segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Destaques do réveillon carioca 2008

Hoje começa mais um ano de batente (ainda que nosso inconsciente considere que o início oficial é só depois do Carnaval). Muitos ainda estão se recuperando do pé-na-jaca que foi o réveillon. Quem apostou no Rio de Janeiro teve que se dar por satisfeito com o famoso "sol-entre-nuvens" definido pelo Climatempo, mas desfrutou a presença maciça de machos di catiguria, que deram sopa pelas ruas da cidade e nas festas. E quanta jogação! Se eu (que só cheguei no dia primeiro) estou exausto, imagino quem chegou logo depois do Natal e engatou nove dias de cha cha cha...

Como para frente é que se anda - e, no fundo, tudo o que rolou não deixa de ser uma repetição do que já conhecemos muito bem, com mínimas variações - vou destacar apenas aquilo que considerei melhor. Coberturas mais detalhadas vocês encontram nos blogs amigos (que, pelo que andei presenciando, terão muito o que contar). Let 2009 begin!

A PRAIA: COQUEIRÃO. O êxodo começou tímido, há dois ou três anos atrás, quando uma discreta parcela de bees cansou do gueto da Farme e foi atrás de novos ares. Neste verão, o que era um hype entre poucos atingiu um público bem maior, e a presença gay no trecho em frente ao tal Coqueirão tornou-se muito mais visível, com direito a mãos dadas e beijo na boca. E os héteros do pedaço parecem estar levando tudo na boa. Claro que a Farme continua líder quando o assunto é quantidade (e os gringos em geral continuam indo lá); já no quesito beleza humana, ela já era bastante irregular e agora sofreu um duro golpe, porque as bunitas estão todas apostando no Coqueirão. Que é novidade, não tem favelização na areia e, de quebra, tem também um monte de hétero bonito para se olhar.

A LARICA: LÍQUIDO. Enquanto alguns (como eu) são capazes de cruzar a cidade atrás do que querem comer, muita gente prefere andar o mínimo possível para matar a fome pós-praia. Com o deslocamento para o Coqueirão, os preguiçosos podem aposentar os manjadíssimos New Natural, Cafeína e Frontera e descobrir novos lugares. Meu novo queridinho é o Líquido, na Barão da Torre 398, entre Joana Angélica e Maria Quitéria (ou seja, exatamente na altura do Coqueirão). Moderno, com cadeiras coloridas dispostas em um deck agradável, o lugar investe em culinária saudável e serve sucos deliciosos, saladas, sanduíches e alguns pratos mais elaborados. Destaco os excelentes dosas, crepes indianos feitos com farinha de arroz integral e recheios como frango ao curry com espinafre e passas, mais um molhinho esperto para acompanhar (há vários tipos de chutney a escolher). O cardápio é criativo o suficiente para você ir várias vezes sem enjoar e os preços são bastante justos para Ipanema.

A FESTA: POOL PARTY @ ESTAÇÃO DO CORPO. Para quem pagou R$120 de entrada, é inadmissível que os banheiros (químicos) sejam tão poucos e tão nauseabundos (às 19h, já estavam sem condições de uso, e a festa só foi acabar às 3h). Também não dá para aceitar um serviço de bar tão despreparado, sem um mínimo de treinamento e cortesia, que não atende quem chegou primeiro, faz tudo de cara feia e não sabe o que é Red Bull (tive que refazer o pedido: "um energético"). Mas esses defeitos não conseguiram estragar o brilho da festa, que se deve principalmente à escolha acertada da locação. A Estação do Corpo é maravilhosa e quem esteve lá pôde entender por quê as famosas pool parties de 2006 ficaram na memória (afinal, até a decoração era a mesma). Nenhuma festa da temporada teve um astral tão incrível e Rosane Amaral tem todas as razões para comemorar o sucesso. Pena que ela leve o ditado "em time que está ganhando, não se mexe" tão ao pé da letra.

O DJ: RAFA ARIZA. Não costumo falar daquilo que não conheço (muito menos elogiar). Mas, entre todos os amigos que consultei - gente que tem senso crítico e presta atenção no som que escuta - o espanhol Rafa Ariza foi uma unanimidade. Pertencente ao clã da Matinée Group, o DJ foi trazido pela The Week e tocou nos dias 29 e 31, quando arrancou mais elogios do que o próprio Peter Rauhofer, atração principal da noite da virada. Entre os DJs que vi e ouvi, a vertente sonora das festas da Rosane não é do meu gosto pessoal (o que foi o momento fogos de artifício com "Amigos Para Siempre"?!), mas achei o Flávio Lima bem honesto. E tenho que elogiar o set do João Neto na noite do dia 3, na The Week. Mais instrumental do que vocal, foi pesado na medida certa para bombar uma pista que mal conseguia se mexer, tamanha a lotação da casa.

A SURPRESA: TÔ NEM AÍ. Por melhores que sejam os clubes e as festas, é ótimo ter lugares em que você não paga nada e pode conhecer gente e se divertir, indo e vindo de forma descompromissada, justamente porque não existe a barreira do ingresso. As praias cumprem esse papel; na falta delas, em São Paulo temos a Praça Benedito Calixto. No Rio, o Bofetada foi por muitos anos um ponto de encontro certo; depois, decaiu até o completo esquecimento (só no Carnaval é que lembram dele). Neste verão, o povo que não quis se montar para ir ao Felice passou a se reunir na frente do Tô Nem Aí. Na última sexta, sem grandes festas e com a Combo e o Galeria absolutamente inviáveis, fiquei boquiaberto com a quantidade de homens bonitos muvucando a esquina da Farme com a Visconde até altas horas da madrugada. Tô Nem Aí is the new Bofetada, só que muito melhor.

6 comentários:

Clebs disse...

Concordo... "To nem aí" é o novo Bofetada. Sexta passada estava incrívelmente cheio!!! Tinha gente até naquela casa desabada que fica na esquina e o "Galeto" fez uma grana absurda, já que não se via ambulantes e o povo queria consumir.

Entrar no bar estava inviável....O "Devassa" da outra esquina tinha lista de espera.

Tudo muito cheio e os homens lindos pra lá e pra cá, lembrou realmente uma "Farme de Carnaval".

Estefanio disse...

Concordo com tudo!
Tudo sobre a pool assino embaixo apesar de tudo a festa foi lindissima e como um amigo disse "vamos aproveitar pq pagamos a diária de um resort".
Rafa Ariza foi A surpresa do fim de ano! Amei amei amei o moço. alem do bom gosto musical, repertorio e tecnica perfeita era simpaticissimo e mega empolgado. E o To nem Ai ficou todos os dias desse jeito, lotado quase nao dava pra andar na rua. eu tinha comentado que deveriam logo fechar a rua e colocar umas barraquinhas de cachorro quente e uns ambilantes vendendo latão e cicarelli! haha

Gui disse...

Thi, vc continua rapido e certo. Ai ai ai.

O To nem Ai bombou de forma absurda e ja posso prever que o fervo da rua muda de lado no proximo carnaval, nao é?

Ah! E foi otimo passar esses primeiros dias do ano com vc!

poor guy fashion victim disse...

Mesmo com atraso, bom ano 2009 ;)e vá pensando em se jogar nas festas do Space de Madrid ( a da Pride é uma óptima opção) e no Rápido de Amsterdam e do Queens Day é o melhor.

É melhor que a Europa agora tem.

Jack disse...

No final de outubro fui ao Rio e já havia reparado no movimento coqueirão. Eu já ia para lá antes, porque tinha preguicinha do fervo da Farme e gostava de ficar olhando os boys... enfim, acho que daqui a pouco chegamos no Ceasar e expulsamos os italianos? :P

Anonymous disse...

Thiago,
onde encontrar dicas de lugares bacanas e descolados sobre VANCOUVER?
tenha um ótimo 2009, com muita inspiração para os seus maravilhosos textos.
abs
alexamaral_arq@hotmail.com