Buenos Aires é uma terra de boêmios como poucas no mundo (neste momento, só me ocorre Madrid como outra cidade que dê para se comparar). Aqui, todo mundo ganha as ruas durante a noite, e não só os jovens: famílias inteiras, incluindo idosos e crianças, saem para jantar e depois vão caminhando até algum café de esquina, onde passarão mais algumas horas da noite a jogar conversa fora.
A hora de o argentino sair de casa já é bem avançada: os restaurantes só começam a encher às onze - quem chegar às 20h00 provavelmente só encontrará os garçons e uma ou outra mesa ocupada (por turistas brasileiros).
Depois que o segmento "família" foi dormir, é a vez da juventude começar a jogación. As boates e clubes, chamados na Argentina de boliches, começam a receber os primeiros baladeiros às 2h30, e dificilmente encerram os trabalhos antes das 8h00. Em seguida, os trasnocheros tomam um banho em casa e vão para o Caix, um sensacional afterhours numa espécie de ginásio circular envidraçado, com vista para o rio, que só termina às 14h00. Depois desse horário, há ainda os chillouts, que rolam nas chamadas quintas, espécies de casas de campo afastadas do centro.
Não falta pique para essa gente animada, que mesmo nos piores anos de crise econômica segue sempre livin' la vida loca.
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