Indecente, ousada e profana
Irreverente, despudorada e sacana
Inconfundível pela vibração que emana
Assim é a nossa Copacabana.
De olhos abertos e antenas em pé
Todo mundo mostra logo o que quer
Na babel desordenada da Nossa Senhora
Surge uma vontade que possui e devora
Uma fome que não passa e que toma conta
E precisa ser saciada sem muita demora.
Olhares marotos e contatos furtivos
Buscando um mesmo e único objetivo
Uma aventura fugaz num conjugado barato
Com alguém que saiba o que é dar um bom trato.
A porta pantográfica dá num corredor estreito
Roupas pelo chão e peito contra peito
Os corpos se entendem no balé mais vulgar
Sabendo que em breve tudo irá acabar
Sem olhar para trás ou pensar no que virá
Desaparecendo pela Francisco Sá.
Foi inesperado, mas não é surpresa
Que num bairro nascido para a safadeza
Você entre inocente e saia devasso
E logo encare tudo com desembaraço.
Não se engane, estão todos à espreita
Pois aqui é sempre tempo de colheita
Afinal, em se plantando, tudo dá
E em se conversando, todos dão
Não importa o que você queira buscar
Sexo, amor ou só um pouco de ilusão.
18 comentários:
clap! clap! clap! clap!
putz! se eu tivesse um pouco mais de dotes musicais, juro que corria agora pro teclado e musicava isso, pois já soa como música.
quem sabe quando a gripe passar, eu volto, e isso acontece...
parabéns Thi! e viva seu blog!
Se deu bem, hein?
Nossa...que texto bacana!
Copacabana, assim, deve ser o auge.
ui!
a poesia de um verão...
AHAZÔ!!!
a bicha acha que escreve, mas coitada
mal sabe ela que está toda errada
Que lindo, adorei.
Feliz 2009!
foi o teu texto mais bem escrito lindinho! beijocas. ficou muito bem feito
eu consegui ir até lá santo e voltar virgem... =D
Bom Ano Novo, querido!
Às vezes, sexo pode ser apenas isso, sexo. Você não sabe como me surpreendeu ler esse poema. Gostei muito. E do "Henrique" (is that the name?) também. E de que você se deu bem. ;-)
É isso mesmo, seja com quem for, seja quem for, seja como for. Nessas alturas tod@s procuram algo disso: "Sexo, amor ou só um pouco de ilusão".
Há 25 anos atrás, o saudoso António Variações pôs-nos todos a cantar a «Canção do Engate»:
Tu estas livre e eu estou livre
E ha uma noite para passar
Porque nao vamos unidos
Porque nao vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estas só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mao aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mao deserta
Vem que o amor
Nao é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te das
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que ja nao vem
E a esperanca foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada
Tens a letra, vê no Ytube: http://www.youtube.com/watch?v=bzhLamrxacE
Abraço,
Jorge
(Lisboa)
Antonio Variações!! ADOOOORO!
Aliás, não entendo porque nenhum cantor brasileiro regravou a maravilhosa "Canção de Engate". Ia ser um mega-sucesso, com direito a remix para as psitas.
Vem que o amor...
Feliz 2009, Thi! Como andam as férias da Cásper?
Nossa, não conhecia essa sua veia poeta! Muito bacana...
Vê se não some.
Bjos.
Olha só! Até inspiração pra poesia você ganhou no Rio, hein? Gostei!
menino!!!! que poeta é esse ai escondido???? muito bom!!!!
descreveu muito bem suas impressões sobre copacabana.
e a contribuição de Jorge-lisboa veio a completar o momento poesia.
abraços e continue a escrever.
menino!!!! que poeta é esse ai escondido???? muito bom!!!!
descreveu muito bem suas impressões sobre copacabana.
e a contribuição de Jorge-lisboa veio a completar o momento poesia.
abraços e continue a escrever.
Isso é um pouco melancólico... Vazios nunca se completam. A vida passa a ser feita de ilusão em ilusão, nunca de verdade.
Vivo, vibrante, pulsante, fantástico. Adorei o poema.
Abs.
no coments ... simplesmente magnificamente belo
Postar um comentário