AWESOME (UAU!) É só você botar o pezinho na faixa de pedestres que os carros magicamente param para você atravessar a rua (dá até vontade de fazer um aceno de miss em agradecimento). Os restaurantes servem água de graça e à vontade. Walgreens e similares, que se autodenominam pharmacy mas vendem diumtudo, de Red Bull a máscara para dormir, em gôndolas que vão até o teto. Liquidação é coisa séria, com descontos de verdade, 50%, 70%, 90%, não essa nossa palhaçada de primeiro dobrar o preço e depois tirar 15%. A fila é respeitada, e quem tenta furá-la não é posto para dentro, e sim para fora do lugar. Eles tem acesso a todos os gadgets que importam muito antes da gente. E por muito menos. E também a suplementos incríveis para a academia. O serviço é excelente, com vendedores bem treinados, atenciosos e que conhecem muito bem aquilo que vendem. Sai barato passar férias no Caribe, ou em paraísos tropicais da América Central. Mesmo a Europa é mais possível do que para nós. Agora entendi por que os banheiros dos restaurantes de Ipanema têm avisos em inglês para não jogar papel no vaso: nos States, a descarga é tão poderosa que você pode desovar um cadáver por ela. E pode ligar pra celular de outras cidades ou estados sem esse papo de DDD ser carésimo. Aliás, pra quem estiver indo, fikadika: leve seu aparelho do Brasil e coloque nele um chip da T-Mobile (a única operadora compatível com a nossa tecnologia). Por módicos US$30, você tem 1500 minutos para falar com o país inteiro. E o mais absolutamente sensacional: você pode simplesmente voltar à loja, dizer "tó, não curti o produto" e pegar seu dinheiro de volta. Sem perguntas, sem cara feia, sem enrolação. É seu direito como consumidor.
AWFUL (UÓ!) A maldição anglo-saxônica: não importa onde você coma, as opções de acompanhamento se limitam a batata (frita, assada ou purê) e legumes (tudo no vapor, sem manteiga, sem tempero algum). Gelo, muito gelo. O bartender enche seu copo com gelo até a boca, completa o pouco espaço disponível com 10ml de bebida, e você ainda tem que deixar uma gorjeta a cada novo drinque pedido. E o pior que os drinques são hor-rí-veis! A pedida mais segura (e também a preferência de 9 entre 10 bilus) é a vodka cranberry. Que tem gosto de remédio, pois eles não usam suco, e sim um xarope sinistro que sai de uma mangueira do balcão. Se você arriscar variar, pode ser pior: periga terminar com um copo de Pato Purific na mão. O primeiro brasileiro que ensiná-los a amassar fruta com açúcar e fazer caipiroska vai ficar milionário. Os horários de jantar são bizarros: começam às 17h30, e tem lugar que às 21h30 já está fechado. E estamos falando de cidades grandes, como San Francisco. E se faltar pouco para fechar, eles simplesmente recusam a sua entrada. A televisão deles influencia o resto do mundo - só que num esquema "Marcia Goldschmidt feelings". Dia desses, o debate era sobre uma menina de 8 anos que recebia aplicações de botox. A paranoia com terrorismo nos aeroportos submete todo mundo a procedimentos policialescos: tirar agasalhos, ficar descalço, colher digitais, ser fotografado em vários ângulos, ter que responder "what brings you here?" mesmo se você já tem o visto, não poder levar líquidos na sacola de mão... A vida noturna é caída. Em geral o que existe são bares, e tudo fecha à 1h30 - são poucos os lugares que têm licença para funcionar de madrugada, como clubes propriamente ditos. Quinze minutos antes, eles anunciam a last call for alcohol, última chance para você pedir seu trago. Mesmo num clube que continue aberto, não se vende bebida depois desse horário, e seguranças ficam abordando você na pista para tomar o copo da sua mão (porque você não pode nem acabar de consumir o que foi comprou antes). Os americanos não têm contato físico: não se abraçam, não se beijam, não se tocam. Num bar ou balada, você não pode nem relar o dedo em ninguém, que eles acham awkward. E na hora da cama, jesoos! Dificilmente chegam aos pés dos latinos, porque não sabem nem mesmo beijar, que é o mais básico. Last but not least, o pior de tudo: não passa uma porra de um táxi livre quando você precisa! Tanto em SF como em NY, eu e minha mãe - que anda de bengala - chegávamos a ficar 20, 30, 40 minutos nos descabelando na rua. E era assim o tempo todo e em qualquer lugar. Que saudades de Copacabana! Fora de cogitação chamar um radiotáxi (você liga e eles não mandam ninguém) ou mesmo alugar carro (em ambas as cidades, não há lugar para estacionar e o trânsito é crítico). Temço.
20 comentários:
Eu queria saber de onde os americanos aprenderam esses modos. Nem os ingleses são tão estranhos.
Mas EUA é um lugar para onde tem que se ir nesse estado de espírito que você foi. Que bom que vc curtiu. Aguardo os demais relatos.
Gostei muito mais de NY do que SF, naturalmente por causa do 'clima', digamos, de metrópole. Fui pela segunda vez este ano para participar de um programa de intercâmbio, mas ao contrário da primeira, consegui ir em outros lugares. Trabalhei em uma estação de ski em uma cidadezinha de Massachusetts. Exceto o frio, que apesar de gostar não consegui me acostumar, assino embaixo de tudo o que vc disse.
Tirando NY, eu amei Las Vegas.
As baladas, sinceramente, não curti muito não. Tinha outra imagem delas. A única coisa que curti, mesmo, apesar de achar cafona, foi ir de limousine a Pacha. hahahahaha
Agora to com planos de ir a Europa. Já li o que vc escreveu aqui sobre Barcelona e estou seriamente tentado a descobri-la. Bjs
Deixo a maioria de vocês meus leitores um mimo de agradecimento por me suportar nessas 500 mensagens.
Você foi uns dos citados, e espero que goste!
Desculpe pela mensagem genérica, mas haja dedo pra linkar mais de 50 pessoas né?
Grande beijo.
S.A.M O CLOSE
Quanta crítica boba, mania de achar que tudo no Brasil é melhor e usar isso como parâmetro.
Segurança em aeroporto é coisa séria, ao invés de reclamar, vc deveria dar graças a Deus que tem e colaborar pra fila andar mais rápido.
O fato de os bares fecharem mais cedo, faz com que as pessoas se adaptem e saiam mais cedo de casa pra jantar e ir a bar/boate. Pense pelo lado bom, vc não bagunça seus horários e dorme direito. Lei é lei e tem que ser respeitada, a lei seca começa às 2am na maioria das cidades, e vale pra todo mundo.
Me identifiquei muito com tudo! Hahahahahahaha! Em San Diego uma vez eu e um amigo chegamos tarde e ficamos na frente de um banco esperando um táxi passar. Nada. Até que resolvemos chamar um tele-taxi pelo orelhão, que precisavam de one quarter (25 centavos) cada chamada. Chamamos um táxi. Nada. Ligamos de novo mais 829229 até acabarem todas nossas moedas e ngm atendia.
Solução? Como eramos menores de idade e tinha toque de recolher, passou uma viatura da polícia e pedimos socorro. Foi LUXO chegar na host-family com escolta policial.
Só mais uma coisa: o lance das baladas é o after-party, que rola ou na casa de alguém (como aqui) ou nos clubs "privados", que basta você conhecer algum "sócio" pra entrar, e esses ficam abertos até o amanhecer. Mas daí claro, tem que fazer todo um networking. Em Dublin demorou 1 mês pra descobrir dois points desses. Um deles tinha aqueles tétos que abrem e fecham e dava pra fumar lá dentro. Fumar o que quisesse, inclusive.
Gotta love private clubs.
Roberto, tudo na vida tem uma razão de ser. A gente tem sim que fazer um esforço para entender, levar em conta o contexto, mas não necessariamente gostar. O intuito do post é justamente explorar as diferenças culturais entre os hábitos e realidades daqui e de lá.
juntando comentários sobre os 2 textos:
* a população da tão incensada Califórnia votou pela PROIBIÇÃO do casamento gay num referendo em 2008. Não confundir Farme com Rio, nem SF com Califórnia como um todo. O legislativo do Estado de NY tb rejeitou o mesmo tema esse ano. Enquanto isso, em Iowa pode. Ou seja o "meião" do país (o tal "flyover country") pode estar à frente em alguns itens.
* horário de jantar é fogo, mas é cultural. imagina um deles chegando em BsAs ou Madri...
* horário da balada e "last call" é regido pelas leis de cada lugar e, mesmo assim, há variações. Em Chicago é 5 da manhã aos sábados e 4 nos outros dias. mas nem todos tem licença pra até essa hora, muito complicado! isso que deu origem aos after hours (ou "juice bars") onde se podia continuar a balada, mas num lugar que não vendia álcool.
* acho que vc deu azar na cama rsrssr. tem americano bom e ruim de cama, de beijo. como há péssimos e ótimos aqui tb (ou vai ver vc só dá sorte no brasil e eu dou azar às vezes hehehe);
* tb odeio o ritual dos aeroportos americanos - até deixei de ir lá por uns anos de tão saco cheio que fiquei. mas está bem mais agilizado do que há alguns anos. e só viajo sem cinto, com sapato que não amarra etc... por outro lado, entendo perfeitamente a existência disso, em especial pq estava em Manhattan naquele 11/9 há 10 anos.
* sim, americano se toca pouco em público. há uma divisão muito forte do espaço público do privado. quem se pega demais (mesmo em balada gay) é capaz de ainda ouvir um "get a room!" acho que eles exageram para um lado e nós para o outro: marmanjo de 30-35 anos beijando 10 numa noite como se fosse adolescente em micareta só acontece por aqui mesmo. em outros países é mais: beijou o primeiro, gostou, "my place or yours?".
@Lucas: Que chique, hein! :D Dar um rolê naquelas viaturas de polícia norte-americanas, com aqueles policiais fortes com nomes tipo "Agente Smith". heheheeh Invejei!
@Roberto: Dear, o MUNDO não entende a paranóia americana com segurança aérea. Já comentei isso em outro blog - todo mundo sabe que existem 483020 meios de driblar esses esquemas absurdos de segurança aeroportuária(explodindo uma bomba antes do embarque como fizeram em Moscou, por exemplo) e os europeus são bem mais easy going do que os americanos e nem por isso levaram um avião na cabeça. É o chamado efeito 'capacete de soldado': não protege, mas você se sentir seguro.
@Thi: 1) O seu blog é um dos únicos que eu consigo rasgar seda de que amo ler, bla bla bla :D Saudades! 2) E o pessoal beijando na boate em si, rola? (Pq dos Alpes pra cima e do Reno para o Leste... NADA.)
Beijos e saudades,
Fer
Fernando, a sua pergunta será respondida no próximo post, aguarde! Já está pronto e vai ao ar no sábado. Beijos e as mesmas saudades!
Saudades dos seus posts caprichados de viagem, Thi! Adorei a tradução do Uau e Uó. E gostei das dicas dos "bons drink". E, sim, conta essa história do americano aí! rsss
Beijão!
Também descobri a vodka cramberry na minha última viagem até lá. No mais, me atinha aos clássicos: vodka tonic, gin tonic, cuba libre. Até descobri uns lugares que faziam a vodka tonic com absolut rubi red que ficou *luxo*! Beijos!
Uai, fiz um comentário sobre os táxis e não saiu. Você recusou?
Tony, não recebi nada! Mesmo!
Até q não tive problemas em achar táxi em NY...mesmo em dia de chuva e saindo carregado de sacolas, thank God.
O único problema q tive me lembrou um comum aqui no Rio: táxis q não querem ir pra Santa Teresa...Lá alguns motoristas não queriam ir pra Roosevelt Island...e me ensinaram que o segredo era entrar no carro ANTES de dizer pra onde vc quer ir, pq segundo uma lei deles lá se vc já está dentro do veículo eles não podem se recusar a te levar nem q seja pra outro estado...
O grande problema que enfrentei foi em Los Angeles...os táxis são caríssimos e o único q resolvi pegar pra experimentar (e pq estava cansado de andar) me custou literalmente 50 dólares pra ir da Melrose até o Promenade, perto da praia de Santa Monica. Sorte que não pegamos trânsito, maldição da cidade....Se tivéssemos pego, a corrida ia acabar em uns 100 bucks.
E vc não mencionou também q é MUITO irritante vc ser obrigado a dar gorjeta até pro motorista de táxi em qualquer cidade americana e não importando quanto deu no taxímetro....
Por outro lado é muito bom poder pagar a corrida pelo cartão de crédito...
O metrô de NY também é sensacional, uma vez q vc se entenda com aquelas linhas todas e saiba sobre os eventuais desvios de rota (já que q fica aberto 24h e eles as vezes mudam as direções pra consertar algo)
O irritante é o metrô de Washington DC, onde vc tem q passar o bilhete pra entrar E pra sair da estação...
Eu pedia suco nas boates e era o mesmo esquema de muito gelo e pouco suco. E das gorjetas.
Morri de rir com vc dizendo q ficava se "descabelando" na rua atrás de táxi...rsrs
@DonDiego: 1) Saudades, 2) Cara, você total me relembrou de uma das minhas maiores fontes de ódio com Paris: essa porra de ter que passar ticket para entrar e sair do metrô. UM SACO: você fica com aquele pedaço de papel inútil na mão, se por acaso faz a burrice de misturar usados com não-usados certeza que vai acabar numa estação qualquer passando 15 bilhetes até encontrar o que tinha sido usado e no final da viagem você tem um bolo de bilhetes completamente inútil.
O sistema de Washington já usa um ticket único que pode ser recarregado, assim não tem esse perigo de misturar tickets usados... é um sistema que já é utilizado em outras cidades, como NY e Londres (onde ele tem o divertido nome de oyster). Além do mais o metrô de Washington é 1924 vezes mais limpo/bonito/chique que o de NY, embora não tenha a amplitude do sistema na Big Apple.
Mas civilizado mesmo é o sistema de Berlim, que não tem catraca. Supõe-se que você compre e valide seu bilhete antes de embarcar -- se um fiscal te pegar sem bilhete válido, paga-se uma multa.
@Tiago: Deve ser legal esse sistema de Berlim, hein! :D
achei os homens de ny muito lindos ( altos, fortes e rostos angelicais), mas as baladas sao caidas.
@Fernando: isso foi uma ironia?!
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