No post anterior, eu alardeei as maravilhas do carnaval carioca, e sentenciei: digam o que disserem, não há lugar melhor para passar essa data do que o Rio. Pelo menos quando o assunto é a fauna humana disponível.
Eis que nesse sábado que passou, fui à The Week - interrompendo um jejum de vários meses sem ir lá. Fui mais para encontrar os amigos, que passaram o carnaval nos mais variados lugares, e colher as impressões gerais de todos. E o que me pareceu foi que não teve tempo ruim em lugar nenhum. Quer dizer, tempo ruim teve (especialmente em Floripa), mas todo mundo saiu feliz.
Meus amigos que escolheram Floripa disseram que a varinha de condão da The Week fez maravilhas pela ilha da magia. A ferveção na Praia Mole teve um super upgrade com a instalação do quiosque da TW - uma alternativa à bagaceirice do eternamente desleixado Bar do Deca. E a noite ganhou outro presentão, que foram as festas organizadas pelo clube paulistano - com direito a toda a estrutura e profissionalismo que fizeram da TW o que ela é. Todo mundo que foi adorou e disse que viveu momentos mágicos, num astral leve e diferente.
E quem fugiu da Mole em direção ao norte da ilha confirmou o hype de Jurerê Internacional: o público é mesmo lindo, o som é mesmo incrível e, com a ajuda de providenciais tacinhas de champagne (que já eram entornadas na areia às 10 da manhã), dava até para jurar que se estava, se não na praia ibicenca de Salinas, pelo menos em Punta del Este. Então tá.
Ainda em Santa Catarina, dois clãs apostaram na Praia Brava (vizinha do farofeiro Balneário Camboriú). A cena de lá tem como destaque o superclube Warung, templo maior da cena eletrônica do Sul do Brasil e o clube brasileiro que mais traz DJs de progressive house pra tocar (junto com o Sirena de Maresias). Eles contaram que o clube é absurdo, só gente linda de morrer e numa vibe excelente, e que os sets do infalível Hernán Cattaneo e da dupla Deep Dish foram históricos (o do Deep Dish foi da 1h30 da manhã até meio-dia !). E que, além do Warung, havia ainda um beach bar babadeiríssimo, chamado Kiwi, onde rolavam altas jogações al mare, com house do bom até as 9 da noite. Eles gostaram tanto que estudam até parar de freqüentar Trancoso e passar a ir para lá.
Já os que foram para Salvador disseram que não presenciaram de nenhum dos incidentes de violência que saíram nos jornais. Rolou beijação em alguns trios, rolou o habitual fervo na "pipoca" e no Beco da Off e rolou bastante jogação off-Carnaval - com direito a uma festa eletrônica naquele parque aquático desativado que fica no norte da cidade, e as pessoas dançando numa pista construída dentro da piscina, na beira da praia. Voltaram para casa quase tão estragados quanto aqueles que vieram do Rio...
O circuito Recife-Olinda teve menos adeptos, mas ainda assim consegui pescar dois amigos que foram pra lá, cada um numa onda bem peculiar. Um deles é paraibano de João Pessoa e, querendo reviver as farras de sua adolescência, apostou no carnaval de rua; o outro, DJ carioca radicado aqui em São Paulo, mostrou seu electrohouse em eventos off-Carnaval de lá e disse que o público recebeu superbem (o que não me surpreende: ele é ótimo no que faz e os recifenses são super antenados). Ambos voltaram satisfeitos.
Fiquei pensando então: pelo jeito quem se ferrou mesmo foi quem ficou em São Paulo. Que nada. Logo depois encontrei um antigo colega de faculdade que se jogou na The Week em alguns dias e disse que a casa estava cheia de "novos talentos" do interior e que ele aproveitou horrores, ficou com vários e teve um Carnaval pra lá de animado...
Pelo visto, 2007 foi o ano do milagre. Todos os caminhos apontaram para a felicidade nesse Carnaval.
Um comentário:
Já sabemos o nosso destino no carnaval do ano que vem, né? :P
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