Quem me conhece já sabe que não sou muito fã de house tribal. Até porque o que o meio gay começou a chamar de "tribal" é uma mistura de várias coisas diferentes jogadas no mesmo caldeirão - desde a hard house instrumental que se tocava na Level no final da noite até os remixes xaroposos de cantoras que alguém teve a coragem de chamar de "divas" (hoje em dia qualquer uma vira "diva" no meio gay...), feitos por gente da laia de Tony Moran, Offer Nissin e afins. Acho tudo pobre, repetitivo, e nada me irrita mais do que estar dançando embalado, tentando fazer a parada bater, e de repente o DJ parar a batida e emendar um longo a cappella da "diva" da vez. Minha onda vai embora na hora. Acho que vocal em música eletrônica não pode passar de um certo limite - pista não é concurso de dublagem.
Nesse meu desgosto por tribal, entre as poucas exceções que eu abro estão o inglês Steve Lawler - que faz um mix espertíssimo de tribal com house progressivo: sexy, animado, dark em alguns momentos e ótimo para a colocação sempre - e a dupla espanhola Chus & Ceballos, que tem ótimos CDs gravados, detona lá fora e faz um som que seria o ideal para toda boa pista gay (há quem chame de iberican house, mas esse rótulo também passou a ser usado impropriamente, para designar qualquer coisa feita na Espanha, o que não explica muita coisa).
Infelizmente, a cena gay brasileira é míope, ela só enxerga os mesmos DJs gringos de sempre (Tony Moran, Abel, Manny Lehmann), quando tem um monte de outros nomes do tribal que arrasam lá fora e poderiam acertar em cheio aqui também (Aldo Haydar, Ismael Rivas e a própria dupla Chus & Ceballos). Na verdade já trouxeram o C&C pra cá, mas foi só um dos dois (não lembro qual deles, acho que o Chus) e puseram o cara pra tocar no Ultralounge, e ainda por cima no meio da semana. Um desperdício.
Eis que hoje cedo descobri que Chus & Ceballos estão de viagem marcada pra cá. Mas não para tocar na The Week (que insiste pela enésima vez em Offer Nissin, afffe!), e sim em um clube hétero, o Sirena - que eu adoro e sempre considerei o melhor do Brasil. O Sirena recria vários fundamentos dos clubes de Ibiza e tem alguns dos homens mais lindos do pedaço (aliás, aquele meu post sobre héteros que parecem gays se encaixa perfeitamente no público de lá). A apresentação deles será no dia 19 de maio, e tenho certeza de que será uma noite bem bacana. Para quem entende que tribal não é só bate-cabelo, tá aí uma ótima chance de dançar um som de qualidade e mudar de ares um pouco. Estarei lá!
4 comentários:
Ler em primeira mão é outra coisa! ;)
bjão
Cris
Eu e namorado chegaremos na sexta, 18. A principio, pro Offer.
Mas tudo pode mudar, nunca se sabe...
Thi, falou e disse tudo. Concordo com cada letra, cada ponto. Perfeito como só vc sabe escrever. Vou até por uma nota sobre o este post.
Em tempo: quem tocou no ultra foi o Ceballos. O Chus é muito exigente, jamais aceitaria tocar em um par de cdj 100 remendado como o que o Ceba tocou. MAS FOI INCRIVEL! E a iniciativa dos meninos do Ultra vale por si e por sobre toda e qualquer dificuldade de estrutura. Foi uma noite incrivel! Ver as bees trash e bate-cabeleiras indo embora putas com o som divino e altamente qualificado do Ceba foi tuuuudo!!!
Puta que pariu,há anos eu procurava alguém que tivesse o mesmo pensamento que o meu,procurei no google por tribal de verdade e fui direcionado pra cá,belas palavras e conte comigo para para acabar com essa breguice que insistem em chamar de tribal,se precisar de alguma informação me procure.se precisar de uma força me procure tb porque isso eu tenho de sobra,marretada na cabeça dessas bichas bregas,só das bregas!
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