Hoje dou as caras por aqui com o mesmo prazer de quem reencontra um bom amigo depois de um longo tempo e, por conta disso, tem várias novidades para contar. Meu 2011 não poderia ter começado melhor: voltei da minha viagem de réveillon direto para meu primeiro emprego como jornalista. Estou trabalhando como repórter na revista Time Out São Paulo, versão paulistana da famosa publicação londrina, que também circula em outras metrópoles do mundo (são uns 40 títulos no total). Assim como o título original, a revista seleciona o que acontece de mais bacana na cidade em relação a bares, restaurantes, teatro, museus, shows, compras e baladas. É um grande privilégio já começar em um título que tem a minha cara, enquanto tantos jornalistas dão os primeiros passos em jornalecos de bairro ou revistas que não têm nada a ver com o que curtem. Entrar no ritmo veloz de uma redação, produzir conteúdo em inglês, tentar se colocar no lugar dos visitantes de fora (mas sem ser didático demais), tudo está sendo um aprendizado. Estou muito feliz.
Para marcar o início dessa nova fase, mudei minha assinatura. Sai o Thiago Magalhães, advogado, entra o Thiago Lasco, jornalista. Não foi uma decisão fácil. Sempre gostei da sonoridade do Magalhães, um sobrenome que tem uma métrica, um peso. Tem muito do meu DNA, da minha história, do meu saudoso pai que sempre será o meu ídolo. Ainda que esteja virando a página da advocacia, eu não queria me sentir cuspindo no prato em que sempre comi. Por outro lado, Thiago Magalhães existe aos milhares. Eu certamente seria confundido com outros. "Manda essa pauta pro Thiago Magalhães". "Qual, o da Time Out, o de Curitiba, o do sindicato ou o saxofonista?" Thiago Lasco sou só eu, quem ouvir já saberá de quem se trata, vira grife. É um nome curto, fácil de guardar. E, já que estou num veículo internacional, fácil também para um gringo falar ou escrever (Magalaes? Magallanes?). Como "Thiago Lasco de Magalhães" seria longo demais para os padrões vigentes, agora sou o Thiago Lasco, e pronto. Ainda não assimilei totalmente, mas daqui a pouco eu me acostumo.
Se eu já vivia investigando lugares novos por conta própria, com meu trabalho novo esses contatos só tendem a se ampliar. Assim que tiver um tempinho, vou dar um jeito de fazer minha listinha 2011 de restaurantes para conferir, em São Paulo e no Rio. No capítulo baladas, estou vivendo um momento mais diurno, mas já já ele passa, e aí pretendo dar uma diversificada. Fui conhecer o D-Edge 2.0 numa quinta, quando comemorei meu emprego novo saboreando o néctar sonoro do John Digweed. Quero sair da rotina, ir numa Ursound, entender o hype do Bar do Netão, conhecer o famoso ABC Bailão. E também voltar a me abrir para lugares menos gays, ver gente diferente, redescobrir a Vila Madalena e outras cenas. Outro dia fui conhecer o Back Gastrobar, ali naquele espaço onde funcionou o saudoso Uma Refeitório. Clima gostoso, comidinhas diferenciadas, música bacana, adorei. Outras descobertas virão.
Esses novos ventos vão soprar mais forte por aqui a partir de março, quando eu terei me desligado definitivamente do escritório. Sem ter que conciliar os dois empregos, passarei a contar com as manhãs livres para fazer freelas, cuidar do corpo, ler os livros que fui sempre adiando e, é claro, dar uma atenção maior para o blog. Vai dar inclusive para pensar naquela repaginada visual que este espaço vem pedindo faz tempo. Ano novo, vida nova - e nova temporada!