quarta-feira, 21 de abril de 2010

Rapidinhas cariocas

ÓPIO DO POVO Tirei o fim de semana para mais um giro pelo Rio de Janeiro, e aproveitei para conferir alguns lugares que estavam na minha lista. Um deles era o Opium, restaurante asiático no térreo do hotel Ipanema Plaza, com uma gostosa varanda aberta para a rua. O cardápio tem umas vinte páginas, com uma parte de sushi e outra de pratos que citam Tailândia, China e Vietnã. Eu e meus amigos começamos com um mix de 10 pares de dim sum; depois, pedimos dois peixes em estilo thai, com curry e leite de coco, e um pato cantonês, com molho agridoce. Os pratos não desapontaram, mas também não chegaram a impressionar. Até porque a concorrência é forte: a comida do Nam Thai é muito superior e, mesmo se a ideia é apenas badalar, o Sawasdee é bem mais fervido.

PASSAGEM SECRETA Gostei mesmo foi do Market, o destaque gastronômico dessa visita. Um corredorzinho escondido na Visconde de Pirajá conduz a um pátio aberto, com plantas, mesas e cadeiras coloridas, que casam bem com a culinária leve e saudável proposta pelo lugar. Se o menu segue a mesma lógica grelhado+acompanhamento de que tantas casas cariocas são reféns, pelo menos aqui o trivial ganha uma pitada de bossa. Uma prosaica carne assada sai do lugar-comum na companhia de um surpreendente purê de grão-de-bico e manjericão, enquanto o creme de milho que acompanha o frango leva um toque de erva doce. Além dos pratos, há sanduíches, saladas e, para beber, sucos, smoothies e uma extensa seleção de chás verdes e pretos, servidos quentes ou gelados. Ótima pedida para o pós-praia, sem a lotação do Delírio, nem o carão sem cabimento dos garçons do Líquido.

SUCOLÉ, SACUALÉ? Fui educado desde cedo para passar bem longe de alimentos vendidos por ambulantes ou em carrinhos de rua, como os clássicos hot dogs (com salsicha recheada de jornal velho, diziam as mães nos anos 80), os camarões fritos de praia (condenados por 10 entre 10 nutricionistas) ou os recentes yakissobas da Paulista. Por isso, nesses dez anos de idas ao Rio (59 ao todo), sempre relutei em comer qualquer coisa oferecida nas areias de Ipanema. Mas meus amigos locais recomendaram o Sucolé do Claudinho com tanta ênfase que decidi fazer o sinal da cruz e me jogar. Para os não-iniciados, trata-se de uma espécie de picolé feito e congelado dentro de um saquinho plástico (em alguns estados, o nome é "chup-chup"). Tenho que admitir: o de mousse de maracujá é simplesmente in-crí-vel. Depois fiquei sabendo que o tal Claudinho comanda um exército de vendedores, gerou várias imitações e foi parar no programa do Jô Soares, onde chorou em rede nacional contando sua história de vida.

QUITUTES UNGIDOS Outra velha dívida do meu roteiro pessoal que saldei foi o bar Chico & Alaíde, aberto por um barman e uma cozinheira que ajudaram a dar fama ao lendário boteco Bracarense. O chamariz da casa são os célebres quitutes de Alaíde, como o famoso bolinho de mandioca, ops, aipim com camarão e catupiry. O "totivendo", uma espécie de escondidinho turbinado de camarão, é de comer de joelhos. Desta vez, porém, não vou exagerar nos elogios: consta que Chico dirigiu-se a um casal gay que havia trocado um beijo dentro do bar, pediu que os moços parassem ou se retirassem, e depois ainda explicou ao jornal O Globo que "este é um bar de família" (oi?). Agora que já matei minha curiosidade, talvez seja o caso de passar a prestigiar os salgadinhos do Bracarense original.

SESSÃO DA TARDE Veterano na noite gay carioca, o Galeria Café sempre foi o destino certo dos rapazes mais comportados, alheios a modismos, que destoam do binômio "ditadura do corpo + drogas sintéticas" que dominou as festas e clubes maiores. É um lugar querido por muitos: além de tolerante à diversidade de estilos e faixas etárias, tem fama de ser bom para arranjar namorado. Eis que um novo bar-com-pistinha abriu para atender esse mesmo nicho de público: o TV Bar, no Cassino Atlântico, em Copa. Instalado onde um dia funcionou a sede da extinta TV Rio, o lugar tem decoração colorida, inspirada na história da televisão. Na pista, o VJ Greg (que cuidava do som do antigo The Copa) exibe DVDs com hinos pop, enquanto o povo dança, canta (horrores!) e assiste às imagens no telão. Uma opção divertida para quem cansou das caras e bocas do circuitão, ou se sente velho demais para ele.

sábado, 10 de abril de 2010

Atualizando Buenos Aires, parte 3: quando a noite cai

Por conta de uma lei nova que está em vigor em Buenos Aires, bebidas alcoólicas só podem ser vendidas até as 5 da manhã e consumidas até 5h30. E nenhum estabelecimento pode continuar aberto depois das 7. Com isso, aqueles after hours inesquecíveis que Aldo Haydar e sua trupe pilotavam no Caix até o começo da tarde de domingo viraram história do passado. Quem não viveu, não vive mais. Para os que ficaram inconsoláveis, nem tudo está perdido: agora Aldo comanda uma concorrida domingueira no Palacio Alsina, das 18h à 1h. Na prática, o que era after virou matinê - e o cenário passou de um terraço à beira do Rio da Prata para um clube imponente, com ares de catedral. Aliás, o Palacio Alsina as we knew it (como lugar gay) agora só rola uma sexta-feira por mês, em festas bombadas - recentemente, João Neto tocou em uma delas. Se não tiver festa ali, o destino das bunitas na sexta é o Rheo Bar, que ocupa um anexo do megaclube Crobar, no Paseo de La Infanta. Já no sábado, a balada gay do momento é a Human, que acontece no clube Mandarine (o antigo Mint, na Costanera Norte). Quando você perguntar a algum portenho sobre o Rheo e a Human e ele responder que nesses lugares todas son histericas, não pense em uma Gaiola das Loucas: histerico, na gíria local, é quem faz carão. O Amerika continua sendo um coringa. Na quinta o som é ligeiramente mais eletrônico, sexta e sábado são noites de canilla libre (bebida grátis, imaginem o resultado), e no domingo ele acaba sendo o destino oficial depois do Palacio. Durante a semana, o clube eletrônico Bahrein ainda é uma ótima pedida, sendo que as quartas e sextas estão bem mais gays. Quinta, como sempre, é dia de ir ao bar-com-pistinha Glam, se você for gay, ou à clássica festa Club 69 (que voltou ao Niceto Club), se você quiser dançar house e electro em meio a performances extravagantes, quase circenses, que os gringos adoram. Falando em extravagância, Lady Gaga não virou febre em Buenos Aires - ali, ela deve ser menos popular que a Shakira. Se você adora dançar n'A Lôca e/ou é fã da Trash 80's, então há duas festas que você não pode perder: Plop! (na sexta) e Ambar La Fox (no sábado), ambas no Teatro Roxy. Você vai se sentir em casa. Modernos, hipsters e afins devem dar uma olhada no que está rolando no lounge El Living e no novíssimo Salon Real. E quem leva música eletrônica a sério pode começar com uns drinks no The Shamrock; depois, é só descer as escadas e dançar ali mesmo, no Basement Club. Ou pegar um táxi até o Cocoliche, o mais underground dos clubes, que costumava funcionar até altas horas (antes da lei nova) e só não abre às segundas. Agora, se o seu negócio é progressive house (totalmente a minha praia!), o Pacha continua trazendo grandes nomes da cena - vale a pena consultar o site do clube antes de escolher a data de sua viagem. Fui ver o Martín García e tive uma noite sen-sa-cio-nal. O próximo sábado (17/4) também promete ser fodástico, com o trio holandês 16 Bit Lollitas. Os portenhos continuam umas graças, mas Buenos Aires parece cada vez menos sexual. Não é se de admirar que eles cheguem ao Rio de Janeiro e fiquem loucos feito perras no cio. Na happy hour ou na xepa pós-clube, é constante o entra-e-sai das cabines nos cruising bars Tom's e Zoom. No capítulo saunas, a Nagasaki é a "269 portenha" e chegou com a missão de desbancar a tradicional Buenos Aires A Full (não conheço nenhuma das duas). Abriu também um clube de sexo, que atende pelo nome de Kadu (é sério). Nas sextas, o fervo é por invitación, dedicado a novilhos selecionados de 18 a 37 anos, enquanto os sábados são dedicados ao leather e festas temáticas. Ah sim, os portenhos gostam mesmo é de um bom cunete. Pronto, o roteiro de Buenos Aires já está devidamente atualizado! Buen provecho!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Atualizando Buenos Aires, parte 2: comes e compras

O Brasil continua na moda: música brasileira é o som ambiente em boa parte dos lugares que se pretendem cool. Já em lojas mais populares e todo lugar onde a bagaceirice reine, o que dá o tom é o reggaeton (mêda!). Os preços ainda estão camaradas, graças ao câmbio que nos favorece (AR$1,00=BR$0,53), mas não é tudo que vale a pena. Compensa comprar roupa: há marcas locais com peças lindas, que você não vai ver aos montes na boate (tipo aquela manjadérrima camiseta gola V com estampa de asas da Armani Exchange, sabe?). Se você fala ou está aprendendo espanhol, uma ótima ideia é passar uma tarde na suntuosa El Ateneo Grand Splendid e escolher uns bons livros na língua do Walter Mercado. Aproveite e compre um bom dicionário espanhol-espanhol, coisa difícil de se achar por aqui (eu uso e costumo recomendar o Larousse Enciclopédico). Marombados e aspirantes podem trazer na mala alguns potes de creatina, que não foi proibida na Argentina e é vendida em qualquer Farmacity, de marca a escolher. Por outro lado, eletrônicos, perfumes e óculos (desatualizados, diga-se), é melhor você deixar para comprar no duty free do aeroporto mesmo. Tênis? Foi-se o tempo em que o "valor numérico" na etiqueta era idêntico aqui e na Argentina (e, portanto, tudo lá custava a metade). Os preços são pouca coisa menores e há menos variedade (Asics e Mizuno, marcas adoradas pelos praticantes de corrida, inexistem). As lojas da Avenida Santa Fe já viveram dias melhores. A Florida vale só pela Zara e pela arquitetura quero-ser-Milão das Galerías Pacífico (que, como centro de compras, perde para shoppings maiores, como o Abasto e o Paseo Alcorta). Se você também é louco pelo sorvete de lá, leve para o Brasil! Você encomenda na Persicco com um dia de antecedência, eles acondicionam num isopor cheio de gelo seco (cabem até 3kg de sorvete), y ya está. Você vai levar na bagagem de mão, os guardas da Polícia Federal vão fazer cara de desconfiados e abrir o isopor, mas depois eles lacram de novo. Não deixe para comprar o sorvete na Persicco do aeroporto: a loja de Ezeiza é uma franquia, com poucos sabores - e nenhum dos especiais. Aos caçadores de ofertas que se jogam nos outlets da Avenida Córdoba, uma dica nova: perto dali, mas longe dos olhos dos desavisados, há um outro pólo de pechinchas, que atende pelo nome de Palermo Queen (na verdade, é um pedaço de Villa Crespo que foi rebatizado pelas imobiliárias, em "homenagem" ao Queens nova-iorquino). Os outlets das marcas bacanas estão escondidos na calle Aguirre. Nos restaurantes, tudo é barato: num lugar de bom padrão, os pratos mais caros dificilmente passam de AR$60. Mesmo as extravagâncias gastronômicas supremas - os champagne brunches dos hotéis de luxo, com as iguarias mais refinadas e garçons re guapos mantendo sua taça de espumante sempre cheia - continuam valendo a pena pelo que oferecem: AR$280 no Alvear e AR$210 no Four Seasons. O chato, em qualquer lugar, é ter que dar a propina (gorjeta) em dinheiro, porque os restaurantes não podem incluí-la no valor passado no cartão de crédito. As empanadas do El Sanjuanino ainda são as melhores da cidade, sendo que a de queso y cebolla é divina (e olha que eu não gosto de empanada, vocês nunca me verão pedindo uma no Brasil). Se você estiver em Palermo, a segunda loja deles, na Sanchez de Bustamante, fica mais perto. Curte ceviches? Saiba que a cena gastronômica portenha está vivendo uma onda nipo-peruana fortíssima. No Microcentro tem o Sipan (escondido numa galeria na Paraguay), em Palermo tem o concorrido Osaka e o novíssimo Parú - isso sem falar no Astrid & Gastón (mais tradicional, sem japonismos), que tem filial na cidade. Outro modismo que chegou chegando é o das cupcakes - a meca desses bolinhos-bebê-com-roupa-de-festa é a Muma's Cupcakes, uma lojinha branca toda fofa, em Palermo, que faz pequenas obras de arte que dão pena de morder. O elogiado tailandês Lotus Neo Thai se mudou de Las Cañitas para Belgrano, no coração do Barrio Chino (sim, existe um em Buenos Aires, poucos brasileiros sabem, eu mesmo não sabia). No quesito jantar-buxixo, quem cansou do Casa Cruz pode ir ao Tegui, do mesmo dono, ao Sucre, lindão, ou ao Gran Bar Danzón, que tem sushi e pratos contemporâneos, além de DJs nas noites de sexta. Gostei de conhecer o Quimbombó, na Plaza Palermo Viejo: três andares (o terraço é tudo), preço ótimo, gente bonita, drinks perfeitos e pratos contemporâneos com um pezinho no natural e outro no asiático. Você amava o espaço ao ar livre do Olsen, mas acha que a comida decaiu? Dê uma sapeada no Home Hotel, que tem um jardim parecido, e agrada tanto no brunch como nos drinks pré-balada. E para não dizer que não falei de carnes (afinal, estou escrevendo sobre Buenos Aires!), os turistas migram de uma casa para outra na medida em que vão se descolando. Começam no Siga La Vaca; depois aprendem que o La Caballeriza é bem melhor; aí percebem que Puerto Madero datou, passam a freqüentar Palermo e adotam o La Cabrera; e por fim, quando já começam a querer tirar onda de insiders, descobrem o Miranda, a parrilla do momento.

domingo, 4 de abril de 2010

Atualizando Buenos Aires, parte 1: impressões gerais

A melhor época para visitar Buenos Aires é nos meses de meia-estação, como este. Em julho, o frio rigoroso exige levar peso demais na mala, e o aumento na demanda, provocado pelas nossas férias escolares, inflaciona os preços; o verão (incluindo réveillon e carnaval) é um mico, com um calor insuportável e a cidade chocha, porque todo o agito (gay inclusive) se transferiu para Mar del Plata. E por falar em calor, uma campanha maciça contra a dengue está bombando por toda parte; essa não é uma preocupação só nossa. Buenos Aires é cosmopolita até nos nomes das ruas: Billinghurst, Clay, Pringles, Fitz Roy, French, Pasteur, Voltaire, Jean Jaurès, Bonpland, Humboldt, Vidt, Boulogne Sur Mer... O Rosedal, trecho mais bonito dos Bosques de Palermo, está interditado ao público, infelizmente. Um efeito da invasão sem trégua dos brasileiros é que o português falado pelos vendedores, garçons, taxistas e atendentes em geral está cada vez melhor. Antigamente, eu ficava intimidado quando entrava nas lojas e era recebido por um segurança mal-encarado, controlando a porta para evitar furtos. Hoje, já levo tudo para o lado do fetiche: tem cada coisinha... Palermo continua sendo a melhor área para caminhar, com os restaurantes e lojas mais descolados. Para quem ainda não conhece, o "centro nervoso" fica entre as ruas Honduras, El Salvador, Malabia, Armenia e Gurruchaga. E quem sempre freqüenta vai perceber que, de um ano pra cá, muita coisa abriu, fechou ou mudou de lugar. Já no Microcentro, região da hotelaria mais tradicional e que recebe a maioria dos pacotes brasileiros, a sensação de decadência é incômoda. As calçadas estreitas e esburacadas de sempre ficaram ainda piores com a sujeira deixada pelos mendigos, que abrem e reviram os sacos de lixo à procura de comida. Mas os meus dois restaurantes do coração continuam sendo bem ali: o Broccolino, com os Sorrentinos Tony que eu sempre cito no blog, e o Filo, que parou no tempo em algum lugar dos anos 90, mas ainda tem uma onda ótima, uma pizza idem e uma relação custo-benefício fantástica. E a Plaza San Martín [foto] nunca vai deixar de ser meu cantinho favorito para aqueles momentos de introspecção, pensando na vida e curtindo a própria companhia. A muvuca da Recoleta aos domingos, por conta da tradicional feirinha, é um desafio para a paciência, especialmente quando você se jogou horrores no sábado e ainda está meio cansado. O tal "renascimento cool" de San Telmo, de que se fala há uns bons três anos, ainda não me convenceu. E o Hotel Axel de lá faz menos barulho do que o original de Barcelona - talvez pela localização no meio do nada, talvez pelo fato de os hóspedes serem em sua maioria casais de meia-idade norte-americanos (um povo não lá muito festeiro, não é mesmo?). Que tal dar uma boa relaxada, cuidar da beleza ou até fazer um Botox básico? Dizem que o Markus, primeiro day-SPA exclusivamente masculino de Buenos Aires, é um luxo só. Para fazer ligações telefônicas, os locutorios continuam sendo uma maravilha (pena que não existe isso no Brasil). Para quem insistir em usar o roaming do celular, TIM vira Personal, Vivo vira Movistar e Claro continua sendo Claro, que é campeã de reclamações também entre os argentinos. E alguém pode me dizer por que TODO filme argentino precisa ter o Ricardo Darín encabeçando o elenco? Não existe oficina de atores na Argentina, não? Aliás, dá pra comprar El secreto de sus ojos baratinho, em DVD original com encarte e pôster, em qualquer banca de jornal. Incomodada ficava a sua avó: ninguém precisa mais guardar US$18 na carteira para pagar a taxa de embarque do voo da volta. Desde maio de 2009, a taxa passou a ser embutida no valor da passagem, como acontece em qualquer país minimamente desenvolvido. E falando em aeroporto, que tal uma ponte aérea para Buenos Aires? Me contó un pajarito que em breve teremos voos diretos de Congonhas (!?) ao Aeroparque Jorge Newbery (o aeroporto doméstico deles, convenientemente situado dentro da cidade). Tudo de bom!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Por que adorei conhecer o Hot Hot ontem

1) Pelo interessante efeito "yakissoba incandescente" criado pelos grafismos que revestem as paredes e o piso do lounge.

2) Pela iluminação da pista - pode ser a enésima cópia brasileira do Watergate de Berlim, mas dessa vez as placas são grandonas e dá pra fazer diversos desenhos com os leds, o resultado fica bem bacana.

3) Pelo climinha bem avonts do projeto Danceteria (e do próprio clube, que não é nada pretensioso), leve mesmo. Muitos encontros inesperados, o povo se falando e se divertindo, e um som até bem pop (o Goldfrapp já começa a ser descoberto pelo nosso mainstream), mas sem ser óbvio.

4) Como a pista e o lounge são em andares diferentes, no lounge dá pra conversar na boa e ver bem as pessoas (o que, aliás, não acontece na pista).

5) Pelo sistema de comanda pré-paga, que permite que você carregue créditos e gaste-os como quiser, inclusive guardando para outras noites, e cruze a porta da saída linda & loira quando resolver ir embora, sem drama de pegar fila para pagar.

6) Pelos drinks incríveis, especialmente o Cha Cha Cha, que leva vodka, um monte de frutas (vou ficar devendo a descrição exata, sorry), gengibre e um picolé de tangerina Rochinha inteiro mergulhado no copo.

Sejamos justos: em termos de noite, quem mora em São Paulo não tem mesmo do que reclamar. Entre clubes gays e outros eletrônicos com público mais eclético, a gente tem opções à beça aqui, e só cai na rotina quem quer. Dá muito bem para diversificar, mudar de ares e ver gente nova: é só romper com o piloto automático e ousar explorar melhor a cidade.

Sinto que a noite paulistana está saindo de uma fase meio chata e voltando a ser bacana, divertida. Claro que tem momentos em que bate um cansaço geral, uma preguiça máster de certas situações e pessoas... mas aí é só dar um tempinho off e fazer outras coisas, que logo o bode passa. Noite é apenas um departamento da nossa vida, né? Pelo menos eu penso assim.

Para quem se animou com o Hot Hot, a casa abre de quinta a sábado, mas as noites
mais gays são as de quinta (projeto Danceteria). Quinta é uma noite meio inconveniente para quem leva uma vidinha responsável e precisa trabalhar na sexta; como hoje é feriado, ontem muita gente que também não conhecia a casa aproveitou para ir conferir. O lugar bombou, muitos caras bonitos (não sei se normalmente é assim ou ontem foi uma noite especialmente feliz). A dica para entrar com tranquilidade é chegar tipo 0h30 (muita gente chega cedo pra evitar a filona, e é gostoso tomar um drink no lounge), ou então só depois das 2h, quando a hora do rush já passou.

[A foto que ilustra o post foi a melhorzinha que consegui no Google. Quem aparece aí é a performer Renata Bastos, que ontem estava encarnando uma abusada coelhinha da Páscoa]