de repente eu já tinha um universo bem legal de leitores. Que nunca primou pela quantidade (meus recordes foram cerca de 400 acessos num único dia e 39 comentários num único post), mas sempre pela qualidade - quem lê e gosta deste espaço deixa sempre comentários inteligentes e de ótimo nível (inclusive as críticas ao que escrevo). Encontrei aqui o estímulo que precisava para escrever mais, melhorar meu texto, tentar imprimir nele sempre minha marca pessoal - e acreditar mais no Thiago jornalista que estava nascendo. Melhor ainda: conheci pessoas incríveis, fiz bons contatos e ótimas amizades que estou levando comigo para 2008.
Por isso, encerro 2007 com um agradecimento a todos aqueles que me descobriram, me leram, me acompanharam, me prestigiaram, me elogiaram e também me criticaram. Escrevo pelo simples prazer de escrever, mas a presença, o interesse e o retorno de vocês tem tornado isto muito mais divertido. Hoje, o blog é uma das alegrias do meu dia, e espero que em 2008 continue me trazendo muitos bons frutos. Um excelente ano novo para todos vocês!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Tudo o que você pode fazer no Rio no dia 31
Depois de um ano bastante movimentado para a cena, os cariocas se despedem de 2007 com um número recorde de opções para a noite do dia 31. Nunca se teve tantas festas para escolher - confesso que até eu estou um pouco perdido diante de tanta informação. Aqui vai um apanhado das principais possibilidades para a hora da virada, com os prós e contras de cada uma, para ajudar a todos nessa difícil decisão... muita calma nessa hora!
1) THE WEEK
Pode ser uma boa. Escolher a TW é jogar no seguro: optar pelo conforto e segurança de um clube com boa estrutura, ar condicionado e bares que funcionam a contento, além do serviço atencioso e bem-treinado. A parte nova da casa é um atrativo extra e permite que a comemoração vá até tarde.
Por outro lado... É preciso ter disposição para cruzar a cidade no dia 31, com Copacabana e o Aterro fechados a partir da tarde. O acesso à Saúde não deve ser fácil, mesmo pelo Túnel Rebouças e com a TW oferecendo vans gratuitas para o transporte. Além disso, a casa abre todo sábado e já fará uma Cosmopolitan especial na noite do dia 29 - por isso, o Réveillon lá não terá nenhum grande diferencial, a não ser (mais uma) atração gringa.
2) RÉVEILLON IPANEMA 2008 (hotsite)
Pode ser uma boa. A festa promovida por André Garça (Cena Carioca) aposta em DJs experientes da cena tribal nacional, como Marcus Vinicius (B.I.T.C.H.), Patricinha Tribal, Aless (BH) e André Queiroz (DF), um prato cheio para fãs do estilo. O buffet inclui comida japonesa - temakis são leves, nutritivos e fáceis de comer. A localização é estratégica (Vieira Souto com Farme) e você ganha uma pulseira para sair e voltar quando quiser, podendo conferir também o fervo na praia.
Por outro lado... R$ 300 é um preço alto, se você considerar que o antigo Espaço Lundgren é uma casa relativamente pequena e pouco funcional para festas. Outras opções com o mesmo foco (house tribal) devem roubar parte do público, cobrando menos (The Week, Sky Lounge).
3) SKY LOUNGE
Pode ser uma boa. O réveillon de Rosane Amaral tem relação custo-benefício interessante, se comparado com outras opções na Zona Sul. O acesso não chega a ser dramático - a interdição da orla deixa o trânsito na Lagoa carregado, mas ainda assim o Sky é relativamente perto. E a festa já tem uma certa tradição, conquistada com a ajuda dos "passaportes", ingressos promocionais que dão acesso às 3 festas da Rosane por um preço menor.
Por outro lado... O line up é animado, mas não chega a emocionar - Vlad e Flávio Lima são duas delicinhas, mas seus únicos predicados à disposição do público serão os musicais. Além disso, edições anteriores foram bastante criticadas por conta de soluções caseiras, como sacos de lixo preto para diminuir a claridade, e da política de preços progressivos para a água mineral (que chegou a R$7 no meio de uma festa).
4) HOTEL CARNIVAL (hotsite)
Pode ser uma boa. Para quem curte um som mais underground, o line up estrelado (Pareto, Mau Lopes, Serge) é uma bênção em meio a um cenário dominado pelo house tribal. O cenário é maravilhoso - uma mansão tombada no meio da Mata Atlântica, com lindas vistas da cidade - e o buffet promete caipirinhas sofisticadas e até ceviche. A nata dos modernos da cidade estará lá.
Por outro lado... Você passará por maus bocados se cismar de voltar para casa antes da hora. A casa fica no alto de Santa Teresa, numa área que estará totalmente isolada do resto da civilização, incluindo táxis (a idéia é essa). E outra: você se deprime vendo as barbies tombando de G no fim da festa? Isso é porque você não sabe o que são os modernos ficando bicudos de padê...
5) DREAM 2008 @ FELICE CAFFÈ
Pode ser uma boa. A localização é excelente, a poucos passos da praia de Ipanema, do Arpoador e do Posto 6 em Copa. A comida oferecida é mais do que confiável (embora seja menos elaborada do que o usual, já que a idéia da casa é justamente ganhar dinheiro com essa festa). Rafael Calvente deve tocar um som mais fino do que o das festas dedicadas ao tribal, já que a proposta aqui é mais selecionada (pelo valor da entrada e pelo próprio público da casa).
Por outro lado... R$300 é bastante salgado pelo limitado espaço da casa, mesmo contando com a extensão improvisada para a rua (o Felice fechará todo o quarteirão para a festa). Além disso, a peneira do preço não necessariamente dará a selecionada que você gostaria - a casa receberá todo tipo de cliente do restaurante, e não só as bees (que estarão pulverizadas entre várias outras opções).
6) WONDERLAND IN RIO @ IPANEMA PLAZA
Pode ser uma boa. O Ipanema Plaza é um hotel de alto nível e não parece ser do tipo que economiza no réveillon. No mínimo, a festa valerá pelo terraço, com uma vista absurda de Ipanema. A escalação de Rafael Calvente para tocar sinaliza uma preocupação em não fazer algo totalmente careta. É grande a chance de você encontrar gringos lindos - se esse é seu alvo, você deve considerar com carinho a opção.
Por outro lado... O preço (R$400) é ainda mais exorbitante do que o das festas "caras". Você precisa se dar muito bem por lá para o investimento valer a pena. E essas festas são freqüentadas basicamente por panelinhas fechadas - isso quando não é uma panelinha só. Ou seja: é preciso ter carão, corpão, inglês bom - e muita vontade de conhecer e ser aceito pelos gringos.
7) DUO @ LOUNGE 69
Pode ser uma boa. Poucas informações foram divulgadas até agora (o Cena Carioca apenas mencionou na agenda), mas pode ser uma opção low profile bem interessante, se os preços não forem astronômicos. O som fica por conta de Rafael Calvente (o belo está em todas!), Tzo (00 e Redondo Lounge) e dois DJs gringos. Quem conhece o 69 diz que é um "D-Edge genérico" - o projeto é do Muti Randolph, o mesmo que criou as barras de néon coloridas do clubinho paulistano. A festa semanal de house Maja mudou-se pra lá.
Por outro lado... Por mais que o lugar e o line up houseiro sugiram um clima fofo, não dá pra imaginar que essa seja uma noite "escândalo", considerando tantas outras festas acontecendo ao mesmo tempo. Se seu desejo para a virada é bombação, aqui provavelmente vai faltar gás para você.
8) FOGOS EM COPACABANA
Pode ser uma boa. O réveillon na praia de Copacabana é uma das maiores festas de rua do mundo. É emocionante, a começar pelo êxodo de milhões de pessoas vestidas de branco em direção ao bairro, numa euforia silenciosa, um crescendo que culmina em uma explosão de energia, uma verdadeira catarse coletiva. Você precisa viver isso pelo menos uma vez na vida. Além disso, é de graça e depois você pode ir para outro lugar.
Por outro lado... Como em qualquer evento de massa que atrai milhões de pessoas, o desconforto é total, com momentos que beiram o caos. É fácil se perder dos amigos e impossível marcar pontos de encontro; o celular, inexplicavelmente, não pega. Precisa ter muito cuidado com roubos e furtos (a maioria não resiste e leva a câmera para tirar fotos dos fogos) e com as brigas por conta do inevitável excesso de álcool. E também gostar de estar entre o "povão", sem preconceitos.
9) IPANEMA STEREO BEACH @ POSTO 9 (hotsite)
Pode ser uma boa. Tá aí um jeito diferente de começar o ano: dançando música eletrônica na praia, numa mistura de festival e rave na areia. Os mais esotéricos dizem que entrar o ano com o pé descalço na areia, na beira do mar, atrai ótimas energias e fluidos. É de graça e não tem como ficar vazio. A localização no Posto 9 ajuda a atrair meninos bonitos e desencanados de Ipanema e imediações - pelo menos em tese.
Por outro lado... As atrações mais legais (pelo menos para quem curte house) rolam todas antes da meia-noite - o evento começa às 16h. E quem lembra de toda a confusão ocorrida no ano passado (aquilo virou uma grande maloca) com certeza vai passar bem longe da praia de Ipanema dessa vez.
10) JANTARES NOS RESTAURANTES DA AVENIDA ATLÂNTICA
Pode ser uma boa. Os restaurantes da orla de Copacabana fazem jantares especiais na noite do dia 31, com buffet diferenciado e open bar, a um preço fixo (cerca de R$300 por pessoa). Suas mesas na calçada são cercadas por seguranças (só entra que fez reserva) e viram uma espécie de camarote, de onde se tem uma visão cômoda e protegida do show de fogos. Se você lembrar que outras festas cobram o mesmo valor para servir belisquetes e finger food, uma ceia "de verdade" é muito mais retorno pelo seu dinheiro.
Por outro lado... O público dessas festas reúne casais, famílias e idosos endinheirados - uma fauna bem pouco interessante para jovens e/ou gays. Ao beijar e abraçar seu namorado e seus amigos na hora da virada, você possivelmente deixará o pessoal das mesas em volta completamente passado.
11) FESTINHAS PRIVÊ EM APARTAMENTOS
Pode ser uma boa. Festinhas em apartamentos alugados podem ser uma alternativa confortável e intimista para a virada. Dá para curtir e conversar bastante com os amigos e também com as outras pessoas que você poderá conhecer. Se o apê for na orla, melhor ainda: você assiste ao espetáculo dos fogos de camarote. Há um rateio, mas costuma ser bem mais barato do que a entrada de festas "comerciais" - já que, em geral, o dinheiro é só para a festa pagar as próprias despesas.
Por outro lado... Você fica totalmente limitado às pessoas presentes. Se forem só os seus amigos, ótimo. Agora, se tiver gente estranha no meio (o que é mais comum, pois o aluguel desses apartamentos costuma ser caro), pode dar ou não dar "liga". De qualquer maneira, nada te impede de ir terminar a noite em outro lugar.
12) LE BOY
Pode ser uma boa. Se quantidade é o que importa, você nem deveria ter lido as outras onze opções: a veterana "Lelê" é o seu lugar. Não interessa quantas outras festas estejam rolando: no inferninho (infernão?) da Raul Pompéia a lotação é sempre completa, com filas dobrando a esquina e chegando até a Nossa Senhora. Garantia de beijo na boca e pegação - o dark room da casa possui fama internacional. Fora da residência das festas da Rosane, o fortão Dudu Marquez ajudará a pista a bombar.
Por outro lado... Qualquer "macaca véia" sabe que o clima na Le Boy é meio pesadinho - com muitos michês, gringos perdidos e, seguramente, a maior taxa de incidência de boa-noite-cinderelas do Rio de Janeiro. Sem falar que o clima é altamente bagaceiro - as "bonitas" consideram muitas outras opções (The Week, Sky Lounge, festas caras) e só caem na LB em caso de necessidade e pela localização conveniente da casa. Afinal, bem ou mal, ali todos sabem exatamente o que vão encontrar.
Ou seja: com tanta coisa acontecendo, o jeito é olhar para dentro de si e responder: de que tipo de comemoração eu estou realmente a fim? Vale lembrar que, se você se jogar no dia 28, no dia 29 e no dia 30 (festas não vão faltar), provavelmente chegará à noite do dia 31 completamente destruído - nesse caso, vale a pena investir numa festa cara? Mais importante do que todas essas divagações, porém, é descobrir onde os amigos estarão. Porque, na companhia das pessoas de quem se gosta, qualquer réveillon acaba sendo um programão.
1) THE WEEK
Pode ser uma boa. Escolher a TW é jogar no seguro: optar pelo conforto e segurança de um clube com boa estrutura, ar condicionado e bares que funcionam a contento, além do serviço atencioso e bem-treinado. A parte nova da casa é um atrativo extra e permite que a comemoração vá até tarde.
Por outro lado... É preciso ter disposição para cruzar a cidade no dia 31, com Copacabana e o Aterro fechados a partir da tarde. O acesso à Saúde não deve ser fácil, mesmo pelo Túnel Rebouças e com a TW oferecendo vans gratuitas para o transporte. Além disso, a casa abre todo sábado e já fará uma Cosmopolitan especial na noite do dia 29 - por isso, o Réveillon lá não terá nenhum grande diferencial, a não ser (mais uma) atração gringa.
2) RÉVEILLON IPANEMA 2008 (hotsite)
Pode ser uma boa. A festa promovida por André Garça (Cena Carioca) aposta em DJs experientes da cena tribal nacional, como Marcus Vinicius (B.I.T.C.H.), Patricinha Tribal, Aless (BH) e André Queiroz (DF), um prato cheio para fãs do estilo. O buffet inclui comida japonesa - temakis são leves, nutritivos e fáceis de comer. A localização é estratégica (Vieira Souto com Farme) e você ganha uma pulseira para sair e voltar quando quiser, podendo conferir também o fervo na praia.
Por outro lado... R$ 300 é um preço alto, se você considerar que o antigo Espaço Lundgren é uma casa relativamente pequena e pouco funcional para festas. Outras opções com o mesmo foco (house tribal) devem roubar parte do público, cobrando menos (The Week, Sky Lounge).
3) SKY LOUNGE
Pode ser uma boa. O réveillon de Rosane Amaral tem relação custo-benefício interessante, se comparado com outras opções na Zona Sul. O acesso não chega a ser dramático - a interdição da orla deixa o trânsito na Lagoa carregado, mas ainda assim o Sky é relativamente perto. E a festa já tem uma certa tradição, conquistada com a ajuda dos "passaportes", ingressos promocionais que dão acesso às 3 festas da Rosane por um preço menor.
Por outro lado... O line up é animado, mas não chega a emocionar - Vlad e Flávio Lima são duas delicinhas, mas seus únicos predicados à disposição do público serão os musicais. Além disso, edições anteriores foram bastante criticadas por conta de soluções caseiras, como sacos de lixo preto para diminuir a claridade, e da política de preços progressivos para a água mineral (que chegou a R$7 no meio de uma festa).
4) HOTEL CARNIVAL (hotsite)
Pode ser uma boa. Para quem curte um som mais underground, o line up estrelado (Pareto, Mau Lopes, Serge) é uma bênção em meio a um cenário dominado pelo house tribal. O cenário é maravilhoso - uma mansão tombada no meio da Mata Atlântica, com lindas vistas da cidade - e o buffet promete caipirinhas sofisticadas e até ceviche. A nata dos modernos da cidade estará lá.
Por outro lado... Você passará por maus bocados se cismar de voltar para casa antes da hora. A casa fica no alto de Santa Teresa, numa área que estará totalmente isolada do resto da civilização, incluindo táxis (a idéia é essa). E outra: você se deprime vendo as barbies tombando de G no fim da festa? Isso é porque você não sabe o que são os modernos ficando bicudos de padê...
5) DREAM 2008 @ FELICE CAFFÈ
Pode ser uma boa. A localização é excelente, a poucos passos da praia de Ipanema, do Arpoador e do Posto 6 em Copa. A comida oferecida é mais do que confiável (embora seja menos elaborada do que o usual, já que a idéia da casa é justamente ganhar dinheiro com essa festa). Rafael Calvente deve tocar um som mais fino do que o das festas dedicadas ao tribal, já que a proposta aqui é mais selecionada (pelo valor da entrada e pelo próprio público da casa).
Por outro lado... R$300 é bastante salgado pelo limitado espaço da casa, mesmo contando com a extensão improvisada para a rua (o Felice fechará todo o quarteirão para a festa). Além disso, a peneira do preço não necessariamente dará a selecionada que você gostaria - a casa receberá todo tipo de cliente do restaurante, e não só as bees (que estarão pulverizadas entre várias outras opções).
6) WONDERLAND IN RIO @ IPANEMA PLAZA
Pode ser uma boa. O Ipanema Plaza é um hotel de alto nível e não parece ser do tipo que economiza no réveillon. No mínimo, a festa valerá pelo terraço, com uma vista absurda de Ipanema. A escalação de Rafael Calvente para tocar sinaliza uma preocupação em não fazer algo totalmente careta. É grande a chance de você encontrar gringos lindos - se esse é seu alvo, você deve considerar com carinho a opção.
Por outro lado... O preço (R$400) é ainda mais exorbitante do que o das festas "caras". Você precisa se dar muito bem por lá para o investimento valer a pena. E essas festas são freqüentadas basicamente por panelinhas fechadas - isso quando não é uma panelinha só. Ou seja: é preciso ter carão, corpão, inglês bom - e muita vontade de conhecer e ser aceito pelos gringos.
7) DUO @ LOUNGE 69
Pode ser uma boa. Poucas informações foram divulgadas até agora (o Cena Carioca apenas mencionou na agenda), mas pode ser uma opção low profile bem interessante, se os preços não forem astronômicos. O som fica por conta de Rafael Calvente (o belo está em todas!), Tzo (00 e Redondo Lounge) e dois DJs gringos. Quem conhece o 69 diz que é um "D-Edge genérico" - o projeto é do Muti Randolph, o mesmo que criou as barras de néon coloridas do clubinho paulistano. A festa semanal de house Maja mudou-se pra lá.
Por outro lado... Por mais que o lugar e o line up houseiro sugiram um clima fofo, não dá pra imaginar que essa seja uma noite "escândalo", considerando tantas outras festas acontecendo ao mesmo tempo. Se seu desejo para a virada é bombação, aqui provavelmente vai faltar gás para você.
8) FOGOS EM COPACABANA
Pode ser uma boa. O réveillon na praia de Copacabana é uma das maiores festas de rua do mundo. É emocionante, a começar pelo êxodo de milhões de pessoas vestidas de branco em direção ao bairro, numa euforia silenciosa, um crescendo que culmina em uma explosão de energia, uma verdadeira catarse coletiva. Você precisa viver isso pelo menos uma vez na vida. Além disso, é de graça e depois você pode ir para outro lugar.
Por outro lado... Como em qualquer evento de massa que atrai milhões de pessoas, o desconforto é total, com momentos que beiram o caos. É fácil se perder dos amigos e impossível marcar pontos de encontro; o celular, inexplicavelmente, não pega. Precisa ter muito cuidado com roubos e furtos (a maioria não resiste e leva a câmera para tirar fotos dos fogos) e com as brigas por conta do inevitável excesso de álcool. E também gostar de estar entre o "povão", sem preconceitos.
9) IPANEMA STEREO BEACH @ POSTO 9 (hotsite)
Pode ser uma boa. Tá aí um jeito diferente de começar o ano: dançando música eletrônica na praia, numa mistura de festival e rave na areia. Os mais esotéricos dizem que entrar o ano com o pé descalço na areia, na beira do mar, atrai ótimas energias e fluidos. É de graça e não tem como ficar vazio. A localização no Posto 9 ajuda a atrair meninos bonitos e desencanados de Ipanema e imediações - pelo menos em tese.
Por outro lado... As atrações mais legais (pelo menos para quem curte house) rolam todas antes da meia-noite - o evento começa às 16h. E quem lembra de toda a confusão ocorrida no ano passado (aquilo virou uma grande maloca) com certeza vai passar bem longe da praia de Ipanema dessa vez.
10) JANTARES NOS RESTAURANTES DA AVENIDA ATLÂNTICA
Pode ser uma boa. Os restaurantes da orla de Copacabana fazem jantares especiais na noite do dia 31, com buffet diferenciado e open bar, a um preço fixo (cerca de R$300 por pessoa). Suas mesas na calçada são cercadas por seguranças (só entra que fez reserva) e viram uma espécie de camarote, de onde se tem uma visão cômoda e protegida do show de fogos. Se você lembrar que outras festas cobram o mesmo valor para servir belisquetes e finger food, uma ceia "de verdade" é muito mais retorno pelo seu dinheiro.
Por outro lado... O público dessas festas reúne casais, famílias e idosos endinheirados - uma fauna bem pouco interessante para jovens e/ou gays. Ao beijar e abraçar seu namorado e seus amigos na hora da virada, você possivelmente deixará o pessoal das mesas em volta completamente passado.
11) FESTINHAS PRIVÊ EM APARTAMENTOS
Pode ser uma boa. Festinhas em apartamentos alugados podem ser uma alternativa confortável e intimista para a virada. Dá para curtir e conversar bastante com os amigos e também com as outras pessoas que você poderá conhecer. Se o apê for na orla, melhor ainda: você assiste ao espetáculo dos fogos de camarote. Há um rateio, mas costuma ser bem mais barato do que a entrada de festas "comerciais" - já que, em geral, o dinheiro é só para a festa pagar as próprias despesas.
Por outro lado... Você fica totalmente limitado às pessoas presentes. Se forem só os seus amigos, ótimo. Agora, se tiver gente estranha no meio (o que é mais comum, pois o aluguel desses apartamentos costuma ser caro), pode dar ou não dar "liga". De qualquer maneira, nada te impede de ir terminar a noite em outro lugar.
12) LE BOY
Pode ser uma boa. Se quantidade é o que importa, você nem deveria ter lido as outras onze opções: a veterana "Lelê" é o seu lugar. Não interessa quantas outras festas estejam rolando: no inferninho (infernão?) da Raul Pompéia a lotação é sempre completa, com filas dobrando a esquina e chegando até a Nossa Senhora. Garantia de beijo na boca e pegação - o dark room da casa possui fama internacional. Fora da residência das festas da Rosane, o fortão Dudu Marquez ajudará a pista a bombar.
Por outro lado... Qualquer "macaca véia" sabe que o clima na Le Boy é meio pesadinho - com muitos michês, gringos perdidos e, seguramente, a maior taxa de incidência de boa-noite-cinderelas do Rio de Janeiro. Sem falar que o clima é altamente bagaceiro - as "bonitas" consideram muitas outras opções (The Week, Sky Lounge, festas caras) e só caem na LB em caso de necessidade e pela localização conveniente da casa. Afinal, bem ou mal, ali todos sabem exatamente o que vão encontrar.
Ou seja: com tanta coisa acontecendo, o jeito é olhar para dentro de si e responder: de que tipo de comemoração eu estou realmente a fim? Vale lembrar que, se você se jogar no dia 28, no dia 29 e no dia 30 (festas não vão faltar), provavelmente chegará à noite do dia 31 completamente destruído - nesse caso, vale a pena investir numa festa cara? Mais importante do que todas essas divagações, porém, é descobrir onde os amigos estarão. Porque, na companhia das pessoas de quem se gosta, qualquer réveillon acaba sendo um programão.
domingo, 23 de dezembro de 2007
Comidinhas, parte 2: jantares que devem bombar
No dia 3 de dezembro, escrevi um texto falando das comidinhas que prometiam virar mania no verão carioca. Ficou faltando a parte 2, com minhas apostas para a hora do jantar. O Rio de Janeiro tem um circuito gastronômico muito rico; eu teria uma porção de lugares para recomendar aqui. Mas minha idéia não é fazer um mini-guia, e sim especular sobre quais restaurantes devem bombar entre o público gay. Afinal, nem todo mundo agüenta meter o pé na jaca nas festas por cinco dias seguidos; nas noites de trégua, um bom jantar com os amigos cai superbem - de preferência onde também se possa ver e ser visto. Mas onde ir para comer e badalar?
O mais novo candidato a jantar-com-fervo-do-verão-2008 é o Atlântico. Tony se empolgou e chamou a casa de "Spot al mare", em alusão ao restaurante mais badalado de São Paulo. Apesar de achar que quem cumpre o papel do Spot no Rio é o Sushi Leblon, tenho que concordar que o Atlântico anda bastante movimentado, com uma mistura barulhenta de casais, gringos e gays. Mas o cardápio não me convenceu. Tem bons petiscos do mar, como ostras, caldinhos e robatas, mas nenhum dos poucos pratos quentes realmente chamou minha atenção (o que pode ser mais sem-graça do que peito de frango recheado de copa com purê de batatas?). E as porções são ridículas, especialmente pelo preço cobrado. Eu diria que é um lugar muito bom para beber (os drinks são deliciosos e o lounge na parte da frente é perfeito para acompanhar o entra-e-sai), mas não para comer.
Meu jantar preferido foi por muitos anos o Bar d'Hôtel. O ambiente colorido e a vista para o mar continuam os mesmos, mas alguma coisa se perdeu - o lugar ainda lota cedo, mas o público está mais careta e a cozinha não tem mais o mesmo brilho da época em que era pílotada pela chef Danielle Dahoui. Hoje, meu contemporâneo favorito é o Zazá Bistrô. Que também é 100% gay friendly, mas tem um clima mais intimista. O lugar tem poucas mesas, luz baixa e os já clássicos almofadões no andar de cima. Serve pratos cada vez melhores, mas é mais adequado para ir a dois do que para ver e ser visto. Mais romântico que ele, só mesmo o Copa Café.
Outros lugares muito bons de comida, mas que deixam a desejar quando o assunto é fervo gay, são o Bazzar e o Miam Miam. O Bazzar tem um cardápio variado e bem executado, mas encaretou de vez - se fosse novela, seria o restaurante em que, digamos, Yoná Magalhães, Marieta Severo e Rosamaria Murtinho iriam jantar com os maridos. O Miam Miam ainda tem o seu hype e também é bem friendly, mas, até por estar localizado em Botafogo, atrai um público meio "Santa Teresa demais" para quem quer badalar.
O que fazer, então? A solução está no bom e velho Felice Caffè - antigo hit de Ipanema que, depois de alguns anos fechado por uma briga entre os sócios, voltou com tudo no mesmo sobradinho de sempre. Lá pelos idos de 2000/2001, o Felice fazia as vezes de "Ritz carioca": era onde todo mundo passava para jantar, tomar um drink e ver os amigos. Curiosamente, o tempo parece não ter passado para a casa: as mesas continuam ostensivamente gays, a brisa entra fresca pela varanda disputadíssima e o sorvete de iogurte com frutas silvestres ainda é a melhor pedida depois de um jantar leve e gostoso - o cardápio está ainda mais versátil, vai de atum grelhado na crosta de gergelim a penne com creme de leite, gorgonzola e tomates secos. Não tem como errar.
[Endereços. Atlântico: Av. Atlântica, 3008, Copacabana. Sushi Leblon: Rua Dias Ferreira, 256, Leblon. Bar d'Hôtel: Hotel Marina All Suites, Av. Delfim Moreira, 696, Leblon. Zazá Bistrô: Rua Joana Angélica, 40, Ipanema. Copa Café: Av. Atlântica, 3056, Copacabana. Miam Miam: Rua General Góis Monteiro, 34, Botafogo. Bazzar: Rua Barão da Torre, 538, Ipanema. Felice Caffè: Rua Gomes Carneiro, 30, Ipanema].
O mais novo candidato a jantar-com-fervo-do-verão-2008 é o Atlântico. Tony se empolgou e chamou a casa de "Spot al mare", em alusão ao restaurante mais badalado de São Paulo. Apesar de achar que quem cumpre o papel do Spot no Rio é o Sushi Leblon, tenho que concordar que o Atlântico anda bastante movimentado, com uma mistura barulhenta de casais, gringos e gays. Mas o cardápio não me convenceu. Tem bons petiscos do mar, como ostras, caldinhos e robatas, mas nenhum dos poucos pratos quentes realmente chamou minha atenção (o que pode ser mais sem-graça do que peito de frango recheado de copa com purê de batatas?). E as porções são ridículas, especialmente pelo preço cobrado. Eu diria que é um lugar muito bom para beber (os drinks são deliciosos e o lounge na parte da frente é perfeito para acompanhar o entra-e-sai), mas não para comer.
Meu jantar preferido foi por muitos anos o Bar d'Hôtel. O ambiente colorido e a vista para o mar continuam os mesmos, mas alguma coisa se perdeu - o lugar ainda lota cedo, mas o público está mais careta e a cozinha não tem mais o mesmo brilho da época em que era pílotada pela chef Danielle Dahoui. Hoje, meu contemporâneo favorito é o Zazá Bistrô. Que também é 100% gay friendly, mas tem um clima mais intimista. O lugar tem poucas mesas, luz baixa e os já clássicos almofadões no andar de cima. Serve pratos cada vez melhores, mas é mais adequado para ir a dois do que para ver e ser visto. Mais romântico que ele, só mesmo o Copa Café.
Outros lugares muito bons de comida, mas que deixam a desejar quando o assunto é fervo gay, são o Bazzar e o Miam Miam. O Bazzar tem um cardápio variado e bem executado, mas encaretou de vez - se fosse novela, seria o restaurante em que, digamos, Yoná Magalhães, Marieta Severo e Rosamaria Murtinho iriam jantar com os maridos. O Miam Miam ainda tem o seu hype e também é bem friendly, mas, até por estar localizado em Botafogo, atrai um público meio "Santa Teresa demais" para quem quer badalar.
O que fazer, então? A solução está no bom e velho Felice Caffè - antigo hit de Ipanema que, depois de alguns anos fechado por uma briga entre os sócios, voltou com tudo no mesmo sobradinho de sempre. Lá pelos idos de 2000/2001, o Felice fazia as vezes de "Ritz carioca": era onde todo mundo passava para jantar, tomar um drink e ver os amigos. Curiosamente, o tempo parece não ter passado para a casa: as mesas continuam ostensivamente gays, a brisa entra fresca pela varanda disputadíssima e o sorvete de iogurte com frutas silvestres ainda é a melhor pedida depois de um jantar leve e gostoso - o cardápio está ainda mais versátil, vai de atum grelhado na crosta de gergelim a penne com creme de leite, gorgonzola e tomates secos. Não tem como errar.
[Endereços. Atlântico: Av. Atlântica, 3008, Copacabana. Sushi Leblon: Rua Dias Ferreira, 256, Leblon. Bar d'Hôtel: Hotel Marina All Suites, Av. Delfim Moreira, 696, Leblon. Zazá Bistrô: Rua Joana Angélica, 40, Ipanema. Copa Café: Av. Atlântica, 3056, Copacabana. Miam Miam: Rua General Góis Monteiro, 34, Botafogo. Bazzar: Rua Barão da Torre, 538, Ipanema. Felice Caffè: Rua Gomes Carneiro, 30, Ipanema].
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Vem aí mais um verão de muita jogação
Estamos a poucos dias da estação mais aguardada do ano - é tempo de sol, praia, gente nova e muita festa. Para quem gosta de dançar, o verão tem um atrativo extra: a programação eletrônica costuma esquentar no mesmo ritmo dos termômetros. Afinal, nessa época as pessoas têm pique extra para se jogar.
Como sempre, São Paulo dá uma acalmada e o foco passa a ser o Rio de Janeiro. Mas há cada vez mais coisas acontecendo em Santa Catarina, e esse verão também deve ser bastante agitado por lá. Aqui vai um resumo das principais festas que estão por vir.
RIO DE JANEIRO
Foi-se o tempo em que tudo girava em torno da X-Demente, a mãe das label parties do Brasil. A apenas 10 dias da data da tradicional Check In, a produção ainda não soltou o line up, nem sequer confirmou a realização da festa - o que não cheira nada bem. Com isso, as atenções se voltam para o duelo entre a The Week Rio e as festas de Rosane Amaral - o clube e a produtora baterão de frente nos dias 29, 31 e 1. A TWRJ acaba de inaugurar sua expansão: com pista 2, lounge e deck com micropiscina, a casa finalmente passa a ter o mesmo porte da TWSP e a possibilidade de receber day parties (mais detalhes aqui). Já Rosane aposta em uma nova (e ótima) locação para a R.Evolution do dia 29 (o Clube de Remo do Flamengo, na Lagoa) e nos demais dias repete o de sempre: R.Evolution Réveillon no Sky Lounge e Pool Party no Clube de Regatas (não consigo deixar de achar esse espaço uó; quem mandou ela fazer aquelas festas inesquecíveis na Estação do Corpo em 2006?).
A noite do dia 31 tem opções para todos os gostos. Além da TW e R.Evolution, há festas no Felice Caffè, Espaço Lundgren (festa oficial do Cena Carioca), Ipanema Plaza e Hotel Ouro Verde - todas com open bar, buffet, DJs e ingressos antecipados a partir de R$300. Os modernos têm destino certo: a Hotel Carnival, festona num lindo casarão tombado no alto de Santa Teresa, com vistas incríveis do Rio, open bar e buffet, top DJs da cena (Pareto, Maurício Lopes, Serge) e ingressos a R$ 130 (2º lote). Quem não quiser mais gastar dinheiro pode curtir, de graça, as atrações do Ipanema Stereo Beach - espécie de luau eletrônico coletivo que, pelo segundo ano consecutivo, levará o caos às areias do Posto 9.
Se as barbies cresceram esperando pela X-Demente, os modernos aprenderam a aguardar a Moo - festa que reúne a nata dos descolados da cidade e já trouxe gente como Derrick Carter, Magda e Richie Hawtin para tocar. A Moo está cada vez melhor e, neste verão, vai se juntar aos nossos queridos clubes D-Edge e Vegas para um projeto ainda mais bacana: o FASE. Serão várias festas até o final de fevereiro, sempre aos sábados, tendo como locação as Casas Franklin, no Centro (lindo lugar, mas bem que podiam fazer só-mais-uminha no Morro da Urca, né?). As atrações de dezembro e janeiro já estão confirmadas: Tim Sweeney e Juan Maclean (29/12), Todd Terje (5/1), Steve Bug e Troy Pierce (12/1) e Prins Thomas (19/1). Espere misturas ousadas e descompromissadas de electro, house, minimal, techno, disco, rock e o que mais esses gringos doidos imaginarem.
SANTA CATARINA
Enquanto isso, Floripa confirma sua vocação como destino gay de verão. A "ilha da magia" tem programação de réveillon digna de Rio de Janeiro - com pelo menos uma grande festa por dia a partir do dia 28 (veja a programação completa aqui e aqui). Os destaques são a Sunrise, day party realizada à bordo de um iate, com Ana Paula e Alê Bittencourt no som, a partir das 14h do dia 30, e as festonas de Réveillon do selo paulista E-Joy e da boate Concorde (com sua pista giratória, que eu chamo carinhosamente de "drag grill"). Mas é em fevereiro que Floripa vai pegar fogo, naquele que deve ser o carnaval mais bombado de sua história. Repetindo o sucesso de 2007, a The Week reabrirá sua "filial de verão" no Praia Mole Hotel, para cinco dias de festa - e a primeira atração escalada é ninguém menos que Offer Nissin, amado por muitos. E todo mundo já disse que vai.
Mas quem abomina house tribal e bate-cabelo também tem grandes razões para passar o verão em Santa Catarina. A cena eletrônica local vai muito bem, obrigado - impulsionada por grandes clubes, DJs internacionais de peso e, claro, a beleza dos garotos e garotas do Sul. O carro-chefe ainda é o megaclube Warung, na Praia Brava de Itajaí, que nesta temporada inaugurou um lounge dançante em estilo balinês chamado Madê Pantai (que está para o Warung assim como o Morocco está para o Sirena). A programação do Warung e do Madê não está de brincadeira: traz feras da house e progressive house como Martín García (na inauguração do Madê, dia 27/12), Satoshi Tomiie (28/12), 16 Bit Lolitas (31/12), Nick Warren (4/1), Desyn Masiello (5/1), Roger Sanchez (9/1), Smokin' Jo (18/1), Bushwacka (19/1) e Dave Seaman (26/1), além de um supercarnaval com Sasha (5/2) e duas noites com a dupla Deep Dish (3/2 e 4/2). Os ingressos já estão à venda.
Mas o Warung não está sozinho nessa. A alguns quilômetros dali, em Balneário Camboriú, o suntuoso clube Green Valley, construído entre três lagoas artificiais, no meio da Mata Atlântica, também está investindo em boas atrações gringas para o verão 2008. Os convidados incluem Robbie Rivera, D-Nox & Beckers, Seb Fontaine e, no carnaval, o adorado Tiësto. E, na própria capital catarinense, os clubes El Divino, Confraria das Artes e KM7 investem em gringos de peso - só o El Divino trará Infected Mushroom, Paul Van Dyk, Mark Knight, Fatboy Slim, David Guetta e Tiësto. E, no final do ano, a cena de Floripa deve ganhar mais dois clubes: o Posh e o Life Club.
Moral da história: se você gosta mesmo de se jogar, é melhor economizar nos presentes de Natal...
Como sempre, São Paulo dá uma acalmada e o foco passa a ser o Rio de Janeiro. Mas há cada vez mais coisas acontecendo em Santa Catarina, e esse verão também deve ser bastante agitado por lá. Aqui vai um resumo das principais festas que estão por vir.
RIO DE JANEIRO
Foi-se o tempo em que tudo girava em torno da X-Demente, a mãe das label parties do Brasil. A apenas 10 dias da data da tradicional Check In, a produção ainda não soltou o line up, nem sequer confirmou a realização da festa - o que não cheira nada bem. Com isso, as atenções se voltam para o duelo entre a The Week Rio e as festas de Rosane Amaral - o clube e a produtora baterão de frente nos dias 29, 31 e 1. A TWRJ acaba de inaugurar sua expansão: com pista 2, lounge e deck com micropiscina, a casa finalmente passa a ter o mesmo porte da TWSP e a possibilidade de receber day parties (mais detalhes aqui). Já Rosane aposta em uma nova (e ótima) locação para a R.Evolution do dia 29 (o Clube de Remo do Flamengo, na Lagoa) e nos demais dias repete o de sempre: R.Evolution Réveillon no Sky Lounge e Pool Party no Clube de Regatas (não consigo deixar de achar esse espaço uó; quem mandou ela fazer aquelas festas inesquecíveis na Estação do Corpo em 2006?).
A noite do dia 31 tem opções para todos os gostos. Além da TW e R.Evolution, há festas no Felice Caffè, Espaço Lundgren (festa oficial do Cena Carioca), Ipanema Plaza e Hotel Ouro Verde - todas com open bar, buffet, DJs e ingressos antecipados a partir de R$300. Os modernos têm destino certo: a Hotel Carnival, festona num lindo casarão tombado no alto de Santa Teresa, com vistas incríveis do Rio, open bar e buffet, top DJs da cena (Pareto, Maurício Lopes, Serge) e ingressos a R$ 130 (2º lote). Quem não quiser mais gastar dinheiro pode curtir, de graça, as atrações do Ipanema Stereo Beach - espécie de luau eletrônico coletivo que, pelo segundo ano consecutivo, levará o caos às areias do Posto 9.
Se as barbies cresceram esperando pela X-Demente, os modernos aprenderam a aguardar a Moo - festa que reúne a nata dos descolados da cidade e já trouxe gente como Derrick Carter, Magda e Richie Hawtin para tocar. A Moo está cada vez melhor e, neste verão, vai se juntar aos nossos queridos clubes D-Edge e Vegas para um projeto ainda mais bacana: o FASE. Serão várias festas até o final de fevereiro, sempre aos sábados, tendo como locação as Casas Franklin, no Centro (lindo lugar, mas bem que podiam fazer só-mais-uminha no Morro da Urca, né?). As atrações de dezembro e janeiro já estão confirmadas: Tim Sweeney e Juan Maclean (29/12), Todd Terje (5/1), Steve Bug e Troy Pierce (12/1) e Prins Thomas (19/1). Espere misturas ousadas e descompromissadas de electro, house, minimal, techno, disco, rock e o que mais esses gringos doidos imaginarem.
SANTA CATARINA
Enquanto isso, Floripa confirma sua vocação como destino gay de verão. A "ilha da magia" tem programação de réveillon digna de Rio de Janeiro - com pelo menos uma grande festa por dia a partir do dia 28 (veja a programação completa aqui e aqui). Os destaques são a Sunrise, day party realizada à bordo de um iate, com Ana Paula e Alê Bittencourt no som, a partir das 14h do dia 30, e as festonas de Réveillon do selo paulista E-Joy e da boate Concorde (com sua pista giratória, que eu chamo carinhosamente de "drag grill"). Mas é em fevereiro que Floripa vai pegar fogo, naquele que deve ser o carnaval mais bombado de sua história. Repetindo o sucesso de 2007, a The Week reabrirá sua "filial de verão" no Praia Mole Hotel, para cinco dias de festa - e a primeira atração escalada é ninguém menos que Offer Nissin, amado por muitos. E todo mundo já disse que vai.
Mas quem abomina house tribal e bate-cabelo também tem grandes razões para passar o verão em Santa Catarina. A cena eletrônica local vai muito bem, obrigado - impulsionada por grandes clubes, DJs internacionais de peso e, claro, a beleza dos garotos e garotas do Sul. O carro-chefe ainda é o megaclube Warung, na Praia Brava de Itajaí, que nesta temporada inaugurou um lounge dançante em estilo balinês chamado Madê Pantai (que está para o Warung assim como o Morocco está para o Sirena). A programação do Warung e do Madê não está de brincadeira: traz feras da house e progressive house como Martín García (na inauguração do Madê, dia 27/12), Satoshi Tomiie (28/12), 16 Bit Lolitas (31/12), Nick Warren (4/1), Desyn Masiello (5/1), Roger Sanchez (9/1), Smokin' Jo (18/1), Bushwacka (19/1) e Dave Seaman (26/1), além de um supercarnaval com Sasha (5/2) e duas noites com a dupla Deep Dish (3/2 e 4/2). Os ingressos já estão à venda.
Mas o Warung não está sozinho nessa. A alguns quilômetros dali, em Balneário Camboriú, o suntuoso clube Green Valley, construído entre três lagoas artificiais, no meio da Mata Atlântica, também está investindo em boas atrações gringas para o verão 2008. Os convidados incluem Robbie Rivera, D-Nox & Beckers, Seb Fontaine e, no carnaval, o adorado Tiësto. E, na própria capital catarinense, os clubes El Divino, Confraria das Artes e KM7 investem em gringos de peso - só o El Divino trará Infected Mushroom, Paul Van Dyk, Mark Knight, Fatboy Slim, David Guetta e Tiësto. E, no final do ano, a cena de Floripa deve ganhar mais dois clubes: o Posh e o Life Club.
Moral da história: se você gosta mesmo de se jogar, é melhor economizar nos presentes de Natal...
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
DOM: a revista gay que a Abril não fez
Eu fui um fã ardoroso da finada revista Sui Generis. Editada entre 1995 e 2000, ela trazia atualidades, moda, consumo, política e excelentes reportagens de comportamento – tudo muito bem-escrito, mas sempre num tom gostoso de ler. A última edição saiu em março de 2000, mas suas pautas continuam atuais: união civil, ditadura do corpo, ménage à trois, abuso policial, adoção, compulsão sexual, ciúme, drogas, gene gay, vigorexia... As entrevistas também eram muito boas – de Gerald Thomas a Constanza Pascolato. Quando ouvi falar que o criador do projeto da DOM tinha bebido na mesma fonte da Sui, não pude conter minha expectativa.
A verdade, porém, é que a DOM não se parece com a Sui: lembra mesmo - e muito - a revista feminina Nova, de quem herdou o design. Apesar do discurso inclusivo do diretor de redação (“queremos que todos os gays, lésbicas e simpatizantes sintam-se à vontade por aqui”), seu conteúdo parece mais afinado com os interesses de homens gays de 35 a 55 anos – bem-resolvidos, cultos, exigentes e, sobretudo, muito bem posicionados financeiramente. Gente que constrói a própria casa sem economizar no acabamento, aproveita o que a vida tem de melhor e é capaz de investir R$ 629 numa coleira Louis Vuitton para o cachorro. As páginas de moda são freqüentadas por marcas como D&G, Dsquared, Ricardo Almeida, Energie, Paul Smith e Dior Homme, enquanto a agenda cultural inclui dicas de espetáculos, exposições e restaurantes em Paris, Madri e Nova York.
Nada de errado em ser uma revista para balzaquianos bem-sucedidos. O tal pink money faz cada vez mais barulho mundo afora – não é apenas uma questão de poder de consumo, mas também de visibilidade social, ascendência cultural e até mesmo força política (especialmente nos EUA). E o Brasil ainda não tinha nenhuma revista que dialogasse com esse público – um nicho formidável, esperando para ser explorado. Isso sem falar que toda publicação precisa de retorno financeiro; focar num leitor bem qualificado atrai bons anunciantes e garante boas vendas em banca – verdade seja dita, não são as penosas que vivem mendigando entrada vip na boate que vão gastar dinheiro comprando revista...
Além disso, o fato de ser madura não fez dela uma revista menos moderna. A DOM é visualmente sedutora – a começar pela maravilhosa capa de estréia, que deu um banho nas da Junior (apesar do logotipo um tanto sem graça). É antenada e refina para o leitor o que há de melhor por aí: gadgets, comidas, badalações. E tem os olhos abertos para o fashion, sim senhor – embora não se limite a ele. A parte de moda traz frescor (é bem mais arrojada que a da VIP, por exemplo), sem deixar de ser aproveitável por quem não vive mergulhado nesse universo.
Outra questão que faz diferença: é sempre um prazer ler uma revista bem-acabada, feita por quem entende do assunto. Já nas primeiras páginas, a qualidade dos textos se destaca – os editoriais são extremamente bem-escritos, mostram a que veio a revista e tratam o leitor com o cuidado que ele merece. Esse mesmo cuidado se nota nos demais textos: não se vêem erros crassos de revisão, coisas ainda cruas, entregues às pressas. Alguns chamam isso de “padrão Abril de qualidade”; eu chamo de respeito ao leitor.
No entanto, ainda falta algum tempero à DOM: ela é redondinha, mas não é irresistível. Não tem o apelo de uma VIP ou uma Playboy – revistas que são desejadas pelo leitor e seduzem suas retinas na banca. E não falo aqui de sexo fácil: falo de irreverência, sensualidade, algum bom-humor e jogo de cintura. A DOM fez a lição de casa direitinho, mas ainda está um pouco tímida, certinha, puritana. Está muito séria, muito paulista – tinha que ser um pouco mais marota, mais carioca. Na entrevista com o casal Piva & Tufvesson, por exemplo, não dava para ter colocado uma pimentinha? Eles já viveram e viram tantas coisas, será que tudo o que dava para tirar deles era aquilo?
E outra: consumo é fundamental (“Material Girl”, da Madonna, bem poderia ser um hino gay), mas nosso universo não se reduz a isso, nossa vida não é cor-de-rosa o tempo todo. A DOM transita com desenvoltura pela sala de estar, pelo living onde se mantêm as aparências para as visitas – mas ainda não chegou ao quarto, à garagem e ao porão, onde estão as questões que afligem todos nós. E dá para tratar dessas questões sem perder a elegância e o alto-astral – como a Sui fazia.
Se der mais espaço a matérias de comportamento, a revista poderá trazer assuntos novos e ampliar seu público, concretizando a diversidade a que se propôs. É legal fazer um “manual do bon vivant gay”, mas a DOM pode ser muito mais do que isso, se quiser. Ela tem condições de ser a principal revista gay do Brasil – falando de cultura, sexo, moda, consumo, comportamento, tudo. Se combinar reflexão e modernidade, sem cair na caretice, a DOM – que já é cheia de predicados – pode se tornar uma revista arrebatadora.
A verdade, porém, é que a DOM não se parece com a Sui: lembra mesmo - e muito - a revista feminina Nova, de quem herdou o design. Apesar do discurso inclusivo do diretor de redação (“queremos que todos os gays, lésbicas e simpatizantes sintam-se à vontade por aqui”), seu conteúdo parece mais afinado com os interesses de homens gays de 35 a 55 anos – bem-resolvidos, cultos, exigentes e, sobretudo, muito bem posicionados financeiramente. Gente que constrói a própria casa sem economizar no acabamento, aproveita o que a vida tem de melhor e é capaz de investir R$ 629 numa coleira Louis Vuitton para o cachorro. As páginas de moda são freqüentadas por marcas como D&G, Dsquared, Ricardo Almeida, Energie, Paul Smith e Dior Homme, enquanto a agenda cultural inclui dicas de espetáculos, exposições e restaurantes em Paris, Madri e Nova York.
Nada de errado em ser uma revista para balzaquianos bem-sucedidos. O tal pink money faz cada vez mais barulho mundo afora – não é apenas uma questão de poder de consumo, mas também de visibilidade social, ascendência cultural e até mesmo força política (especialmente nos EUA). E o Brasil ainda não tinha nenhuma revista que dialogasse com esse público – um nicho formidável, esperando para ser explorado. Isso sem falar que toda publicação precisa de retorno financeiro; focar num leitor bem qualificado atrai bons anunciantes e garante boas vendas em banca – verdade seja dita, não são as penosas que vivem mendigando entrada vip na boate que vão gastar dinheiro comprando revista...
Além disso, o fato de ser madura não fez dela uma revista menos moderna. A DOM é visualmente sedutora – a começar pela maravilhosa capa de estréia, que deu um banho nas da Junior (apesar do logotipo um tanto sem graça). É antenada e refina para o leitor o que há de melhor por aí: gadgets, comidas, badalações. E tem os olhos abertos para o fashion, sim senhor – embora não se limite a ele. A parte de moda traz frescor (é bem mais arrojada que a da VIP, por exemplo), sem deixar de ser aproveitável por quem não vive mergulhado nesse universo.
Outra questão que faz diferença: é sempre um prazer ler uma revista bem-acabada, feita por quem entende do assunto. Já nas primeiras páginas, a qualidade dos textos se destaca – os editoriais são extremamente bem-escritos, mostram a que veio a revista e tratam o leitor com o cuidado que ele merece. Esse mesmo cuidado se nota nos demais textos: não se vêem erros crassos de revisão, coisas ainda cruas, entregues às pressas. Alguns chamam isso de “padrão Abril de qualidade”; eu chamo de respeito ao leitor.
No entanto, ainda falta algum tempero à DOM: ela é redondinha, mas não é irresistível. Não tem o apelo de uma VIP ou uma Playboy – revistas que são desejadas pelo leitor e seduzem suas retinas na banca. E não falo aqui de sexo fácil: falo de irreverência, sensualidade, algum bom-humor e jogo de cintura. A DOM fez a lição de casa direitinho, mas ainda está um pouco tímida, certinha, puritana. Está muito séria, muito paulista – tinha que ser um pouco mais marota, mais carioca. Na entrevista com o casal Piva & Tufvesson, por exemplo, não dava para ter colocado uma pimentinha? Eles já viveram e viram tantas coisas, será que tudo o que dava para tirar deles era aquilo?
E outra: consumo é fundamental (“Material Girl”, da Madonna, bem poderia ser um hino gay), mas nosso universo não se reduz a isso, nossa vida não é cor-de-rosa o tempo todo. A DOM transita com desenvoltura pela sala de estar, pelo living onde se mantêm as aparências para as visitas – mas ainda não chegou ao quarto, à garagem e ao porão, onde estão as questões que afligem todos nós. E dá para tratar dessas questões sem perder a elegância e o alto-astral – como a Sui fazia.
Se der mais espaço a matérias de comportamento, a revista poderá trazer assuntos novos e ampliar seu público, concretizando a diversidade a que se propôs. É legal fazer um “manual do bon vivant gay”, mas a DOM pode ser muito mais do que isso, se quiser. Ela tem condições de ser a principal revista gay do Brasil – falando de cultura, sexo, moda, consumo, comportamento, tudo. Se combinar reflexão e modernidade, sem cair na caretice, a DOM – que já é cheia de predicados – pode se tornar uma revista arrebatadora.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Junior: uma Revista da MTV com verniz fashion
O portal Mix Brasil tem um espaço cativo na minha vida: eu o acesso todos os dias há pelo menos oito anos. É minha primeira e maior referência quando o assunto é universo gay: o que está acontecendo dentro do mundinho, que DJ vai tocar em que clube no finde, como foi aquela festa a que eu decidi não ir, quais as sungas do próximo verão, e por aí vai. Se o Mix não cobre absolutamente tudo o que importa, chega bem perto - e é ágil. Por isso, eu o considero o melhor portal gay do Brasil, sem dúvida. Especialmente quando olho para seus concorrentes, ainda presos em uma visão estereotipada, limitante e completamente datada da cultura gay.
Se o Mix está mesmo na frente dos outros, confesso que me cansa um pouco o seu dialeto wannabe-moderno-deslumbradinho: "A gente aqui na redação está superamando as novas t-shirts, que já nasceram hype! O fundamento é lúdico, fofito e artsy. É para usar e arrasar naquela festa absurdinha, que vai ser bafon báfu e ter lineup bombator. Tipo assim: loucurinhas! Arrasa na pólo! Porque vai ser bafônico, bee. Tipo incrível!"
Bem, a Junior é a revista do Mix Brasil. Com tudo de bom e de ruim que isso contém. Felizmente, na hora de migrar para o meio revista, eles deram um breque nas palominoses lingüísticas e capricharam um pouco mais na redação. Os textos são mais bem-feitinhos, e muitos (não todos) passam até por uma revisão. Mas não são eles a razão de ser da revista. A Junior é, essencialmente, uma revista que se apóia e gira em torno das imagens.
São imagens belíssimas, é bom dizer. Especialmente nos ensaios fotográficos e na seção de moda, que são o que a Junior tem de melhor. O ensaio "Depois do after" é de extremo bom gosto. O dos "pólo boys", então, é para pendurar na parede e ficar olhando o dia todo. Esteticamente perfeito, sensual, biscoito fino mesmo. E aquela foto do morenão abraçando seu labrador, bem lá no final? Coisa mais fofa! Sem falar que o projeto gráfico da revista também tem umas brincadeirinhas legais, como na matéria com os casais (o que é aquela abertura, com os pombinhos olhando um para o outro??? que imagens mais lindas, que olhares, que expressões!)
Se como exercício estético a revista é nota dez, em termos de conteúdo o Junior ainda precisa comer mais mingau. Tirando as imagens, a revista às vezes parece ter pouco a dizer. Em muitas matérias, os textos apenas dão suporte para as fotos - alguns são tão rasos que quase servem como meras legendas. Dava para falar muito mais, sem ser demais. Falta reportagem - não se faz bom jornalismo sem sujar os sapatos. A matéria sobre a Espanha, por exemplo, é de uma superficialidade atroz - o nível de informação que qualquer um pode conseguir "de orelhada" numa rodinha, sem precisar ter ido até lá. A melhor comparação que vem à minha cabeça é com a Revista da MTV (que será descontinuada pela Abril já no comecinho de 2008), que seguia a mesma linha: textos leves e de leitura rápida, para não entediar os consumidores adolescentes. A Junior, em uma boa ponte aérea você mata de cabo a rabo.
Outro pecado: assim como o Mix Brasil é um site feito por uma panelinha e para uma panelinha (basta ver que, na cobertura das festas, as fotos mostram sempre as mesmas caras, como se aquelas figurinhas carimbadas fossem as únicas pessoas relevantes para a noite), a Junior fala para um público muito específico: moderninho, fashionista e/ou fashion victim - e morador/freqüentador do miolinho "pheeno e cool" de São Paulo (ou Ipanema, se tanto). A Junior olha demais para o umbigo do mundinho dela. As imagens são um colírio para os olhos, mas acho um pouco difícil um leitor de Salvador ou Porto Alegre realmente se identificar com a revista. A Sui Generis, que era feita inteiramente no Rio, com colaboradores cariocas e pauta carioca, conseguia ser de interesse muito mais nacional.
Não que eu não tenha gostado da Junior. Acho uma revista gostosa para o verão, como uma canção pop do Kid Abelha. Boa para ler na casa de praia, depois de tomar muito sol e bater aquele almoço tardio. Agora, embora eu "superentenda" o carinho e o orgulho da equipe do Mix pela nova cria, acho que eles ainda estão um pouco deslumbrados demais com o fato de estarem lançando uma revista, e deixando o discurso "inovador e vanguardista" ofuscar a necessidade de dar mais consistência ao produto. Mas ainda estamos no número 2, e o próprio André Fischer reconhece no editorial que a revista ainda está tomando forma. Vamos ver em que direção esse fotogênico rebento chamado Junior irá amadurecer.
Se o Mix está mesmo na frente dos outros, confesso que me cansa um pouco o seu dialeto wannabe-moderno-deslumbradinho: "A gente aqui na redação está superamando as novas t-shirts, que já nasceram hype! O fundamento é lúdico, fofito e artsy. É para usar e arrasar naquela festa absurdinha, que vai ser bafon báfu e ter lineup bombator. Tipo assim: loucurinhas! Arrasa na pólo! Porque vai ser bafônico, bee. Tipo incrível!"
Bem, a Junior é a revista do Mix Brasil. Com tudo de bom e de ruim que isso contém. Felizmente, na hora de migrar para o meio revista, eles deram um breque nas palominoses lingüísticas e capricharam um pouco mais na redação. Os textos são mais bem-feitinhos, e muitos (não todos) passam até por uma revisão. Mas não são eles a razão de ser da revista. A Junior é, essencialmente, uma revista que se apóia e gira em torno das imagens.
São imagens belíssimas, é bom dizer. Especialmente nos ensaios fotográficos e na seção de moda, que são o que a Junior tem de melhor. O ensaio "Depois do after" é de extremo bom gosto. O dos "pólo boys", então, é para pendurar na parede e ficar olhando o dia todo. Esteticamente perfeito, sensual, biscoito fino mesmo. E aquela foto do morenão abraçando seu labrador, bem lá no final? Coisa mais fofa! Sem falar que o projeto gráfico da revista também tem umas brincadeirinhas legais, como na matéria com os casais (o que é aquela abertura, com os pombinhos olhando um para o outro??? que imagens mais lindas, que olhares, que expressões!)
Se como exercício estético a revista é nota dez, em termos de conteúdo o Junior ainda precisa comer mais mingau. Tirando as imagens, a revista às vezes parece ter pouco a dizer. Em muitas matérias, os textos apenas dão suporte para as fotos - alguns são tão rasos que quase servem como meras legendas. Dava para falar muito mais, sem ser demais. Falta reportagem - não se faz bom jornalismo sem sujar os sapatos. A matéria sobre a Espanha, por exemplo, é de uma superficialidade atroz - o nível de informação que qualquer um pode conseguir "de orelhada" numa rodinha, sem precisar ter ido até lá. A melhor comparação que vem à minha cabeça é com a Revista da MTV (que será descontinuada pela Abril já no comecinho de 2008), que seguia a mesma linha: textos leves e de leitura rápida, para não entediar os consumidores adolescentes. A Junior, em uma boa ponte aérea você mata de cabo a rabo.
Outro pecado: assim como o Mix Brasil é um site feito por uma panelinha e para uma panelinha (basta ver que, na cobertura das festas, as fotos mostram sempre as mesmas caras, como se aquelas figurinhas carimbadas fossem as únicas pessoas relevantes para a noite), a Junior fala para um público muito específico: moderninho, fashionista e/ou fashion victim - e morador/freqüentador do miolinho "pheeno e cool" de São Paulo (ou Ipanema, se tanto). A Junior olha demais para o umbigo do mundinho dela. As imagens são um colírio para os olhos, mas acho um pouco difícil um leitor de Salvador ou Porto Alegre realmente se identificar com a revista. A Sui Generis, que era feita inteiramente no Rio, com colaboradores cariocas e pauta carioca, conseguia ser de interesse muito mais nacional.
Não que eu não tenha gostado da Junior. Acho uma revista gostosa para o verão, como uma canção pop do Kid Abelha. Boa para ler na casa de praia, depois de tomar muito sol e bater aquele almoço tardio. Agora, embora eu "superentenda" o carinho e o orgulho da equipe do Mix pela nova cria, acho que eles ainda estão um pouco deslumbrados demais com o fato de estarem lançando uma revista, e deixando o discurso "inovador e vanguardista" ofuscar a necessidade de dar mais consistência ao produto. Mas ainda estamos no número 2, e o próprio André Fischer reconhece no editorial que a revista ainda está tomando forma. Vamos ver em que direção esse fotogênico rebento chamado Junior irá amadurecer.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
A festa de lançamento da revista DOM
Em uma agradável noite de primavera, um moreno saradíssimo e tatuado se refestelava em uma inocente banheira de louça, enquanto a água do chuveiro escorria refrescante por cada dobrinha de seu corpo escultural. A cena não seria tão incomum se a tal banheira, rodeada por cactos de madeira, não estivesse plantada no meio da calçada da Mário Ferraz, uma das ruas mais movimentadas do Itaim Bibi, em São Paulo.
A mise-en-scène era parte da festa de lançamento da nova revista gay DOM, que aconteceu na noite de ontem, no Clube Hotel. No espaço, que possuía bar-lounge e pista de dança, os convidados foram recebidos com champagne, morangos e cerejas pelo pessoal da Editora Peixes, que não cansava de lamber a nova cria. A revista circulava entre as rodinhas, enquanto numa tela de plasma era exibido o making of de um dos ensaios de moda da primeira edição, com o colírio André Ziehe (Mega Models).
Entre os presentes, algumas personalidades da noite paulistana (André Almada, Evandro Ângelo e Luís Amaral, Ricardo Oliveros), mas não aquela enxurrada de caras e bocas do mundo fashionista que se esperaria encontrar em uma festa da concorrente Junior, por exemplo. Notei um clã expressivo de órfãos do Ultralounge, além de um bom número de balzaquianos(as). Isso parece confirmar a vocação da DOM de atingir um público um pouco mais maduro e comportado - embora não menos antenado e interessado em moda e estilo.
O ponto alto da noite foi um desfile-relâmpago de underwear, com peças selecionadas de marcas como Calvin Klein e Aussiebum. Difícil era focar nas cuecas, tamanha a beleza dos cerca de vinte modelos que cruzaram o salão, a uma distância desconcertantemente pequena de cada um de nós. As bees ficaram passadas, mas, como sempre, foram as mulheres que deram piti - ao meu lado, duas loiras se descabelavam como se estivessem num show dos Rolling Stones. Para dar uma apimentada, a produção incorporou alguns elementos de fetiche ao look dos rapazes - quem mais agradou foi o "borracheiro", um moreno escandalosamente gostoso com um make leve imitando graxa e um pneu (!) na mão.
Depois do desfile, virou festa mesmo: um DJ de deep house delícia (que tocou alguns dos meus hinos preferidos e até um remix de "Better Man", do Pearl Jam!), conversinhas, mais champagne e morangos... e, como não poderia deixar de ser, algumas bilus aproveitaram a deixa para se arranjar por lá mesmo. Talvez pensando nisso, a produção da festa colocou, ao lado dos morangos, uma tigelona cheia de preservativos sabor tutti-frutti. Bem meigo, não?
A mise-en-scène era parte da festa de lançamento da nova revista gay DOM, que aconteceu na noite de ontem, no Clube Hotel. No espaço, que possuía bar-lounge e pista de dança, os convidados foram recebidos com champagne, morangos e cerejas pelo pessoal da Editora Peixes, que não cansava de lamber a nova cria. A revista circulava entre as rodinhas, enquanto numa tela de plasma era exibido o making of de um dos ensaios de moda da primeira edição, com o colírio André Ziehe (Mega Models).
Entre os presentes, algumas personalidades da noite paulistana (André Almada, Evandro Ângelo e Luís Amaral, Ricardo Oliveros), mas não aquela enxurrada de caras e bocas do mundo fashionista que se esperaria encontrar em uma festa da concorrente Junior, por exemplo. Notei um clã expressivo de órfãos do Ultralounge, além de um bom número de balzaquianos(as). Isso parece confirmar a vocação da DOM de atingir um público um pouco mais maduro e comportado - embora não menos antenado e interessado em moda e estilo.
O ponto alto da noite foi um desfile-relâmpago de underwear, com peças selecionadas de marcas como Calvin Klein e Aussiebum. Difícil era focar nas cuecas, tamanha a beleza dos cerca de vinte modelos que cruzaram o salão, a uma distância desconcertantemente pequena de cada um de nós. As bees ficaram passadas, mas, como sempre, foram as mulheres que deram piti - ao meu lado, duas loiras se descabelavam como se estivessem num show dos Rolling Stones. Para dar uma apimentada, a produção incorporou alguns elementos de fetiche ao look dos rapazes - quem mais agradou foi o "borracheiro", um moreno escandalosamente gostoso com um make leve imitando graxa e um pneu (!) na mão.
Depois do desfile, virou festa mesmo: um DJ de deep house delícia (que tocou alguns dos meus hinos preferidos e até um remix de "Better Man", do Pearl Jam!), conversinhas, mais champagne e morangos... e, como não poderia deixar de ser, algumas bilus aproveitaram a deixa para se arranjar por lá mesmo. Talvez pensando nisso, a produção da festa colocou, ao lado dos morangos, uma tigelona cheia de preservativos sabor tutti-frutti. Bem meigo, não?
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
It's a kind of magic...
O que é preciso para que uma festa seja realmente especial?
Numa cidade em que acontece tanta coisa, com tantas opções de balada, tantos DJs residentes e convidados, um público tão exigente (e, com algumas variações, mais ou menos as mesmas pessoas de sempre na pista), o que é capaz de fazer a diferença e transformar uma jogação de rotina numa ocasião inesquecível?
Quem sabe uma locação absurda, diferente de tudo o que já se viu. Ou aquele superstar DJ do primeiro escalão da house music mundial, fazendo um long set incrível de cinco horas seguidas. A fórmula do colocón perfeito, talvez? Ou uma multidão de machos belíssimos, sorridentes e cheios de amor para dar?
Tudo isso pode fazer a nota de uma festa subir. Mas, às vezes, todos os ingredientes estão ali e, por algum motivo, a festa não comove, não emociona. As pessoas chegam, se jogam "no automático" e voltam para casa certas de que aquela foi uma noite qualquer, que irá cair no limbo do esquecimento, junto com tantas outras que existiram na vida delas. A trajetória de pista de um bom baladeiro é muito longa: não há espaço para tantas festas se eternizarem. Qual será então o segredo para uma festa entrar para a história?
Seja lá qual for a resposta, o fato é que a White Party de ontem, promovida pelo estilista Rogério Figueiredo na The Week, deu conta do recado direitinho: encantou as pessoas e fez todas voltarem para casa com um sorriso no rosto.
Quem quisesse se prender aos detalhes encontraria o que criticar, sim. A lotação estava desconfortável - o open bar para 3 mil pessoas transformava a simples operação de pegar uma bebida num martírio. Totalmente desnecessária a intervenção da escola de samba (coisa de festa para gringo no Rio de Janeiro), bem como a animação da Silvetty Montilla (que funciona muito melhor na Blue Space). E as malditas gongaram mesmo: "Festa do branco é cafona, parece baile do sindicato das enfermeiras"; "Esse Rogério acha que é popular, mas ninguém veio por causa dele, ninguém mais saberá quem ele é depois que a festa acabar"; "Ah, mas você juuuura que a Grá está realmente tocando isso na nossa frente? É claro que o Morais mixou tudo pra ela antes, e ela só está tocando o set pronto dele, jurando que é DJ".
Verdades ou injustiças, nada disso foi capaz de tirar o brilho da festa para quem foi lá para se divertir. E talvez tenha sido esse o grande trunfo da White Party: todo mundo realmente estava lá para celebrar, como se aquele fosse um réveillon antecipado (e nesse aspecto o dress code branco foi fundamental para criar o clima). Andar pelo deck da The Week era entrar e sair de rodinhas de pessoas queridas: gente de Sampa, BH, Rio e outras cidades, que ao longo de tantas festas foi se tornando uma espécie de "segunda família" para nós.
Ótima a idéia dos picolés de fruta (você derretia um de limão num copo com vodka e tinha um delicioso drink para o fim de tarde), ótimo o atendimento ao público (a Kaká di Polly na porta estava linda como nunca) e, falem o que quiserem, ótimo o som da Grá. Ela segurou a pista num momento crítico (quando a festa já estava bombando, mas as pessoas ainda não tinham perdido o discernimento) e, pela primeira vez, me convenceu de que pode, sim, vir a ser uma boa DJ. Ela e o Eric Cullemberg arrasaram.
No final das contas, como eu já havia dito aqui, as pessoas eram as mesmas de sempre e o lugar também. Mas havia algo especial no ar, algo que ninguém sabia o que era mas todo mundo sentiu, e que nos proporcionou um domingo muito feliz. A White Party fechou com chave de ouro um ano que foi marcado por muitas grandes festas. Obrigado ao Marcos pelo convite, e obrigado a todos os meus amigos queridos pela companhia, pelo carinho, pelos elogios ao blog, pelos abraços que não têm preço. Nos vemos por aí!
Numa cidade em que acontece tanta coisa, com tantas opções de balada, tantos DJs residentes e convidados, um público tão exigente (e, com algumas variações, mais ou menos as mesmas pessoas de sempre na pista), o que é capaz de fazer a diferença e transformar uma jogação de rotina numa ocasião inesquecível?
Quem sabe uma locação absurda, diferente de tudo o que já se viu. Ou aquele superstar DJ do primeiro escalão da house music mundial, fazendo um long set incrível de cinco horas seguidas. A fórmula do colocón perfeito, talvez? Ou uma multidão de machos belíssimos, sorridentes e cheios de amor para dar?
Tudo isso pode fazer a nota de uma festa subir. Mas, às vezes, todos os ingredientes estão ali e, por algum motivo, a festa não comove, não emociona. As pessoas chegam, se jogam "no automático" e voltam para casa certas de que aquela foi uma noite qualquer, que irá cair no limbo do esquecimento, junto com tantas outras que existiram na vida delas. A trajetória de pista de um bom baladeiro é muito longa: não há espaço para tantas festas se eternizarem. Qual será então o segredo para uma festa entrar para a história?
Seja lá qual for a resposta, o fato é que a White Party de ontem, promovida pelo estilista Rogério Figueiredo na The Week, deu conta do recado direitinho: encantou as pessoas e fez todas voltarem para casa com um sorriso no rosto.
Quem quisesse se prender aos detalhes encontraria o que criticar, sim. A lotação estava desconfortável - o open bar para 3 mil pessoas transformava a simples operação de pegar uma bebida num martírio. Totalmente desnecessária a intervenção da escola de samba (coisa de festa para gringo no Rio de Janeiro), bem como a animação da Silvetty Montilla (que funciona muito melhor na Blue Space). E as malditas gongaram mesmo: "Festa do branco é cafona, parece baile do sindicato das enfermeiras"; "Esse Rogério acha que é popular, mas ninguém veio por causa dele, ninguém mais saberá quem ele é depois que a festa acabar"; "Ah, mas você juuuura que a Grá está realmente tocando isso na nossa frente? É claro que o Morais mixou tudo pra ela antes, e ela só está tocando o set pronto dele, jurando que é DJ".
Verdades ou injustiças, nada disso foi capaz de tirar o brilho da festa para quem foi lá para se divertir. E talvez tenha sido esse o grande trunfo da White Party: todo mundo realmente estava lá para celebrar, como se aquele fosse um réveillon antecipado (e nesse aspecto o dress code branco foi fundamental para criar o clima). Andar pelo deck da The Week era entrar e sair de rodinhas de pessoas queridas: gente de Sampa, BH, Rio e outras cidades, que ao longo de tantas festas foi se tornando uma espécie de "segunda família" para nós.
Ótima a idéia dos picolés de fruta (você derretia um de limão num copo com vodka e tinha um delicioso drink para o fim de tarde), ótimo o atendimento ao público (a Kaká di Polly na porta estava linda como nunca) e, falem o que quiserem, ótimo o som da Grá. Ela segurou a pista num momento crítico (quando a festa já estava bombando, mas as pessoas ainda não tinham perdido o discernimento) e, pela primeira vez, me convenceu de que pode, sim, vir a ser uma boa DJ. Ela e o Eric Cullemberg arrasaram.
No final das contas, como eu já havia dito aqui, as pessoas eram as mesmas de sempre e o lugar também. Mas havia algo especial no ar, algo que ninguém sabia o que era mas todo mundo sentiu, e que nos proporcionou um domingo muito feliz. A White Party fechou com chave de ouro um ano que foi marcado por muitas grandes festas. Obrigado ao Marcos pelo convite, e obrigado a todos os meus amigos queridos pela companhia, pelo carinho, pelos elogios ao blog, pelos abraços que não têm preço. Nos vemos por aí!
domingo, 9 de dezembro de 2007
Vocais sim, bagaceira não!
Quem foi ver o produtor do Freemasons na The Week nesse final de semana (sexta em SP, ontem no Rio) teve a chance de ver de perto que é possível, sim, fazer house music com muitos vocais, abusando de hits conhecidos, sem cair no bate-cabelo que infesta as pistas gays.
O tiozinho loiro (mais inglês, impossível) fez um set delicioso, bem happy, daqueles pra cantar junto de cabo a rabo. Longe daquelas babas xaroposas norte-americanas, tipo "Asereje (Tony Moran Mix)", Russell Small tocou produções próprias ("Love On My Mind", numa versão bem diferentona) e ótimos bootlegs - o que misturou o accappella de "Finally", do Kings of Tomorrow, com "Alright", do Red Carpet, foi um ponto alto do set. Pop até a medula, mas nem por isso menos apropriado. Todo mundo gostou.
Espero que isso sirva de estímulo para a The Week continuar apostando em nomes que fujam da ditadura tribal-hard house e ampliem o leque musical. O funky house europeu é menos limitado e tão ou mais festivo quanto. Tá cheio de gente boa que poderia fazer ótimas noites na casa... é só pesquisar. Essa noite de sexta veio despretensiosa e com certeza foi uma das cinco melhores do ano na TW, musicalmente falando.
O tiozinho loiro (mais inglês, impossível) fez um set delicioso, bem happy, daqueles pra cantar junto de cabo a rabo. Longe daquelas babas xaroposas norte-americanas, tipo "Asereje (Tony Moran Mix)", Russell Small tocou produções próprias ("Love On My Mind", numa versão bem diferentona) e ótimos bootlegs - o que misturou o accappella de "Finally", do Kings of Tomorrow, com "Alright", do Red Carpet, foi um ponto alto do set. Pop até a medula, mas nem por isso menos apropriado. Todo mundo gostou.
Espero que isso sirva de estímulo para a The Week continuar apostando em nomes que fujam da ditadura tribal-hard house e ampliem o leque musical. O funky house europeu é menos limitado e tão ou mais festivo quanto. Tá cheio de gente boa que poderia fazer ótimas noites na casa... é só pesquisar. Essa noite de sexta veio despretensiosa e com certeza foi uma das cinco melhores do ano na TW, musicalmente falando.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Rapidinhas da mídia gay
LOUROS AOS MORENOS. Bola de cristal? Toque de Midas? Nada disso. Se, cinco dias depois que citei os blogs do Tony e do Celso como meus preferidos, eles foram destacados na coluna GLS do Sérgio Ripardo na Folha, foi simplesmente porque merecem. Tony é inteligente sem ser pedante, perspicaz sem ser ferino (não vive gongando a torto e a direito), e dono de um senso de humor fino e delicioso - sabe rir até de si mesmo, virtude rara entre os blogueiros (que costumam se levar a sério demais). E Celso tem uma capacidade absurda de transformar as notícias mais banais em contos criativos e mirabolantes. Numa blogosfera saturada de "donos da verdade" e "formadores de opinião", os melhores não dão a mínima para isso. Arrasem, amigos!
ALMANAQUE DO BEM. E falando em Sérgio Ripardo, o jornalista está lançando pela Publifolha seu Guia GLS São Paulo, fruto de doze meses de andanças por pontos de interesse gay/lésbico/ambíguo na cidade. Seu trunfo: transitar sem restrições entre todos os espectros do vasto mundo gay. Sérgio não se limita aos clãs mais óbvios, não torce o nariz para a cena do Centrão, não sucumbe a preconceitos ao retratar tribos diferentes da dele (que nem é daqui, mas de Fortaleza). Em seu blog, ele conta que procurou ser benevolente com os lugares resenhados: "me esforcei para ver o lado positivo de suas propostas". O guia me ensinou uma lição: ir atrás e acreditar em si próprio. Eu mesmo já escrevi um livro similar, mas nunca publiquei, porque achava que não teria como, que ninguém ia comprar... não acreditei na minha idéia e agora perdi o bonde. Paciência. Longe de qualquer "mágoa de miguxa", vou comprar o guia do Sérgio e fazer uma resenha completa aqui.
BOTANDO A MAIOR BANCA. A Sui Generis, primeira revista de comportamento gay do Brasil, foi extinta há oito anos e deixou saudades. De lá pra cá, muita coisa mudou na maneira como o país enxerga os gays, e agora o mercado editorial finalmente toma coragem para apostar nesse público. Em setembro, o pessoal do site Mix Brasil deu o pontapé inicial lançando sua Junior; agora, a Editora Peixes entra na briga com a DOM, que chegou ontem às bancas (e, de exemplar em punho, já lhes digo: vai fazer muito barulho). Eu não quis fazer minha crítica da Junior até ler o segundo número e ver a direção que a revista ia tomar; com a Junior #2 saindo já nos próximos dias, logo mais vocês lerão por aqui uma análise das duas revistas.
ONÇAS, FLAMINGOS E COLIBRIS. E eis que acabei sendo convidado para a tal white party "exclusivíssima" que tem sido o assunto de rodinhas de bilus Brasil afora. A julgar pelo flyer - que beira o over, uma coisa meio Siegfried & Roy, meio Joãozinho Trinta - teremos uma festa diurna que deve mudar radicalmente a cara da The Week. Espera-se que desta vez a mudança radical seja para melhor: da última vez que tentaram propor algo "revolucionário" na cena gay, sexta-feira passada, as bees voltaram pra casa todas sujas e encharcadas de óleo diesel, reclamando que perderam o dinheiro da chapinha. Desse jeito nossos pobres coraçõezinhos não agüentam...
ALMANAQUE DO BEM. E falando em Sérgio Ripardo, o jornalista está lançando pela Publifolha seu Guia GLS São Paulo, fruto de doze meses de andanças por pontos de interesse gay/lésbico/ambíguo na cidade. Seu trunfo: transitar sem restrições entre todos os espectros do vasto mundo gay. Sérgio não se limita aos clãs mais óbvios, não torce o nariz para a cena do Centrão, não sucumbe a preconceitos ao retratar tribos diferentes da dele (que nem é daqui, mas de Fortaleza). Em seu blog, ele conta que procurou ser benevolente com os lugares resenhados: "me esforcei para ver o lado positivo de suas propostas". O guia me ensinou uma lição: ir atrás e acreditar em si próprio. Eu mesmo já escrevi um livro similar, mas nunca publiquei, porque achava que não teria como, que ninguém ia comprar... não acreditei na minha idéia e agora perdi o bonde. Paciência. Longe de qualquer "mágoa de miguxa", vou comprar o guia do Sérgio e fazer uma resenha completa aqui.
BOTANDO A MAIOR BANCA. A Sui Generis, primeira revista de comportamento gay do Brasil, foi extinta há oito anos e deixou saudades. De lá pra cá, muita coisa mudou na maneira como o país enxerga os gays, e agora o mercado editorial finalmente toma coragem para apostar nesse público. Em setembro, o pessoal do site Mix Brasil deu o pontapé inicial lançando sua Junior; agora, a Editora Peixes entra na briga com a DOM, que chegou ontem às bancas (e, de exemplar em punho, já lhes digo: vai fazer muito barulho). Eu não quis fazer minha crítica da Junior até ler o segundo número e ver a direção que a revista ia tomar; com a Junior #2 saindo já nos próximos dias, logo mais vocês lerão por aqui uma análise das duas revistas.
ONÇAS, FLAMINGOS E COLIBRIS. E eis que acabei sendo convidado para a tal white party "exclusivíssima" que tem sido o assunto de rodinhas de bilus Brasil afora. A julgar pelo flyer - que beira o over, uma coisa meio Siegfried & Roy, meio Joãozinho Trinta - teremos uma festa diurna que deve mudar radicalmente a cara da The Week. Espera-se que desta vez a mudança radical seja para melhor: da última vez que tentaram propor algo "revolucionário" na cena gay, sexta-feira passada, as bees voltaram pra casa todas sujas e encharcadas de óleo diesel, reclamando que perderam o dinheiro da chapinha. Desse jeito nossos pobres coraçõezinhos não agüentam...
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
As comidinhas do próximo verão, parte 1
Mal começou dezembro e já surgem as primeiras apostas para o verão 2008: qual festa/clube vai bombar mais, que trecho da praia de Ipanema será a bola da vez, qual a sunga certa, qual o hit que vai embalar as pistas. É o tipo de especulação totalmente inútil - e, por isso mesmo, muito divertida de fazer. Estive no Rio no fim-de-semana e arriscarei alguns palpites dentro da minha área favorita: as comidinhas que devem marcar o verão carioca.
Minha aposta: este será o verão das temakerias. Em São Paulo, elas fazem parte da paisagem há uns bons três anos; conquistaram os baladeiros (abrem até tarde e são uma opção rápida e barata), mas, ao contrário do que aconteceu com o Burger King, não chegaram a comover grandes multidões. Talvez porque muitas, como a Temaki Express, fazem temakis horrorosos, com alga ruim, peixe congelado e uma salmon skin que mais parece um pano de prato queimado (até hoje, só conheci uma casa que prestasse, a Ícone).
No Rio, na falta de uma, duas temakerias chegaram com tudo, em plena Rua Farme de Amoedo: a Yiá!, minúscula, fofa e "temática" (a identidade visual é toda inspirada na cultura pop japonesa), e a Koni Store, com um interior modernoso em tons de laranja (que transportou minha mente para o finado Fork, saudoso restaurantinho que funcionou em 2000-2001 em frente ao Galeria Café).
Leves, fresquinhos, saudáveis e baratos, os temakis tinham tudo para estourar no Rio. Primeiro, são uma excelente opção para antes ou depois da praia (as duas casas, espertas, instalaram seus pontos a apenas duas quadras da orla). Depois, como já estamos cansados de saber por aqui, são ótimos quebra-galhos para a larica noturna - ao contrário de SP, o Rio sempre foi muito capenga quando o assunto era comida de madrugada: as únicas opções eram o Cervantes, o BB Lanches, a Fornalha do Humaitá e a Pizzaria Guanabara (que eu pessoalmente abomino).
Não por acaso, as duas temakerias estão vendendo feito água - especialmente a Koni Store, que também tem lojas na Praça Nossa Senhora da Paz (a mais concorrida), no Leblon e na Barra. Dos básicos aos incrementados, os cariocas agora só querem saber de "cone" (é assim que eles falam) - e, com certeza, em questão de semanas a turistada que virá engrossar o contingente das festas vai aderir também. Como é que ninguém pensou nisso antes?
A outra febre do momento atende pelo nome de Yogoberry e fica na Visconde de Pirajá, duas casas antes da Letras & Expressões (ou seja, entre Joana e Vinícius). A casa faz o segundo melhor frozen yogurt que já provei (bate fácil o do America e perde apenas para o da Leo Dolci aqui de SP). Você escolhe entre a versão básica e o surpreendente sabor de chá verde (!) e ainda pode acrescentar coberturas "sólidas", como frutas frescas picadinhas (morango, kiwi, melão, entre outras), pedacinhos de chocolate preto ou branco e até sucrilhos. A casa é inteira branca, com cadeiras de acrílico verde transparente e luminárias laranjas com fios plásticos dependurados, imitando águas-vivas. Bem estilosa. Um funcionário distribui microcopinhos do sorvete na calçada, o movimento na loja vai crescendo - e assim nasce mais um hit de Ipanema.
No próximo post, vou concluir minhas apostas com alguns palpites sobre lugares que devem ferver na hora do jantar.
Minha aposta: este será o verão das temakerias. Em São Paulo, elas fazem parte da paisagem há uns bons três anos; conquistaram os baladeiros (abrem até tarde e são uma opção rápida e barata), mas, ao contrário do que aconteceu com o Burger King, não chegaram a comover grandes multidões. Talvez porque muitas, como a Temaki Express, fazem temakis horrorosos, com alga ruim, peixe congelado e uma salmon skin que mais parece um pano de prato queimado (até hoje, só conheci uma casa que prestasse, a Ícone).
No Rio, na falta de uma, duas temakerias chegaram com tudo, em plena Rua Farme de Amoedo: a Yiá!, minúscula, fofa e "temática" (a identidade visual é toda inspirada na cultura pop japonesa), e a Koni Store, com um interior modernoso em tons de laranja (que transportou minha mente para o finado Fork, saudoso restaurantinho que funcionou em 2000-2001 em frente ao Galeria Café).
Leves, fresquinhos, saudáveis e baratos, os temakis tinham tudo para estourar no Rio. Primeiro, são uma excelente opção para antes ou depois da praia (as duas casas, espertas, instalaram seus pontos a apenas duas quadras da orla). Depois, como já estamos cansados de saber por aqui, são ótimos quebra-galhos para a larica noturna - ao contrário de SP, o Rio sempre foi muito capenga quando o assunto era comida de madrugada: as únicas opções eram o Cervantes, o BB Lanches, a Fornalha do Humaitá e a Pizzaria Guanabara (que eu pessoalmente abomino).
Não por acaso, as duas temakerias estão vendendo feito água - especialmente a Koni Store, que também tem lojas na Praça Nossa Senhora da Paz (a mais concorrida), no Leblon e na Barra. Dos básicos aos incrementados, os cariocas agora só querem saber de "cone" (é assim que eles falam) - e, com certeza, em questão de semanas a turistada que virá engrossar o contingente das festas vai aderir também. Como é que ninguém pensou nisso antes?
A outra febre do momento atende pelo nome de Yogoberry e fica na Visconde de Pirajá, duas casas antes da Letras & Expressões (ou seja, entre Joana e Vinícius). A casa faz o segundo melhor frozen yogurt que já provei (bate fácil o do America e perde apenas para o da Leo Dolci aqui de SP). Você escolhe entre a versão básica e o surpreendente sabor de chá verde (!) e ainda pode acrescentar coberturas "sólidas", como frutas frescas picadinhas (morango, kiwi, melão, entre outras), pedacinhos de chocolate preto ou branco e até sucrilhos. A casa é inteira branca, com cadeiras de acrílico verde transparente e luminárias laranjas com fios plásticos dependurados, imitando águas-vivas. Bem estilosa. Um funcionário distribui microcopinhos do sorvete na calçada, o movimento na loja vai crescendo - e assim nasce mais um hit de Ipanema.
No próximo post, vou concluir minhas apostas com alguns palpites sobre lugares que devem ferver na hora do jantar.
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