Plínio guardou o notebook na pasta, despediu-se e saiu da reunião com o fornecedor, num bairro afastado da zona oeste. Na mesma calçada onde seu carro estava estacionado, havia um caminhão com a caçamba aberta. Um rapaz alto e forte saltou apressado, atravessou a calçada e entrou num armazém. Plínio ficou admirado com aquelas costas largas, cobertas apenas por um macacão, os braços torneados e cheios de veias que terminavam em mãos grandes, rudes. O rapaz logo voltou em direção ao caminhão, com uma caixa na mão. Plínio quis disfarçar, mas os olhares dos dois se cruzaram, e o outro abriu um sorrisinho maroto. Plínio sentiu as bochechas esquentarem, a boca seca e o estômago revirado por mil borboletas. Foi então que ele teve absoluta certeza de que sua vida nunca mais seria a mesma.
Trocaram umas palavras bem idiotas, dado o estado abobado em que Plínio se encontrava, e o rapaz, Kleber, vinte e seis anos, disse que estaria livre dali a duas horas. Plínio voltou ao local na hora combinada, Kleber entrou no carro e os dois resolveram ir tomar uma cerveja. Plínio foi ficando nervoso com aquele macho de macacão, a mala inchada, uma tensão no ar quando o sinal fechava e eles se entreolhavam. O carro se embrenhou por umas ruas desertas, parou e os dois se atracaram com avidez. Num piscar de olhos, o banco do passageiro estava reclinado, com Plínio de calças arriadas e Kleber por cima dele, impondo sua virilidade em estocadas vigorosas. Gozaram suados, aos trancos.
Plínio pensou que aquele seria mais um entre tantos lanchinhos inesperados. Surpreendeu-se ao receber, no dia seguinte, um torpedo de Kleber. Retribuiu. Marcaram mais uma, dessa vez num motel. Foderam como se não houvesse amanhã, depois foram comer. Plínio sugeriu sushi; Kleber não sabia o que era. Plínio achou melhor simplificar e propôs um hambúrguer. Acabaram num rodízio de pizzas, onde Kleber comeu onze pedaços. Saíram por uns dois meses. Era Plínio quem se esforçava para manter a conversa fluindo. Kleber era uma pessoa realmente simples, mas até isso era um encanto aos olhos de Plínio, que adorava se sentir conduzido por ele na hora do sexo. Entre uma sessão e outra, cinema era o programa preferido. A escolha dos filmes ficava a cargo de Kleber: Plínio preferia assim, pois queria ter certeza de que o outro iria se divertir.
Os amigos começaram a estranhar o sumiço de Plínio e cobrar sua presença nas festas. Plínio hesitou um pouco. Quando Tavinho Bittencourt abriu seus salões para o esquenta oficial da temporada, Plínio decidiu que era hora de saírem do casulo. Plínio já preparava o espírito para enfrentar risinhos e comentários maldosos, mas novamente se surpreendeu: as bichas ficaram interessadíssimas em saber quem era aquele pedaço de carne, de ar tão rústico quanto inocente. Kleber perguntava discretamente a Plínio o que eram todas aquelas bebidas novas. As mais malditas esperavam um descuido de Plínio para dar em cima do moço. Uma que nunca dera confiança a Plínio veio fazer a íntima, louca para tirar uma casquinha, nem que para isso fosse necessário armar um ménage. Plínio e Kleber riram dela, ainda que por motivos diferentes. Kleber via naquelas pessoas meio esquisitas uma simpatia genuína.
E eles também viram alguma coisa em Kleber, pois começaram a procurar Plínio com muito mais freqüência. Um deles acionou contatos e descolou para Kleber um emprego de vendedor numa loja de roupas do shopping - perfeito para quem só tinha o segundo grau. Como a casa de Plínio era ali perto, Kleber começou a dormir lá e acabou se instalando. Isso facilitava também a volta da balada, o ponto alto da nova vida que se apresentava ao rapaz. Uma noite dessas, na boate, Kleber aceitou uma bebida e um comprimido que lhe ofereceram. Ficou passado! Não quis que aquilo terminasse nunca mais. E então descobriu que as noites não precisavam acabar: elas emendavam em afters e chillouts, palavras com que aos poucos foi se familiarizando, pelos novos amigos do Facebook, com quem se comunicava durante as brechas na rotina da loja.
Agora Kleber treinava na mesma academia de Plínio. Seu guarda-roupa já estava todo repaginado, os cabelos ganharam um corte mais atual, e ele começou uma coleção de oclóns de marca. Viraram o ano numa festa private numa cobertura na Avenida Atlântica e fizeram um animado cruzeiro gay, pouco antes do Carnaval em Florianópolis. Mas antes, Kleber depilou todos os pelos do corpo, pois isso valorizaria seu físico, segundo lhe diziam. Os dois namorados saíam bastante. Depois que ganhou o cartão vip da boate, Kleber não perdia uma. Já Plínio, que tinha vivido esse momento dez anos antes, nem sempre dava conta. Quando isso acontecia, não havia problema: sempre havia uma alma caridosa que poderia buscar Kleber em casa e depois o deixá-lo de volta. "Pode ficar tranquilo que ele está em boas mãos!", garantiam a Plínio. Todos gostavam demais do casal - unanimidade entre as bunitas e modelo a ser seguido.
E assim se passaram alguns meses. Até que, numa manhã nublada de segunda, Plínio estava atrasado para uma reunião importante e escolheu a via expressa. Mas o motor começou a engasgar, e enguiçou. Irritado, Plínio acionou o socorro da seguradora. Em vinte minutos, o guincho encostou na frente do carro de Plínio e parou. A porta se abriu, e dele desceu um homem moreno, alto, jeito de poucos amigos, boca carnuda envolta por um cavanhaque. Cara de marginal, diria a mãe de Plínio. O uniforme deixava aparecer um corpo naturalmente forte, uma tatuagem que escapava da manga e cobria o bíceps direito, e um pacote bastante volumoso. Plínio quis disfarçar, mas os olhares dos dois se cruzaram, e o outro abriu um sorrisinho maroto. Plínio sentiu as bochechas esquentarem, a boca seca e o estômago revirado por mil borboletas. Foi então que ele teve absoluta certeza de que sua vida nunca mais seria a mesma.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Efeito cardume
Depois de uma semana massacrante, resolvi aproveitar o sol do último domingo para curtir São Paulo de uma das minhas formas preferidas: sobre duas rodas. Mas desta vez não fui sozinho. Fui ao encontro dos SP Gay Bikers, que se reúnem todo domingo (quando não chove) numa frutaria no final da Paulista, de onde saem por diferentes regiões da cidade [mais detalhes no blog deles]. Eu já sabia da existência do grupo havia um tempão, tanto por matérias publicadas nos portais de informação LGBT como por um amigo que era frequentador, mas nunca tinha pintado a oportunidade certa para ir conhecê-lo. O horário era meio puxado (para estar às 10h no ponto de encontro, com tranquilidade, eu teria que sair de minha casa na Vila Olímpia perto das 9 da manhã, num domingo, o que era inviável depois de um sábado de balada). Como estou numa fase mais focada nas obrigações e menos nas jogações, não foi tão difícil chegar lá na hora marcada.
Antes de mais nada, os SPGB são "gente como a gente". Em dois sentidos. Primeiro: o perfil dos frequentadores não é tão "temático" como o nome do grupo pode fazer alguns imaginarem. Ninguém pedala montado, nem vestido com camisetas e acessórios com as cores do arco-íris, como se estivesse indo à parada gay. Segundo: não são atletas, com caríssimas magrelas de corrida olímpica, mas ciclistas amadores, no sentido da palavra. Gente comum mesmo. Alguns mais empolgados usam roupas próprias para o esporte, mas a maioria só vai de capacete (o uso do equipamento é a única condição exigida para pedalar com o grupo). O tipo de gente que tem uma vida normal, rala durante a semana e aproveita o domingão para se exercitar. Uns até fazem outras atividades físicas, mas não é um grupo em que corpos sarados estejam em evidência.
Um dos organizadores me contou que, na época em que os portais divulgavam as atividades do SPGB, o grupo recebia um número maior de curiosos. Enquanto alguns estavam realmente interessados em andar de bicicleta, outros pareciam ter ido apenas para ver se descolavam outro tipo de diversão, se é que vocês me entendem. Algumas matérias, como a que foi publicada na revista Junior, endossavam essa fantasia, alimentando o fetiche em torno dos ciclistas como machos esportistas. Bem, as pessoas que frequentam o SPGB parecem ser muito dispostas, imagino que todas gostem de sexo e muitas estejam em busca até de algo mais sério (no fundo, todo mundo está, não é o que dizem?), mas certamente o propósito fundamental de estar ali não é fazer pegação.
A ideia principal, isso sim, é conhecer gente nova e fazer amizades, de um jeito saudável. E isso rola de forma muito gostosa e espontânea. O pessoal do SPGB é muito simpático, receptivo e acessível. Cheguei ali sem lenço nem documento, eu e meu capacete multicolorido, e não tive dificuldades para interagir. O mais interessante é que dá pra bater muito papo durante o passeio, e não apenas nas paradas. Por ser uma manhã de domingo, o trânsito de carros é bem mais tranquilo, então em vários trechos do percurso os ciclistas pedalam em filas de dois. Você vai naturalmente emparelhando ora com um, ora com outro, e na metade do caminho já conversou com praticamente todo mundo. Tudo num clima super leve. Tem gente mais velha e mais nova, gente que sai e que não sai, homens e mulheres. Uma ótima maneira de sair um pouco das panelinhas de sempre e tomar novos ares.
Outra coisa muito bacana, que senti na pele, foi o que eles chamam de "efeito cardume". O fato de estar pedalando dentro de um grupo faz toda a diferença: uns protegem os outros, os carros dão passagem e respeitam, abre-se a possibilidade de ocupar muito mais espaços, com segurança. Ganha-se visibilidade e legitimidade, enfim. Não dá para deixar de fazer um paralelo com a questão dos direitos LGBT. Separados, somos poucos e somos engolidos pela multidão; juntos, nós podemos muito mais.
Antes de mais nada, os SPGB são "gente como a gente". Em dois sentidos. Primeiro: o perfil dos frequentadores não é tão "temático" como o nome do grupo pode fazer alguns imaginarem. Ninguém pedala montado, nem vestido com camisetas e acessórios com as cores do arco-íris, como se estivesse indo à parada gay. Segundo: não são atletas, com caríssimas magrelas de corrida olímpica, mas ciclistas amadores, no sentido da palavra. Gente comum mesmo. Alguns mais empolgados usam roupas próprias para o esporte, mas a maioria só vai de capacete (o uso do equipamento é a única condição exigida para pedalar com o grupo). O tipo de gente que tem uma vida normal, rala durante a semana e aproveita o domingão para se exercitar. Uns até fazem outras atividades físicas, mas não é um grupo em que corpos sarados estejam em evidência.
Um dos organizadores me contou que, na época em que os portais divulgavam as atividades do SPGB, o grupo recebia um número maior de curiosos. Enquanto alguns estavam realmente interessados em andar de bicicleta, outros pareciam ter ido apenas para ver se descolavam outro tipo de diversão, se é que vocês me entendem. Algumas matérias, como a que foi publicada na revista Junior, endossavam essa fantasia, alimentando o fetiche em torno dos ciclistas como machos esportistas. Bem, as pessoas que frequentam o SPGB parecem ser muito dispostas, imagino que todas gostem de sexo e muitas estejam em busca até de algo mais sério (no fundo, todo mundo está, não é o que dizem?), mas certamente o propósito fundamental de estar ali não é fazer pegação.
A ideia principal, isso sim, é conhecer gente nova e fazer amizades, de um jeito saudável. E isso rola de forma muito gostosa e espontânea. O pessoal do SPGB é muito simpático, receptivo e acessível. Cheguei ali sem lenço nem documento, eu e meu capacete multicolorido, e não tive dificuldades para interagir. O mais interessante é que dá pra bater muito papo durante o passeio, e não apenas nas paradas. Por ser uma manhã de domingo, o trânsito de carros é bem mais tranquilo, então em vários trechos do percurso os ciclistas pedalam em filas de dois. Você vai naturalmente emparelhando ora com um, ora com outro, e na metade do caminho já conversou com praticamente todo mundo. Tudo num clima super leve. Tem gente mais velha e mais nova, gente que sai e que não sai, homens e mulheres. Uma ótima maneira de sair um pouco das panelinhas de sempre e tomar novos ares.
Outra coisa muito bacana, que senti na pele, foi o que eles chamam de "efeito cardume". O fato de estar pedalando dentro de um grupo faz toda a diferença: uns protegem os outros, os carros dão passagem e respeitam, abre-se a possibilidade de ocupar muito mais espaços, com segurança. Ganha-se visibilidade e legitimidade, enfim. Não dá para deixar de fazer um paralelo com a questão dos direitos LGBT. Separados, somos poucos e somos engolidos pela multidão; juntos, nós podemos muito mais.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Belisquetes (cariocas) do momento
Fico admirado como o Rio de Janeiro - ou melhor, a Zona Sul - está se tornando especialista em inventar modismos gastronômicos. Não falo aqui de restaurantes, mas daqueles lugares pequenos, informais e descolados que se concentram em uma única comidinha e, sabendo vender o peixe, viram mania instantânea. Foi assim com as temakerias (que surgiram em São Paulo, mas viraram pop aqui, com a Koni Store) e com as casas de frozen yogurt (o número de imitações da Yogoberry em Ipanema já está beirando o ridículo), dois formatos que viraram febre Brasil afora. Mas outras ideias interessantes vêm pipocando pelo Leblon, como o bar de tapas Venga! (que eu já resenhei aqui), a kebaberia Yalla! (que não despertou minha curiosidade, mesmo sendo cria do tradicionalíssimo árabe Amir) e a Vezpa, que vende pizzas em pedaços com uma cara ótima, cheirinho de manjericão incluído.
No último feriado, fui para o Rio (pela 61ª vez na vida!) e, como não deu praia, tive que me contentar com as novidades gastronômicas. Primeiro fui ao Soba, que vem a ser um noodle bar, ou seja, uma casa especializada naquele macarrão oriental que serve de base ao Miojo e ao yakissoba. Eu já tinha visto um desses Barcelona (o Udon, fantástico) e torcia para ninguém levar o conceito para o Brasil antes que eu resolvesse abrir meu próprio negócio. Pedi o Osaka, que leva salmão, shiitake, nirá, gengibre e um toque de molho teriaki, e a-do-rei. Não consigo lembrar de outra comidinha de R$18 que seja tão bacana. Ótima pedida para aquele fim de semana em que você não pode gastar muito dinheiro. Além dos noodles, o cardápio tem pratos à base de gohan (aquele arroz japonês meio grudentinho) e umas entradinhas tipo dim sum. Supersimpático.
Minha segunda experiência foi o Go Wok, que se anuncia como "o primeiro restaurante casual thai do Brasil". Na verdade é uma portinha minúscula, espremida entre o Néctar e o Tô Nem Aí, em plena Farme de Amoedo. Funciona assim: você escolhe uma carne (bovina, frango, camarão, lula ou opção veggie), uma base (entre quatro tipos de macarrão e dois de arroz), um molho tailandês (ostras, tamarindo, teriaki, curry com leite de coco, chilli) e três ingredientes (shiitake, ovo, amendoim, etc.). Eles salteiam tudo na wok e te entregam num potinho de plástico com cara de Cup Noodles, pra você comer no exíguo terraço da casa, ou ir andando. É barato, não é rápido (para ser um fast food, a comida demora pra kct) e... bem, não fui muito feliz na minha escolha. O que veio de camarão e shiitake no pote inteiro não era suficiente para duas colheradas, o resto era arroz puro. Talvez se tivesse pedido com frango e uma base de noodles, eu teria pelo menos conseguido chegar ao fim do prato (joguei fora antes da metade).
Agora, gostei mesmo foi da Prima Bruschetteria, que nem é tão nova assim, mas eu não tinha ido conhecer. Outra ideia óbvia que ninguém teve antes: um lugar só de bruschettas (bem, se pão italiano não é a sua praia, tem uns 2 ou 3 risotos também). São vinte e tantas opções, algumas incríveis, como a de camarões, tomate italiano e pesto (perfeita!) e as invenções da semana, escritas numa lousa (comi uma de creme de gorgonzola, maçãs caramelizadas e nozes que era uma cô-de-lô, tomara que entre no meno fixo!). O lugar é uma graça, com pegada de bar e motivos quadriculados nas paredes, nas mesas e nas boinas dos garçons. E o sucesso estrondoso se repete quase todas as noites, quando uma multidão toma conta da calçada e come em pé ali mesmo, tomando uma taça de vinho, sem esquentar a cabeça (viva a informalidade carioca). Mas dá para fugir da muvuca, indo em horários alternativos (eles abrem às 10h, com bruschettas especiais de café-da-manhã) e até pagando menos (há combos promocionais no almoço e no lanche da tarde).
No último feriado, fui para o Rio (pela 61ª vez na vida!) e, como não deu praia, tive que me contentar com as novidades gastronômicas. Primeiro fui ao Soba, que vem a ser um noodle bar, ou seja, uma casa especializada naquele macarrão oriental que serve de base ao Miojo e ao yakissoba. Eu já tinha visto um desses Barcelona (o Udon, fantástico) e torcia para ninguém levar o conceito para o Brasil antes que eu resolvesse abrir meu próprio negócio. Pedi o Osaka, que leva salmão, shiitake, nirá, gengibre e um toque de molho teriaki, e a-do-rei. Não consigo lembrar de outra comidinha de R$18 que seja tão bacana. Ótima pedida para aquele fim de semana em que você não pode gastar muito dinheiro. Além dos noodles, o cardápio tem pratos à base de gohan (aquele arroz japonês meio grudentinho) e umas entradinhas tipo dim sum. Supersimpático.
Minha segunda experiência foi o Go Wok, que se anuncia como "o primeiro restaurante casual thai do Brasil". Na verdade é uma portinha minúscula, espremida entre o Néctar e o Tô Nem Aí, em plena Farme de Amoedo. Funciona assim: você escolhe uma carne (bovina, frango, camarão, lula ou opção veggie), uma base (entre quatro tipos de macarrão e dois de arroz), um molho tailandês (ostras, tamarindo, teriaki, curry com leite de coco, chilli) e três ingredientes (shiitake, ovo, amendoim, etc.). Eles salteiam tudo na wok e te entregam num potinho de plástico com cara de Cup Noodles, pra você comer no exíguo terraço da casa, ou ir andando. É barato, não é rápido (para ser um fast food, a comida demora pra kct) e... bem, não fui muito feliz na minha escolha. O que veio de camarão e shiitake no pote inteiro não era suficiente para duas colheradas, o resto era arroz puro. Talvez se tivesse pedido com frango e uma base de noodles, eu teria pelo menos conseguido chegar ao fim do prato (joguei fora antes da metade).
Agora, gostei mesmo foi da Prima Bruschetteria, que nem é tão nova assim, mas eu não tinha ido conhecer. Outra ideia óbvia que ninguém teve antes: um lugar só de bruschettas (bem, se pão italiano não é a sua praia, tem uns 2 ou 3 risotos também). São vinte e tantas opções, algumas incríveis, como a de camarões, tomate italiano e pesto (perfeita!) e as invenções da semana, escritas numa lousa (comi uma de creme de gorgonzola, maçãs caramelizadas e nozes que era uma cô-de-lô, tomara que entre no meno fixo!). O lugar é uma graça, com pegada de bar e motivos quadriculados nas paredes, nas mesas e nas boinas dos garçons. E o sucesso estrondoso se repete quase todas as noites, quando uma multidão toma conta da calçada e come em pé ali mesmo, tomando uma taça de vinho, sem esquentar a cabeça (viva a informalidade carioca). Mas dá para fugir da muvuca, indo em horários alternativos (eles abrem às 10h, com bruschettas especiais de café-da-manhã) e até pagando menos (há combos promocionais no almoço e no lanche da tarde).
domingo, 12 de setembro de 2010
Recado aos amigos e leitores
Não, eu não desisti do blog, muito menos perdi o prazer em escrever. Está tudo bem comigo - aliás, estou vivendo uma fase ótima. O que não quer dizer que esteja sendo fácil. Muita coisa acontecendo na minha vida profissional, acadêmica, amorosa, tudo ao mesmo tempo, e nessas horas o blog inevitavelmente sai perdendo. E olha que assunto não falta: na minha pasta de rascunhos tem uma fila de textos esperando para serem desenvolvidos e postados. Mas eu não consigo fazer isso nas coxas, nem sob pressão, acho que a ideia do blog nem é essa. Por isso, enquanto eu não consigo retomar o ritmo normal, peço que tenham paciência e não deixem de aparecer de vez em quando. Eu sei que o blog não pode parar, e vou fazer uma forcinha para voltar a postar duas vezes por semana. Beijos a todos!
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Restaurant Week: seleção de cardápios (jantar)
E aqui a segunda parte do roteiro. Uma coisa que chama a atenção nesta edição da SPRW: nunca houve tantas opções para vegetarianos nos cardápios. Parece que as casas estão acordando para as necessidades de quem não come carne - um grupo ainda pequeno, mas que não para de crescer.
FILLIPA (r. Joaquim Antunes, Pinheiros) Entradas: Torradinha de queijo brie e compota de tomates ou Palmito grelhado com azeite de ervas Pratos: Thai Curry de Salmão (Curry vermelho com cubos de salmão, aspargos frescos, leite de coco e especiarias) ou Medalhão de Filet ao molho mostarda com shitake grelhado e batata röesti ou Califórnia curry indiano de vegetais e tofu, com arroz de shitake e chutney de abóbora Sobremesas: Sorvete de coco fresco e laranja ou Bolo Molhado de coco fresco e chocolate belga
CASINHA DE MONET (r. Fradique Coutinho, Pinheiros) Entradas: Mix de folhas guarnecido com brunoise de maçã verde, alho-poró à Juliana, creme de leite, maionese, uvas passas e crocante de bacon ou Anéis de lula salteados em azeite e alho e regados com molho de mostarda e creme de leite Pratos: Camarões médios, salteados em azeite e alho, com molho de creme de leite e limão siciliano reduzido, acompanhado de risoto de aspargos verdes ou Tournedo de filé mignon grelhado, com molho demi glace, arroz piemontese e batata gratin ou Risoto de shitake, shimeji e tofu Sobremesas: Brownie de chocolate com calda de damasco, servido com sorvete de iogurte e damascos e calda de aceto balsâmico ou Crepes recheados com creme de cardamomo e calda de frutas vermelhas
L'AMITIÉ (Itaim) Entradas: Steak Tartare (Filet mignon cru cortado na ponta da faca acompanhado de folhas verdes) ou Crêpe Financière (Crêpe recheado com molho de creme de leite, champignon e cubos de frango) Pratos: Boeuf Bourguignon (Carne cozida em molho de vinho tinto, champignon, cebola caramelada e bacon acompanhado de arroz branco) ou Poisson à La Courge (Anchova Negra grelhada com purê de abobora e molho de amêndoas) Sobremesas: Pêche Melba (Sorvete de creme, caldas de frutas vermelhas, pêssego e chantilly) ou Les Profiteroles (Dueto de profiteroles com calda de chocolate e lascas de amêndoas)
APRIORI (Brooklin) Entradas: Pescada amarela ao creme de açafrão e purê de batatas com ervas ou Salada morna de folhas verdes com pêra, shimeji, azeite extra virgem, aceto balsâmico e mel Pratos: Tagliatelle com filé mignon em cubos ao creme de cogumelos ao vinho branco ou Risoto de alho-poró, pupunha e pipoca de arroz selvagem Sobremesas: Aveludado de chocolate [já comi e é divino!] ou Mousse de limão siciliano com gotas de suspiro
BISTRÔ NA FARIA LIMA (Itaim) Entradas: Salada de brie (brie derretido na baguete com gergelim acompanhado de trouxinhas de folhas) ou Salada do chef (salmão temperado acompanhado de manga, tomate cereja e palmito) Pratos: Salmão grelhado ao molho de tangerina com purê de wasabi e salada de pepino ou Medalhões dois molhos com risoto de aspargos (molho de uva, molho mostarda dijon) ou Ravióli de shitake e alho-poró ao molho de açafrão Sobremesas: Torta de banana com sorvete ou Brigadeiro do Chef
HITAM (Vila Mariana) Entradas: Trio de cestinhas crocantes (Shitake com alho-poró, camarão com abóbora, palmito pupunha) ou Rolinho Primavera Estilo Tailandês (Frango, vegetais, vermicheli e hortelã, com molho doce picante) Pratos: Camarão Thai levemente picante (curry verde com alho-poró, tomate cereja e cenoura) ou Frango Bangalore (com leite de coco, berinjela e cebola caramelizada) ou Arroz Thai Veggie (curry, abobrinha, palmito pupunha, uva e damasco, com ghee e queijo minas padrão ao toque de leite de coco) Sobremesas: Samosa doce (com banana e nutella) ou Frozen Yogurt com pedacinhos de fruta e calda de frutas vermelhas
LA PIADINA (Vila Olímpia) Entradas: Bolinhas de mussarela de búfala embrulhadas com finas fatias de speck e cobertas com suave molho agridoce ou Salada Caprese sobre rúcula selvagem com mussarela de búfala, tomates e manjericões frescos Pratos: Lombo de porco ao creme de limão siciliano e especiarias acompanhado de risoto ao parmesão com azeite de tartufo branco ou Gnocchi artesanal ao molho de 4 queijos e ervas aromáticas ou Posta de atum fresco grelhado com azeite extra virgem, acompanhada de Fettuccine Alfredo ao sabor de tartufo branco Sobremesas: Tiramisù artesanal com mascarpone italiano, morango, chocolate branco e maraschino ou Piadina recheada com Nutella™ e fatias de morango frescos
SANTA GULA (Vila Madalena) Entradas: Ceviche de Salmão sobre Folhas Escuras ou Creme de Abóbora com Carne Seca ou Bolinho de Risoto de Camarão Pratos: Conchiglione de Camarão ou Involtine de Filé com Queijo Gruyère ao Vinho do Porto com Risoto de Presunto Cru e Abacaxi ou Palmito Cremoso sobre Arroz Negro enriquecido ou Cassoulet de Polvo Sobremesas: Pannacota com calda de Nespresso ou Fondue de Chocolate com bolinho de chuva
TANGER (Vila Madalena) Entradas: Bolinho de batata com queijo pamesão e cordeiro desfiado ou Sopa de lentilhas, arroz e grão de bico com legumes e especiarias Pratos: Couscous marroquino acompanhado de camarões, lulas em anel, mariscos, ao molho de tomates frescos e pimentões vermelhos ou Ossobuco de paleta de cordeiro ao molho de tomates frescos e vinho tinto, com couscous marroquino ou Couscous marroquino com legumes, grão de bico, amêndoas e frutas secas Sobremesas: Pudim de castanhas com sorvete de creme ou Makrout (Massa de semolina recheada com tâmaras e nozes, frita e passada no mel) ou Corne de gazelle (Massa caseira recheada com marzipã e essência de flor-de-laranjeira, assada e polvilhada com açúcar glacê)
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