Começa hoje no Rio de Janeiro mais uma edição do Festival do Rio. A animada mostra de cinema dos cariocas irá até o próximo dia 9 de outubro e marcará presença por toda a cidade: além de ocupar salas no Centro, na Zona Sul e na Barra, também fará sessões em lonas culturais montadas pela Prefeitura em bairros do subúrbio, como Bangu, Realengo e Santa Cruz.
A programação do Festival sempre traz vários filmes dedicados à temáti-caguei e à diversidade sexual. A mostra Mundo Gay deste ano terá 13 longas, entre ficções e documentários, de países como Brasil, Itália, EUA e Islândia. O Mix Brasil publicou as sinopses de alguns dos filmes e vários deles me pareceram interessantes.
Infelizmente, como acontece todos os anos pelos mais variados motivos, minha agenda não vai me permitir conferir o Festival do Rio. O que me resta é torcer para que algumas das fitas sejam escaladas também para a Mostra Internacional de SP (longa, caótica e que me dá uma preguiiiça...) ou para o Festival Mix Brasil (que sempre traz alguns filmes bacanas). Mas fica a dica para os sortudos que morarem ou estiverem pelo Rio. Maiores informações aqui.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Vai começar o devaneio argentino, de novo
Amantes da progressive house, uni-vos: o Creamfields Buenos Aires, festival de música eletrônica que tradicionalmente dá uma atenção especial a esse gênero, já divulgou os destaques da próxima edição, que acontece no próximo dia 8 de novembro. Comemorando os dez anos do festival na Inglaterra, o line up de 2008 está sensacional: Steve Lawler, Satoshi Tomiie, Hernán Cattáneo, Martín García, Erick Morillo, Roger Sanchez, Cassius, Derrick May, David Guetta, Carl Craig, Booka Shade, M.A.N.D.Y., Gui Boratto e Simian Mobile Disco. (Tá?)
No site do festival ainda não consta a informação, mas o evento será novamente realizado no Autódromo de Buenos Aires (a ventania gelada, em pleno mês de novembro, pegou os brazucas de surpresa em 2007). Os ingressos já estão à venda a 130 pesos (cerca de 80 reais). Coloque na agenda e vá planejando a sua ida. Quatro dias por lá, com avião e hotel incluídos, saem a menos de 1000 reais (quanto você gastaria passando o mesmo período no Rio de Janeiro?).
E se você curtu a idéia, mas achou ruim que a data coincide com o único show da Kylie Minogue em São Paulo, que tal conciliar as duas coisas? Vá para Buenos Aires no dia 8, jogue-se de cabeça no Creamfields e no after do Caix, depois tire a semana para curtir os restaurantes deliciosos e as compras baratíssimas da cidade, e encerre a viagem com o show da cantora no sábado seguinte, 15/11 (informações aqui e aqui). Com isso, você passa uma semaninha mara na Argentina e ainda dá uma banana para a salafrária Tickets4Fun, responsável pela vinda de Kylie para o Brasil.
No site do festival ainda não consta a informação, mas o evento será novamente realizado no Autódromo de Buenos Aires (a ventania gelada, em pleno mês de novembro, pegou os brazucas de surpresa em 2007). Os ingressos já estão à venda a 130 pesos (cerca de 80 reais). Coloque na agenda e vá planejando a sua ida. Quatro dias por lá, com avião e hotel incluídos, saem a menos de 1000 reais (quanto você gastaria passando o mesmo período no Rio de Janeiro?).
E se você curtu a idéia, mas achou ruim que a data coincide com o único show da Kylie Minogue em São Paulo, que tal conciliar as duas coisas? Vá para Buenos Aires no dia 8, jogue-se de cabeça no Creamfields e no after do Caix, depois tire a semana para curtir os restaurantes deliciosos e as compras baratíssimas da cidade, e encerre a viagem com o show da cantora no sábado seguinte, 15/11 (informações aqui e aqui). Com isso, você passa uma semaninha mara na Argentina e ainda dá uma banana para a salafrária Tickets4Fun, responsável pela vinda de Kylie para o Brasil.
domingo, 21 de setembro de 2008
@ leitores do blog: Oi?
Mais uma semana de provas na faculdade, mais uma vez sem tempo para coisas elementares do dia-a-dia, como ir à academia e atualizar o blog. Não consegui nem revelar as fotos da Europa (e olha que já faz um tempo que eu cheguei). Nessas de deixar todo o resto de lado, às vezes a gente acaba perdendo o bonde. E foi essa a sensação que eu tive, no sábado passado, ao jantar com a cariocada que tinha vindo ferver na festa da TW.
O primeiro sinal de estranhamento, eu tive quando percebi que, de cada cinco palavras emitidas pelo grupo, uma era "oi?". Tipo, eles pegaram o bordão do Te Dou Um Dado? e passaram a encaixar em toda e qualquer frase emitida, ainda que o resultado não faça o menor sentido (será que Didi e Polly estão orgulhosos?). Mas a constatação definitiva de que eu não pertencia mais ao mesmo planeta veio quando eu soube que era o único da mesa que não tinha me associado ao Twitter (oi?).
Temendo estar de fora de alguma grande e nova revolução cultural, tratei de correr atrás do prejuízo e descobrir o que era aquilo, de que se tratava, se podia pedir com limão etc. Abri o meu também - depois de fotolog, flickr, orkut, gaydar e afins, RA da faculdade, redeshop, PIN do cartão de crédito e o escambau, mais um login e senha na minha vida.
Mas confesso que ainda não entendi o hype. Para quem gosta de usar alguns parágrafos para expor uma idéia, dizer tudo em 140 toques é babado, como diria meu best friend. Até encarei essa parte da limitação de caracteres como desafio, um treino para ser mais objetivo (o jornalista sempre tem que adequar o texto ao espaço que lhe é dado). Mas ainda não vi nenhuma graça ali. Aquele monte de gente escrevendo uma linha sobre qualquer coisa desconexa, fulano recebendo uma linha que beltrano escreveu em resposta à linha de sicrano, que fulano nem conhece... me pareceu bobo, boring, sem propósito. Vou dar uns dois meses para ver se bate alguma onda. Se eu não sentir nada, acho que vou cometer o meu primeiro suicídio virtual.
O primeiro sinal de estranhamento, eu tive quando percebi que, de cada cinco palavras emitidas pelo grupo, uma era "oi?". Tipo, eles pegaram o bordão do Te Dou Um Dado? e passaram a encaixar em toda e qualquer frase emitida, ainda que o resultado não faça o menor sentido (será que Didi e Polly estão orgulhosos?). Mas a constatação definitiva de que eu não pertencia mais ao mesmo planeta veio quando eu soube que era o único da mesa que não tinha me associado ao Twitter (oi?).
Temendo estar de fora de alguma grande e nova revolução cultural, tratei de correr atrás do prejuízo e descobrir o que era aquilo, de que se tratava, se podia pedir com limão etc. Abri o meu também - depois de fotolog, flickr, orkut, gaydar e afins, RA da faculdade, redeshop, PIN do cartão de crédito e o escambau, mais um login e senha na minha vida.
Mas confesso que ainda não entendi o hype. Para quem gosta de usar alguns parágrafos para expor uma idéia, dizer tudo em 140 toques é babado, como diria meu best friend. Até encarei essa parte da limitação de caracteres como desafio, um treino para ser mais objetivo (o jornalista sempre tem que adequar o texto ao espaço que lhe é dado). Mas ainda não vi nenhuma graça ali. Aquele monte de gente escrevendo uma linha sobre qualquer coisa desconexa, fulano recebendo uma linha que beltrano escreveu em resposta à linha de sicrano, que fulano nem conhece... me pareceu bobo, boring, sem propósito. Vou dar uns dois meses para ver se bate alguma onda. Se eu não sentir nada, acho que vou cometer o meu primeiro suicídio virtual.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Isto sim é incrível
Descobrir que dá para ter prazer à mesa com substituições inteligentes e ingredientes mais magros é bom. Saborear cada milímetro de uma sobremesa megacalórica e até lamber o prato no final, sem um pingo de culpa, é incrível.
Constatar que o sacrifício na academia e a boca fechada estão aos poucos preparando você para o verão é bom. Ser desejado e devorado por um cara gostosérrimo, que te adorou do jeitinho que você está hoje (sem bração nem tanquinho), é incrível.
Olhar-se no provador da loja e concluir que vai arrasar com aquela roupa nova é bom. Olhar-se no vidro do quarto, de camisa de flanela e calça de moletom, e enxergar um homem lindo refletido, é incrível.
Ver o feitiço virando contra o feiticeiro e as víboras tomando do próprio veneno é bom. Não dar a menor importância a isso - e continuar livre de sentimentos ruins dentro de si - é incrível.
Receber elogios e ser encorajado por opiniões positivas a seu respeito é bom. Estar plenamente satisfeito consigo mesmo e não depender da aprovação dos outros para nada é incrível.
Incrível mesmo é a gente perceber que precisa de muito menos do que achava que precisava para ser feliz.
Constatar que o sacrifício na academia e a boca fechada estão aos poucos preparando você para o verão é bom. Ser desejado e devorado por um cara gostosérrimo, que te adorou do jeitinho que você está hoje (sem bração nem tanquinho), é incrível.
Olhar-se no provador da loja e concluir que vai arrasar com aquela roupa nova é bom. Olhar-se no vidro do quarto, de camisa de flanela e calça de moletom, e enxergar um homem lindo refletido, é incrível.
Ver o feitiço virando contra o feiticeiro e as víboras tomando do próprio veneno é bom. Não dar a menor importância a isso - e continuar livre de sentimentos ruins dentro de si - é incrível.
Receber elogios e ser encorajado por opiniões positivas a seu respeito é bom. Estar plenamente satisfeito consigo mesmo e não depender da aprovação dos outros para nada é incrível.
Incrível mesmo é a gente perceber que precisa de muito menos do que achava que precisava para ser feliz.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
A marca dos cem mil
Eu já disse antes que o tamanho da minha audiência nunca foi uma preocupação que afetasse os rumos do blog. Confesso que já esquentei a cabeça com a extensão dos meus posts ("a internet é para ser jogo rápido", dizem por aí), mas hoje sinto que boa parte dos meus leitores já chega aqui sabendo o que vai encontrar - e se eles insistem em voltar, é porque gostam dos meus textos do jeito que são.
Mesmo achando a questão dos números bastante secundária, penso que hoje ela não merece passar em branco. Este blog acaba de passar das 100.000 visitas, uma marca que considero bastante significativa. Ela faz com que eu me sinta cada vez mais conectado com os meus leitores, por mais invisíveis que eles sejam: agora sei que não estou aqui falando sozinho, já que qualquer coisa que eu escreva será lida por um certo número de pessoas (mesmo que não gere comentários).
Hoje em dia, eu até tento me disciplinar mais para não deixar o blog muito tempo sem atualizações. Mas a decisão de escrever um post novo ainda depende de eu estar inspirado (e ter o tempo livre necessário). Não me sinto obrigado a dar meu pitaco sobre todos os temas do dia (alguém ainda agüenta ler/escrever sobre o drama dos ingressos para o show da Madonna???), muito menos tecer opiniões sobre assuntos "não-fúteis" - o que também não significa que eu não possa enveredar por questões mais sérias de vez em quando. A única regra é escrever por prazer.
E os visitantes chegam pelos mais diferentes motivos. Vários já são "fregueses" da casa (agradecemos a preferência!), mas tem um monte de gente que cai aqui porque estava procurando algo no Google. O assunto que mais atrai leitores para cá é, de longe, Buenos Aires - pelo visto, os meus posts sobre a capital argentina transformaram meu blog em constante fonte de referência e consulta sobre lojas, restaurantes e baladas de lá. Depois, vêm pesquisas relacionadas a restaurantes em São Paulo, risotos, o Carnaval "off" do Rio e clubes e festas eletrônicas/gays em geral.
O mais engraçado, porém, é quando a pesquisa por determinada palavra-chave traz para cá consultas que fogem totalmente dos assuntos do blog. Dia desses, caiu de pára-quedas aqui uma leitora atrás de Napoleão Bonaparte (meu blog não deve ter resolvido o problema dela, mas pelo menos ela disse que se divertiu com o que leu). Outras buscas recentes e esdrúxulas: "textos sobre o bem e o mal", "beijo na boca aos 7 anos", "escova progressiva", "super cavalgada sexo"... Isso sem falar em perguntas inteiras como "vou casar apenas no civil em fevereiro de 2009, gostaria de fazer um almoço ou jantar elegante, o que fazer?", ou ainda, "se você deixar o carro no ponto morto ao invés de descer ele sobe" (?!).
A repercussão dos posts também me surpreende, às vezes para mais, outras para menos. O post mais comentado da história deste blog, até hoje, foi o dos meus 30 anos, que até agora recebeu 50 comentários; depois deste, vêm Esqueçam tudo o que eu defendia aqui (com 39), Dez anos de cha-cha-cha (31), Parada Gay SP 2008 (31), Dez anos de beijo na boca (29), Te Dou Um Dado? (30), The Week Rio (27), sargento Laci (27), Porto Alegre (27) e Megga Fun (25).
Nos comentários, muitos leitores me dirigem dúvidas ou perguntas, mas esquecem de deixar uma forma de contato para que eu lhes responda (por exemplo, tenho um fiel leitor de Salvador que vive perguntando quando voltarei à cidade; agora que estou com a viagem iminente, não tenho como avisá-lo). Vários possuem perfil no Blogger, mas não se dão conta de que deixaram o perfil invisível e/ou sem dados, o que também impede que eu lhes dê um retorno.
A novidade é que agora este blog tem uma comunidade no Orkut. A iniciativa foi presente de um leitor que também é meu amigo pessoal e muito querido. Não tenho o hábito de participar ativamente de comunidades do Orkut (nem costumo aceitar os convites que recebo), mas desta vez vou abrir uma exceção. Será uma chance de saber um pouco mais sobre quem me lê e manter um canal de comunicação e discussão fora do espaço deste blog. Sejam bem-vindos!
Mesmo achando a questão dos números bastante secundária, penso que hoje ela não merece passar em branco. Este blog acaba de passar das 100.000 visitas, uma marca que considero bastante significativa. Ela faz com que eu me sinta cada vez mais conectado com os meus leitores, por mais invisíveis que eles sejam: agora sei que não estou aqui falando sozinho, já que qualquer coisa que eu escreva será lida por um certo número de pessoas (mesmo que não gere comentários).
Hoje em dia, eu até tento me disciplinar mais para não deixar o blog muito tempo sem atualizações. Mas a decisão de escrever um post novo ainda depende de eu estar inspirado (e ter o tempo livre necessário). Não me sinto obrigado a dar meu pitaco sobre todos os temas do dia (alguém ainda agüenta ler/escrever sobre o drama dos ingressos para o show da Madonna???), muito menos tecer opiniões sobre assuntos "não-fúteis" - o que também não significa que eu não possa enveredar por questões mais sérias de vez em quando. A única regra é escrever por prazer.
E os visitantes chegam pelos mais diferentes motivos. Vários já são "fregueses" da casa (agradecemos a preferência!), mas tem um monte de gente que cai aqui porque estava procurando algo no Google. O assunto que mais atrai leitores para cá é, de longe, Buenos Aires - pelo visto, os meus posts sobre a capital argentina transformaram meu blog em constante fonte de referência e consulta sobre lojas, restaurantes e baladas de lá. Depois, vêm pesquisas relacionadas a restaurantes em São Paulo, risotos, o Carnaval "off" do Rio e clubes e festas eletrônicas/gays em geral.
O mais engraçado, porém, é quando a pesquisa por determinada palavra-chave traz para cá consultas que fogem totalmente dos assuntos do blog. Dia desses, caiu de pára-quedas aqui uma leitora atrás de Napoleão Bonaparte (meu blog não deve ter resolvido o problema dela, mas pelo menos ela disse que se divertiu com o que leu). Outras buscas recentes e esdrúxulas: "textos sobre o bem e o mal", "beijo na boca aos 7 anos", "escova progressiva", "super cavalgada sexo"... Isso sem falar em perguntas inteiras como "vou casar apenas no civil em fevereiro de 2009, gostaria de fazer um almoço ou jantar elegante, o que fazer?", ou ainda, "se você deixar o carro no ponto morto ao invés de descer ele sobe" (?!).
A repercussão dos posts também me surpreende, às vezes para mais, outras para menos. O post mais comentado da história deste blog, até hoje, foi o dos meus 30 anos, que até agora recebeu 50 comentários; depois deste, vêm Esqueçam tudo o que eu defendia aqui (com 39), Dez anos de cha-cha-cha (31), Parada Gay SP 2008 (31), Dez anos de beijo na boca (29), Te Dou Um Dado? (30), The Week Rio (27), sargento Laci (27), Porto Alegre (27) e Megga Fun (25).
Nos comentários, muitos leitores me dirigem dúvidas ou perguntas, mas esquecem de deixar uma forma de contato para que eu lhes responda (por exemplo, tenho um fiel leitor de Salvador que vive perguntando quando voltarei à cidade; agora que estou com a viagem iminente, não tenho como avisá-lo). Vários possuem perfil no Blogger, mas não se dão conta de que deixaram o perfil invisível e/ou sem dados, o que também impede que eu lhes dê um retorno.
A novidade é que agora este blog tem uma comunidade no Orkut. A iniciativa foi presente de um leitor que também é meu amigo pessoal e muito querido. Não tenho o hábito de participar ativamente de comunidades do Orkut (nem costumo aceitar os convites que recebo), mas desta vez vou abrir uma exceção. Será uma chance de saber um pouco mais sobre quem me lê e manter um canal de comunicação e discussão fora do espaço deste blog. Sejam bem-vindos!
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Rapidinhas européias (parte 3)
::: Você se incomoda com o cheiro de shoyu queimado dos coreanos e chineses fazendo yakissoba na Avenida Paulista? Saiba que poderia ser pior: nas ruas de Berlim, o fedor do currywurst – espécie de salsicha branca preparada com um fortíssimo molho de curry que é o fast-grude típico local – é de revirar o estômago. Se você tiver acabado de almoçar, é preciso muita calma & concentração para não chamar o Hugo ali mesmo.
::: Algo que venho observando desde minha primeira vez na Europa: os motores dos automóveis fazem um barulho diferente dos nossos. Ligados e parados, nossos carros são muito mais silenciosos que os deles – mesmo se compararmos modelos idênticos, fabricados lá e cá. Se me vendessem um carro europeu, eu logo iria à concessionária, dizendo que “tá fazendo um barulho estranho”.
::: Na hora de reparar nos carros europeus, sempre presto mais atenção nos pequenos, com os quais me identifico mais e que estão mais próximos da minha realidade. Lá tem uma porção de supercompactos bacaninhas que não temos por aqui, caso dos Citroën C1 e C2 e do Peugeot 107. As últimas gerações do Corsa e do Clio estão de babar, são carros completamente novos, irreconhecíveis. E mesmo o Peugeot 207 europeu está bem mais transformado e arrojado do que esse nosso truque fajuto chamado “207 Brasil”...
::: Cruzei com um grande número de brasileiros bem jovens, fazendo mochilão na Europa (levando nas costas uns trambolhos de 1,50m de altura e 50kg capazes de entortar qualquer coluna). O curioso é que 100% deles eram cariocas. Num grupinho que encontrei em Berlim, a opinião era unânime: “a night aqui é legalzinha, mas não chega aos pés da Baronetti”.
::: A quem quiser tentar a vida na França, um aviso: o salário mínimo é de 1200 euros – e é bem provável que seja esse o seu salário, trabalhando numa lanchonete ou coisa que o valha. Muita gente ganha esse valor lá. Enquanto no Brasil há muitos pobres, poucos ricos e uma classe média espremida entre eles, a França parece ser uma classe média gigante – um executivo pai de família que ganha “um salário legal” tira 1800 euros por mês. Parece não haver tantos contrastes.
::: Cada povo faz a chuca do seu jeito. Na Alemanha, ninguém tem duchinha no banheiro de casa. Como então os berlinenses fazem para desaqüendar o currywurst acumulado? Com prosaicos balõezinhos de borracha, que eles pacientemente enchem de água pelo biquinho e aplicam, repetidas vezes, até o salão de festas ficar em condições mínimas de uso.
::: Já nos sex clubs e afins, é adotada a modalidade da “chuca industrial por atacado”: há um banheiro especial, com uma daquelas fossas sanitárias no chão, e uma extensa e potente mangueira de jardim (!), apta a explodir intestinos em questão de segundos quando o registro é aberto. Claro que, entre um uso e outro, o bico da mangueira fica mergulhado numa complexa solução de limpeza, desenvolvida especialmente pela Nasa ou whatever.
::: E falando em sex clubs, a melhor pérola da viagem inteira foi a plaquinha que vi pendurada no Lab.oratory em Berlim, no balcão onde você pega suas roupas e paga a conta: “Tipping is not a city in China” :)
::: Algo que venho observando desde minha primeira vez na Europa: os motores dos automóveis fazem um barulho diferente dos nossos. Ligados e parados, nossos carros são muito mais silenciosos que os deles – mesmo se compararmos modelos idênticos, fabricados lá e cá. Se me vendessem um carro europeu, eu logo iria à concessionária, dizendo que “tá fazendo um barulho estranho”.
::: Na hora de reparar nos carros europeus, sempre presto mais atenção nos pequenos, com os quais me identifico mais e que estão mais próximos da minha realidade. Lá tem uma porção de supercompactos bacaninhas que não temos por aqui, caso dos Citroën C1 e C2 e do Peugeot 107. As últimas gerações do Corsa e do Clio estão de babar, são carros completamente novos, irreconhecíveis. E mesmo o Peugeot 207 europeu está bem mais transformado e arrojado do que esse nosso truque fajuto chamado “207 Brasil”...
::: Cruzei com um grande número de brasileiros bem jovens, fazendo mochilão na Europa (levando nas costas uns trambolhos de 1,50m de altura e 50kg capazes de entortar qualquer coluna). O curioso é que 100% deles eram cariocas. Num grupinho que encontrei em Berlim, a opinião era unânime: “a night aqui é legalzinha, mas não chega aos pés da Baronetti”.
::: A quem quiser tentar a vida na França, um aviso: o salário mínimo é de 1200 euros – e é bem provável que seja esse o seu salário, trabalhando numa lanchonete ou coisa que o valha. Muita gente ganha esse valor lá. Enquanto no Brasil há muitos pobres, poucos ricos e uma classe média espremida entre eles, a França parece ser uma classe média gigante – um executivo pai de família que ganha “um salário legal” tira 1800 euros por mês. Parece não haver tantos contrastes.
::: Cada povo faz a chuca do seu jeito. Na Alemanha, ninguém tem duchinha no banheiro de casa. Como então os berlinenses fazem para desaqüendar o currywurst acumulado? Com prosaicos balõezinhos de borracha, que eles pacientemente enchem de água pelo biquinho e aplicam, repetidas vezes, até o salão de festas ficar em condições mínimas de uso.
::: Já nos sex clubs e afins, é adotada a modalidade da “chuca industrial por atacado”: há um banheiro especial, com uma daquelas fossas sanitárias no chão, e uma extensa e potente mangueira de jardim (!), apta a explodir intestinos em questão de segundos quando o registro é aberto. Claro que, entre um uso e outro, o bico da mangueira fica mergulhado numa complexa solução de limpeza, desenvolvida especialmente pela Nasa ou whatever.
::: E falando em sex clubs, a melhor pérola da viagem inteira foi a plaquinha que vi pendurada no Lab.oratory em Berlim, no balcão onde você pega suas roupas e paga a conta: “Tipping is not a city in China” :)
domingo, 7 de setembro de 2008
Posso ser chato? Bem feito, eu avisei!
Só fazendo uma rápida pausa nos posts sobre a Europa... O brasileiro é um povo de mil virtudes, mas infelizmente padece de falta de memória e insiste nos mesmos erros. Vide pessoas do naipe de Maluf, Collor e Marta passando óleo de peroba e apelando à boa vontade do povo para pedir uma nova chance.
Pois é, de "boa vontade" o nosso misericordioso meio gay também está cheio. Ontem a The Week recebeu o DJ Junior Vasquez, outro desses equívocos do passado que o povo insiste em não deixar para trás. Como produtor, ele teve um papel relevante em algum lugar dos anos 90, mas perdeu completamente o bonde da história - hoje, os remixes que fez para Madonna no tempo em que ela era puta são suas únicas credenciais, como aquela bee que coloca foto de dez anos atrás no perfil do Disponível.
Na Semana da Parada de 2005 (mais precisamente, em 27 de maio), a cacura desembarcou nestas bandas para uma festa no Hotel Unique. Foi a festa mais cara da temporada, custou inacreditáveis R$ 120 na porta - e La Vasquez, com sua pinta de superestrela achando que estava catequizando os ouvidos dos índios, caiu no ridículo em um set superfarofa em que só faltou "Ilariê". As bichas ficaram revoltadas e, lá pelas 3 da manhã, debandaram em peso para a The Week, que felizmente salvou a onda e a noite de todos. Tá registrado no meu blog. Mas o povo não tem memória...
Quando a TW anunciou a volta do rei, a babação de ovo também voltou. Comentários nos blogs da vida diziam coisas como "Madame está renovada, ela é talentosa e bafônica, dê uma chance aos seus ouvidos que eles agradecerão, e olha que eu nem curto tribalzinho de merda não, mas esse tribal house de madame Vasquez é de categoria... ela encontrou a luz...". Meu amigão e formador de opinião das bilus sentenciou: "eu acredito que ninguém vai se arrepender". Eu sabia bem qual seria a "catiguria" do som que estava por vir, por isso não movi uma palha. Mas não faltaram pessoas tentando me convencer do contrário. Como estou numa fase "paz & amor" (com muita paz e muito amor, diga-se), expus minha convicção pessoal, mas deixei que cada um fizesse o que achasse melhor. E controlei o riso quando o dono do chill in, indignado diante da minha recusa em ir, protestou: "mas ele é o pai da house music!".
Longe de mim posar de dono da razão, mas não tive nenhuma surpresa quando começaram a chover torpedos no meu celular, lá pelas tantas da madrugada, dizendo que o "pai da house music" tinha sido expulso das pickups debaixo de vaias. Praticamente vi a cena diante dos meus olhos, virei pro outro lado e continuei aproveitando o meu sono delicioso. E agora estou descansado, com a pele ótima e todo gás para aproveitar o dia, e quem sabe até dar uma pinta na pool party no fim da tarde... Se não nos encontrarmos por lá, com certeza nos veremos na Estação do Corpo, no Rio, que Rosane Amaral finalmente ressuscitou para as suas bafônicas festas. Temos que investir nossas energias naquilo que realmente vale a pena.
Pois é, de "boa vontade" o nosso misericordioso meio gay também está cheio. Ontem a The Week recebeu o DJ Junior Vasquez, outro desses equívocos do passado que o povo insiste em não deixar para trás. Como produtor, ele teve um papel relevante em algum lugar dos anos 90, mas perdeu completamente o bonde da história - hoje, os remixes que fez para Madonna no tempo em que ela era puta são suas únicas credenciais, como aquela bee que coloca foto de dez anos atrás no perfil do Disponível.
Na Semana da Parada de 2005 (mais precisamente, em 27 de maio), a cacura desembarcou nestas bandas para uma festa no Hotel Unique. Foi a festa mais cara da temporada, custou inacreditáveis R$ 120 na porta - e La Vasquez, com sua pinta de superestrela achando que estava catequizando os ouvidos dos índios, caiu no ridículo em um set superfarofa em que só faltou "Ilariê". As bichas ficaram revoltadas e, lá pelas 3 da manhã, debandaram em peso para a The Week, que felizmente salvou a onda e a noite de todos. Tá registrado no meu blog. Mas o povo não tem memória...
Quando a TW anunciou a volta do rei, a babação de ovo também voltou. Comentários nos blogs da vida diziam coisas como "Madame está renovada, ela é talentosa e bafônica, dê uma chance aos seus ouvidos que eles agradecerão, e olha que eu nem curto tribalzinho de merda não, mas esse tribal house de madame Vasquez é de categoria... ela encontrou a luz...". Meu amigão e formador de opinião das bilus sentenciou: "eu acredito que ninguém vai se arrepender". Eu sabia bem qual seria a "catiguria" do som que estava por vir, por isso não movi uma palha. Mas não faltaram pessoas tentando me convencer do contrário. Como estou numa fase "paz & amor" (com muita paz e muito amor, diga-se), expus minha convicção pessoal, mas deixei que cada um fizesse o que achasse melhor. E controlei o riso quando o dono do chill in, indignado diante da minha recusa em ir, protestou: "mas ele é o pai da house music!".
Longe de mim posar de dono da razão, mas não tive nenhuma surpresa quando começaram a chover torpedos no meu celular, lá pelas tantas da madrugada, dizendo que o "pai da house music" tinha sido expulso das pickups debaixo de vaias. Praticamente vi a cena diante dos meus olhos, virei pro outro lado e continuei aproveitando o meu sono delicioso. E agora estou descansado, com a pele ótima e todo gás para aproveitar o dia, e quem sabe até dar uma pinta na pool party no fim da tarde... Se não nos encontrarmos por lá, com certeza nos veremos na Estação do Corpo, no Rio, que Rosane Amaral finalmente ressuscitou para as suas bafônicas festas. Temos que investir nossas energias naquilo que realmente vale a pena.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Rapidinhas européias (parte 2)
::: Praga tem cara de ser a cidade mais "pura & casta" da paróquia: parece um presépio, com aquelas casinhas tão bonitinhas de Staré Mesto, a Cidade Velha. Mas os santinhos às vezes são os mais danados. Há um museu dedicado às diversas modalidades de tortura e outro só de máquinas de sexo, verdadeiras geringonças automatizadas que, ao toque de um botão, giram, penetram e impalam o(a) usuário(a) até sua completa satisfação. Ui!
::: Com as Olimpíadas na China, o McDonald’s criou sanduíches e menus temáticos no mundo todo (aqui no Brasil, o resultado foi bem ruinzinho). O Mac costuma ser a minha última opção de alimentação no Exterior (por exemplo, se não há nada mais aberto naquele horário), mas não pude deixar de prestigiar a opção “chinesa” da rede em Berlim: o McShrimp Lemon, um incrível hambúrguer de camarão (!), com alface fresquinha (mesmo) e um gostoso molho de limão.
::: Alguns reclamam que o sorvete Häagen-Dazs é vendido a preços extorsivos no Brasil, mas os R$7 cobrados por uma bola nos nossos Cafés são praticamente equivalentes aos 2,50 euros de Berlim e Barcelona ou às 65 coroas checas de Praga. Mas lá fora a bola é mais generosa (a scoop dosadora deve ser maior). E há um sabor delicioso que não é comercializado aqui: raspberry meringue (merengue de framboesa), que foi um dos sabores oficiais dessa minha viagem.
::: Para quem gosta da crème brulée francesa, a Espanha também tem sua versão da guloseima: a crema catalana. Nos quiosques de sorvete de Barcelona, uma surpresa: a Nestlé oferece um Cornetto sabor... crema catalana! Delicioso (o sabor é bem fiel), com direito até a uma caldinha de caramelo que recria o gosto daquela casquinha crocante que é feita com maçarico na sobremesa original.
::: Já falei que acho o alemão uma língua horrorosa e com uma sonoridade medonha. Mas tenho que abrir duas exceções. Acho chiquérrimo ler POLIZEI escrito nas viaturas, não há grafia mais cool para essa palavra. E quer um verbete mais fofo para “cinema” do que kino? Só falta vir com um dinossauro de pelúcia de brinde.
::: E o espanhol da Espanha tem umas expressões super exageradas e divertidas, totalmente almodovarianas. Quando alguém quer dizer que não é bom com números, por exemplo, diz: “Yo soy fatal con números!” Melhor foi perguntar para o garçom do restaurante gay de Barcelona se o risoto do cardápio era bem servido e ouvir: “Es un plato muy contundente, señor” (“contundente”?! tipo uma revelação bombástica numa CPI?).
::: O catalão (idioma falado na província espanhola da Catalunha, da qual Barcelona é capital) é uma língua engraçada. Às vezes tem influência clara do francês (si us plau), outras se parece mais com português do que com o espanhol (línia vermella, passeig, peix, vostè està aqui). Quando os alto-falantes do aeroporto chamam pelos "senyors passatgers", dá até se sentir em Lisboa.
::: Fiquei impressionado com o número de europeus com dentes feios e malcuidados que encontrei. E não eram ciganos bósnios refugiados, mas cidadãos bem-vestidos de países ricos, como Inglaterra e França. Sinal de que o pouco apreço pelo sorriso não é uma questão econômica, mas cultural.
::: Quando se está viajando, não basta o seu aparelho eletrônico ser bivolt: é preciso que ele tenha uma tomada compatível com o padrão local. Parece picuinha se preocupar com adaptadores? Você dará valor a isso quando estiver prestes a chegar a um país incrivelmente fotogênico e perceber que as duas baterias da sua câmera estão quase zeradas – e o carregador simplesmente não encaixa em parede alguma.
::: Com as Olimpíadas na China, o McDonald’s criou sanduíches e menus temáticos no mundo todo (aqui no Brasil, o resultado foi bem ruinzinho). O Mac costuma ser a minha última opção de alimentação no Exterior (por exemplo, se não há nada mais aberto naquele horário), mas não pude deixar de prestigiar a opção “chinesa” da rede em Berlim: o McShrimp Lemon, um incrível hambúrguer de camarão (!), com alface fresquinha (mesmo) e um gostoso molho de limão.
::: Alguns reclamam que o sorvete Häagen-Dazs é vendido a preços extorsivos no Brasil, mas os R$7 cobrados por uma bola nos nossos Cafés são praticamente equivalentes aos 2,50 euros de Berlim e Barcelona ou às 65 coroas checas de Praga. Mas lá fora a bola é mais generosa (a scoop dosadora deve ser maior). E há um sabor delicioso que não é comercializado aqui: raspberry meringue (merengue de framboesa), que foi um dos sabores oficiais dessa minha viagem.
::: Para quem gosta da crème brulée francesa, a Espanha também tem sua versão da guloseima: a crema catalana. Nos quiosques de sorvete de Barcelona, uma surpresa: a Nestlé oferece um Cornetto sabor... crema catalana! Delicioso (o sabor é bem fiel), com direito até a uma caldinha de caramelo que recria o gosto daquela casquinha crocante que é feita com maçarico na sobremesa original.
::: Já falei que acho o alemão uma língua horrorosa e com uma sonoridade medonha. Mas tenho que abrir duas exceções. Acho chiquérrimo ler POLIZEI escrito nas viaturas, não há grafia mais cool para essa palavra. E quer um verbete mais fofo para “cinema” do que kino? Só falta vir com um dinossauro de pelúcia de brinde.
::: E o espanhol da Espanha tem umas expressões super exageradas e divertidas, totalmente almodovarianas. Quando alguém quer dizer que não é bom com números, por exemplo, diz: “Yo soy fatal con números!” Melhor foi perguntar para o garçom do restaurante gay de Barcelona se o risoto do cardápio era bem servido e ouvir: “Es un plato muy contundente, señor” (“contundente”?! tipo uma revelação bombástica numa CPI?).
::: O catalão (idioma falado na província espanhola da Catalunha, da qual Barcelona é capital) é uma língua engraçada. Às vezes tem influência clara do francês (si us plau), outras se parece mais com português do que com o espanhol (línia vermella, passeig, peix, vostè està aqui). Quando os alto-falantes do aeroporto chamam pelos "senyors passatgers", dá até se sentir em Lisboa.
::: Fiquei impressionado com o número de europeus com dentes feios e malcuidados que encontrei. E não eram ciganos bósnios refugiados, mas cidadãos bem-vestidos de países ricos, como Inglaterra e França. Sinal de que o pouco apreço pelo sorriso não é uma questão econômica, mas cultural.
::: Quando se está viajando, não basta o seu aparelho eletrônico ser bivolt: é preciso que ele tenha uma tomada compatível com o padrão local. Parece picuinha se preocupar com adaptadores? Você dará valor a isso quando estiver prestes a chegar a um país incrivelmente fotogênico e perceber que as duas baterias da sua câmera estão quase zeradas – e o carregador simplesmente não encaixa em parede alguma.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Rapidinhas européias (parte 1)
Certa vez, um blogueiro e amigo muito querido achou "fabuloso" o meu "nível de detalhe" ao advertir meus leitores de que os saleiros de Buenos Aires tinham furos mais largos que os nossos. Fiquei entusiasmado com a reação dele e resolvi fazer três posts listando alguns detalhes - curiosos, interessantes ou absolutamente inúteis - que fui coletando em meu giro pela Europa.
::: Atualizar o blog lá fora é um estorvo. Além de não possuírem os sinais de acentuação do português e o cedilha, os teclados gringos têm as letras dispostas de forma diferente do padrão norte-americano que usamos no Brasil. Na Alemanha, o Y no lugar do Z não atrapalha tanto; pior é digitar na França, onde, entre outras diferenças, o Q no lugar do A trqnsformq q nossq redqcqo numq verdqdeirq bqguncq.
::: Diz o clichê que francês não toma banho – o que explicaria sua expertise para desenvolver os melhores perfumes do mundo. Pude constatar que isso é pura lenda: eles tomam banho todos os dias (quer dizer, pelo menos no verão). Mas jamais usam desodorante – o que pode ser uma lástima ou uma bênção, dependendo do seu ponto de vista.
::: Não gosto de cerveja, o que desde moleque me transformou em um estranho no ninho em meio às cervejadas e churrascadas da sociedade hétero. Mas na Alemanha abri uma exceção com a Beck’s Green Lemon, uma cerveja clarinha, suave e com gosto de limão, bem refrescante. Finalmente pude posar de bofe e entornar várias brejas sem fazer cara de “estou bebendo cera de ouvido”.
::: Como há anos cortei os refrigerantes da minha vida, hoje nem consigo achar essas bebidas refrescantes como antigamente (o gás até me cai mal). Sempre que viajo, adoro provar suquinhos, refrescos, isotônicos e afins. Vejo aquela latinha com uma imagem de um monte de frutas e já fantasio um coquetel bem tropical. Mas na Alemanha, foi um trauma atrás do outro: todos os refrescos de lata ou garrafinha têm gosto de remédio... e gás (mesmo sem aviso na embalagem).
::: Ainda sobre bebidas na Alemanha, lá foi o único lugar onde encontrei Red Cola, uma versão do energético Red Bull que deve ser aromatizada com esse sabor (eles não iam fazer um acordo com a Coca-Cola para misturar a dita cuja em si). Acabei não experimentando, porque pensei que fosse encontrar em todo lugar e deixei para tomar em Barcelona.
::: Amantes de fardas & fardados sempre aproveitam para dar uma boa conferida nos policiais dos países que visitam. E os que mais chamaram a minha atenção foram, sem dúvida, os da República Tcheca: lindos de morrer e com cara de muito severos, o que é altamente umidificante.
::: Já os mossos d’esquadra da polícia catalã são gentis, fofos e sorridentes, como se espera dos nativos de Barcelona. Sempre jovens, com tatuagens, brincos e piercings, têm aquela carinha de quem anda de skate e pega onda nas horas vagas. Isso se também não curtirem uma jogação forte nos dias de folga.
::: A decepção mesmo ficou com os policiais alemães. Esqueça as lindas fardas verde-oliva da antiga República Democrática Alemã (que hoje dá para descolar em lojas de segunda mão). O uniforme oficial pós-unificação é uma farda bege-clara completamente apagada e sem graça, que deixa aqueles loiros tesudos com cara de padeiros de Joinville.
::: Atualizar o blog lá fora é um estorvo. Além de não possuírem os sinais de acentuação do português e o cedilha, os teclados gringos têm as letras dispostas de forma diferente do padrão norte-americano que usamos no Brasil. Na Alemanha, o Y no lugar do Z não atrapalha tanto; pior é digitar na França, onde, entre outras diferenças, o Q no lugar do A trqnsformq q nossq redqcqo numq verdqdeirq bqguncq.
::: Diz o clichê que francês não toma banho – o que explicaria sua expertise para desenvolver os melhores perfumes do mundo. Pude constatar que isso é pura lenda: eles tomam banho todos os dias (quer dizer, pelo menos no verão). Mas jamais usam desodorante – o que pode ser uma lástima ou uma bênção, dependendo do seu ponto de vista.
::: Não gosto de cerveja, o que desde moleque me transformou em um estranho no ninho em meio às cervejadas e churrascadas da sociedade hétero. Mas na Alemanha abri uma exceção com a Beck’s Green Lemon, uma cerveja clarinha, suave e com gosto de limão, bem refrescante. Finalmente pude posar de bofe e entornar várias brejas sem fazer cara de “estou bebendo cera de ouvido”.
::: Como há anos cortei os refrigerantes da minha vida, hoje nem consigo achar essas bebidas refrescantes como antigamente (o gás até me cai mal). Sempre que viajo, adoro provar suquinhos, refrescos, isotônicos e afins. Vejo aquela latinha com uma imagem de um monte de frutas e já fantasio um coquetel bem tropical. Mas na Alemanha, foi um trauma atrás do outro: todos os refrescos de lata ou garrafinha têm gosto de remédio... e gás (mesmo sem aviso na embalagem).
::: Ainda sobre bebidas na Alemanha, lá foi o único lugar onde encontrei Red Cola, uma versão do energético Red Bull que deve ser aromatizada com esse sabor (eles não iam fazer um acordo com a Coca-Cola para misturar a dita cuja em si). Acabei não experimentando, porque pensei que fosse encontrar em todo lugar e deixei para tomar em Barcelona.
::: Amantes de fardas & fardados sempre aproveitam para dar uma boa conferida nos policiais dos países que visitam. E os que mais chamaram a minha atenção foram, sem dúvida, os da República Tcheca: lindos de morrer e com cara de muito severos, o que é altamente umidificante.
::: Já os mossos d’esquadra da polícia catalã são gentis, fofos e sorridentes, como se espera dos nativos de Barcelona. Sempre jovens, com tatuagens, brincos e piercings, têm aquela carinha de quem anda de skate e pega onda nas horas vagas. Isso se também não curtirem uma jogação forte nos dias de folga.
::: A decepção mesmo ficou com os policiais alemães. Esqueça as lindas fardas verde-oliva da antiga República Democrática Alemã (que hoje dá para descolar em lojas de segunda mão). O uniforme oficial pós-unificação é uma farda bege-clara completamente apagada e sem graça, que deixa aqueles loiros tesudos com cara de padeiros de Joinville.
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