TIPO MATRIX. O finde começou animado, com a apresentação do Fuerza Bruta, sexta-feira no Parque Villa-Lobos. Esqueça os espetáculos de dança tradicionais, que pedem uma contemplação estática e à distância. Aqui, você fica em pé dentro de um galpão escuro e as coisas acontecem ao seu redor - a idéia é justamente provocar a interação do público. Os dançarinos, argentinos e umas graças, fazem acrobacias aéreas presos em cabos, atravessam muros que explodem e nadam em uma piscina transparente colocada acima do público, em uma vibrante viagem de 50 minutos que mistura dança, artes plásticas, circo, música eletrônica e uma pitada de Matrix. Dica: para tirar o máximo da experiência, tome um ou dois drinques pouco antes de entrar (eu me joguei nos apple martinis, que estavam ótimos).
VOLTA ÀS ORIGENS. Com a banalização dos rodízios de comida japonesa, começaram a pipocar pela cidade lugares aventureiros, de gosto duvidoso, e no final a gente acaba nem se chocando quando oferecem "sushi" de rúcula e tomate seco. Por isso, é bom descobrir que ainda há restaurantes sérios que fazem bons festivais, sem viajar na maionese. Depois de um sábado de muito trabalho, fui espairecer na Praça Benedito Calixto e voltei ao Sushi-Yá, quebrando um jejum de uns quatro anos. E me deparei com um festival excelente: o básico sem firulas (nigirizushis, uramakis, no máximo uns hot rolls e olhe lá), mas muito saboroso, feito com o capricho e a honestidade que hoje em dia infelizmente não se acham em qualquer rodízio. Nada como lembrar que um bom salmon skin não tem gosto de scotch brite (nem assolan)! O festival, servido em barquinhas que bóiam em uma canaleta que corre o balcão (tipo um kaiten-zushi analógico), oferece peixes que vão muito além da habitual trinca salmão-atum-robalo; você paga R$ 27,50 (2ª a 6ª, 12h-13h45) e R$33 (diariamente, 18h-21h30), e pode consumir 10 pratinhos, mais 1 temaki, dois gyozas e 5 fatias de sashimi, ou então apenas 15 pratinhos. É suficiente, e sai mais barato do que o rodízio ilimitado (R$45).
TODO MUNDO NA RUA. Num final de semana sem festas especiais (além da Fórmula 1) e com um tempinho bem marromeno, o mundinho paulistano está vivendo uma inusitada animação (será que foi o dia do pagamento?). O lounge do Fuerza Bruta estava um fervo só, a bombação na pracinha não dava sinais de cansaço às 20h30 e a The Week estava tão abarrotada que até os mictórios tinham fila. Parecia uma daquelas festas da semana da Parada. Não cheguei a botar os pés na pista, intransitável; preferi ficar lá fora o tempo todo, pulando de rodinha em rodinha e encontrando pessoas de todos os naipes, estirpes e quilates. Ouvi boas bobagens, dei muitas risadas, recebi o carinho de alguns leitores do blog e me atualizei sobre os bafos. Agora já posso dar outra sumida em paz...
PINGOS NOS IS. A revista Veja de hoje traz nas páginas amarelas uma interessante entrevista com o sociólogo Demétrio Magnoli. Ele explica o significado que os conceitos de "direita" e "esquerda" têm na atualidade e faz uma leitura lúcida sobre os valores das esquerdas na América Latina e a trajetória recente do PT. Com idéias expostas e defendidas de forma bastante clara, seu depoimento é uma fonte a mais para que cada um possa desenvolver suas próprias convicções e pontos de vista.
13 comentários:
Primeira vez aqui.Textos enxutos,articulados e sobre assuntos pelos quais me interesso tb.Keep on the good work!
acabei não indo no Fuerza Bruta.
vi De La Guarda várias vezes e adorei.
e, entregando a idade, vi La Fura Del Bals quando estiveram em SP (início dos 90?), tb adorei, achei surpreendente.
mas aí achei que minha cota desse tipo de espetáculo já estava preenchida.
por outro lado, então passei por vc no meio da muvuca da KY no sábado. mas nem fiquei muito. e tb não teria como saber quem é, rsrssr.
mas pulei a TW esse sábado. pelo jeito escapei de uma muvuca. adoro dançar (entre outras coisas), mas no aperto não dá.
e... respondendo sobre o número 1.
ao que eu saiba, continua número 1 porque (infelizmente) não tem um número 2.
uma concorrência seria bem saudável.
Sábado eu to aí...já vi que não vou te ver, ne, seu chato?
TODO MUNDO DIZENDO QUE O "FUERZA BRUTA" FOI O MÁXIMO. DROGA, EU PODERIA TER IDO!!! HAHAHA, ADOREI O SKIN COM GOSTO DE ASSOLAN. EU NÃO CONSIGO COMER SKIN, ACHO O GOSTO DA PELE DE SALMÃO INTRAGÁVEL. MINHAS ESCOLHAS EM RESTAURANTES JAPONESES SEMPRE SÃO DE PRATOS QUENTES: LAMENS, UDONS, OYAKO DOMBURI, SUKIYAKI, TEISHOKUS, PARTICULARMENTRE ACHO OS SUSHIS MEIO QUE UMA ENTRADINHA, NÃO UMA REFEIÇÃO EM SI.
eu fiquei alojado na minha casa
hauhsauhsauhsauhsa
não sai nem por um decreto
...
Excelente matéria com o Demétrio Magnoli! A dica vale a pena!
Bom encontrar artigos bem pinçados em meio a outros posts não menos interessantes por aqui!
...
Tem um post novo no meu blog aparece lá!
Rico E
E que tal a Bienal de São Paulo?
e essa coisa de direita e esquerda no Brasil ainda existe?!
Lindão,
Só para clarear, no fim de semana anterior estive na TW para me despedir dos amigos como você bem sabe...não tinha nenhum DJ ou atração internacional, não era começo de mês e a noite nem estava tão linda assim, mas a casa esteve LOTADA e a pista bombando ate de manhã. Então ao que parece essa animação nem é tão inusitada, ao contrário está me parecendo que virou regra e nós é que estávamos desavisados... Bjão
Oiê. Belo, não tenho seu e-mail ainda... hehehe. Mas queria ver se vc não escreve um textinho para a JUNUIOR sobre São Paulo. É curto, tipo 600 caracteres, com as coisas que vc mais gosta na cidade e que acha que as pessoas gostariam de conhecer. É tipo um guia insider que a gente está fazendo para o verão....
Me mande um e-mail? cultgls@uol.com.br
Well well well......
vou hoje assistir Fuerza Bruta!
E quanto ao sushi, eu, como autêntico japa, sou beeeem exigente. Quando vou jantar com minha mãe, só vou aonde o sushiman for japonês. Há uma diferença no tempero do arroz e na "pegada" do sushi.
bjs
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