domingo, 12 de março de 2017
Um delicioso reencontro com Salvador
Esperei dez anos para provar a famosa moqueca de camarão especial do Paraíso Tropical. Dez anos! Várias visitas a Salvador e nunca dava certo, pois meus amigos e conhecidos soteropolitanos sempre tinham outros planos e os pratos eram grandes demais para pedir sozinho.
Pois desta vez resolvi que iria de qualquer maneira, ainda que sozinho. E assim foi, e foi ótimo. Já faz muito tempo que aprendi a desfrutar a minha própria companhia, e nesse ínterim a casa criou porções individuais, o que facilitou as coisas. A moqueca é simplesmente sensacional, um dos dez pratos mais gostosos que já comi na vida. O chef Beto Pimentel faz uma releitura mais leve da receita, com quase nada de dendê, menos leite de coco e mais polpa e água de coco e frutinhas como biri-biri e tangerina para dar um inusitado perfume.
Essa epifania gastronômica valeu sozinha a ida a Salvador, mas teve muito mais: muita praia (no Porto da Barra, no Buracão e no Flamengo), novas amizades, por-do-sol, o som finíssimo do meu amigo Jeronimo Sodre num bijuzinho de lugar chamado Lalá Multiespaço - e, claro, teve também aquela dorzinha no coração ao cruzar o bambuzal na entrada do aeroporto.
A capital baiana continua dando um super caldo e parece estar numa fase melhor que há dois anos: bem mais limpa, com a orla renovada, aparentemente mais segura e, ironia do destino, com o povo em verdadeira lua de mel com um prefeito que é neto do coronel ACM (!). O mundo dá voltas, e espero que os caminhos me levem logo para lá outra vez.
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